Capítulo 14

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Algumas escolhas são mais difíceis do que outras, mas para Desmond, ter feito as escolhas que fizera não aparentava ser nada que ele precisasse colocar em pauta para chegar a uma resposta afirmativa. Se Anne tivesse sido levada a morte, ele não sentia nenhum remorso. Pelo ao contrário, acreditava estar fazendo o correto pelo seu amor por Catherine. O homem acreditava que tudo que sentiam um pelo outro era algo tão puro e verdadeiro que nada poderia impedi-lo de fazer tudo, por ela. Mas há aqueles que dizem que o amor não é algo a ser apreciado pelos vilões, e que tudo que eles fazem são pensando em somente si. Mas Des tinha uma longa bagagem. Ele gostava de Anne, mas os seus interesses pela mulher não se passavam de interesses próprios, e de seus pais. Ele casou-se para unir os reinos, para conseguir mais poder sobre a sua própria raça. Uma coisa ele tinha de muito semelhante a Catherine, a sede por poder e estar disposto a massacrar a qualquer um para ter por isso. Ele agira de forma calculista para que conseguisse ganhar o coração de Anne. Lhe levou até um dos Irmãos, a fizera apaixonar-se e estava disposto a salvá-la, para que assim ela fosse imensamente grata. Pobre mulher, não sabia aonde estava metendo-se, e muito menos a farsa do marido que tinha. Ele libertou Catherine, e acreditava que aquele era o momento certo para que os dois trabalhassem juntos e iniciassem sua procura por Avalon.

Ninguém ao menos sabia dizer onde ficava ou o que era Avalon, tinham pouca informação sobre o lugar, mas era as que achava interessante. Como o fato dos maiores sábios, e guardiões do equilíbrio habitar no lugar. Se ele tivesse acesso ao lugar e pudesse exterminá-lo, ele afetaria tudo que fora construído por anos. Seria como um rei, e a partir deste momento, ele e Catherine ditaria as regras. Além disso eles poderiam viver o amor deles sem que ninguém viesse a lhes dizer que era errado e fora da natureza divina. Puff, natureza divina! Ninguém mais acreditava nisto, honestamente as pessoas apenas ainda obedeciam as regras tolas por temerem a própria morte. Mas com ele no comando as pessoas passariam a escutá-lo. O próprio filho estava dispersando-se do mundo e quebrando o equilíbrio por apaixonar-se por um humano. Oras, são essas as coincidências da vida que o facilitara no seu plano. Estão todos atrás dos Irmãos agora, ou propriamente dito, querendo unir-se a eles para acabar com o caos que está transformando-se o mundo sobrenatural. Os Irmãos estão atrás de Harry e sua filha - que como julgam, é uma impureza. Catherine é como uma espiã, onde finge trabalhar para os Irmãos, mas age por seu próprio interesse. Como uma cobra que está rastejando pelos lugares, analisando o lugar antes de dar o bote. Contudo, os planos estão caminhando pelo lado correto e isso tem feito o homem ficar satisfeito.

Catherine estava com o corpo nu coberto pelo lençol enquanto dormia com uma feição angelical. Os fios do seu cabelo longo, estavam jogados pra trás, deixando que a visão fosse nítida do seu rosto esbelto. Desmond apreciava a cena com um copo de Whisky nas mãos, bebericando-o  algumas vezes. Ele estava sentado na poltrona vestindo apenas sua roupa íntima e lembrando-se de como conhecera a mulher, e como ele também era uma impureza da natureza, mas que soube muito bem esconder isso das bruxas.

Desmond andava pelas ruas fedorentas da Transilvânia. Naquela época, o lugar estava mais movimentado de comerciantes, e até mesmo pessoas que iam para descobrir os mistérios que a cidade lhes guardavam. Muitos desaparecimentos constatados, que inventaram até mesmo a imagem de Drácula. Um ser que habitava pelas ruas durante a noite, já que o Sol queimava-lhe. Era um ser de outro mundo.

Desmond era um jovem fascinado por histórias de terror e amava aventurar-se por elas a procura de informações e soluções. Era como um caçador de mistérios. Mas ele tinha algo na espinha que lhe dizia que aquela história tinha o que desejar. Muitas lacunas que faltavam fazendo-o atiçar a sua curiosidade. Ele queria descobrir o que aquelas ruas lhe guardava. Queria ser reconhecido e deixar que as pessoas se desculpassem por taxa-lo como louco por acreditar no sobrenatural. Oras, ele já vira de tanto, mas nunca conseguira obter as provas que precisava, dificultando com que as pessoas soubessem as coisas que já vira e fez. Mas desta vez ele trabalharia cautelosamente, conseguiria as provas que precisasse e iria expor ao mundo as criaturas que existe.

Merman 2 - l.sWhere stories live. Discover now