VI - Casamento

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Nós transamos aquela noite. E nas muitas outras noites que vieram. Não era algo que podíamos controlar, evitar mesmo sabendo de todas as questões contratuais que estavam envolvidas. Decidimos não rotular, não nomear nada por enquanto, mas nem precisava, nosso relacionamento fluía como a gente na cama, como a gente em cena.

Namorar Heughan não era fácil, afinal de contas tinha um mundo de mulheres em cima dele o tempo todo. Em todos os eventos, festas, coletivas, sempre havia uma tentando flertar. Nesse tempo, eram muitas e muitas olhadas entre nós que muitas vezes as câmeras capturavam.

E confesso que também não era fácil ser "solteira" nesse meio. Por mais que meus olhares tentassem acalmá-lo em alguns momentos, ele não se aguentava, chegava perto, me abraçava, e como um bom "amigo" afastava quem tentava alguma coisa.

- Você não precisa fazer isso, eu sei muito bem me cuidar sozinha. - Eu dizia enquanto dançávamos em um desses eventos.

- Eu sei disso, mas eu não consigo suportar. Com você, às vezes pareço ter uns 16 anos novamente. - Ele falou mostrando toda sua inconformidade e completou: estou morrendo de vontade de te beijar aqui mesmo.

Respondi apenas mordendo meus lábios e saí dançando em direção a porta dos fundos.

Eu amava isso no Sam, esse jeito moleque brincalhão, bem-humorado, ao mesmo tempo um homem decidido, carinhoso e um amante indescritível.

Saímos aquela noite escondidos pelos fundos e fomos para a casa dele. E foi uma das noites mais marcantes que tivemos em toda a nossa história. Já estava meio zonza pela bebida da festa e quando chegamos ele fez questão de servir mais um pouco junto com um jantar que ele mesmo preparou.

O risoto estava maravilhoso, mas a cena dele cozinhando sem camisa era única. Apesar do frio, ele ligou o aquecedor e fez questão de ficar assim, porque sabia que isso me deixaria louca. Fiquei sentada na mesa perto dele observando cada gesto e pensava em como seria se eu não tivesse sido escolhida para viver Claire, que rumos minha vida teria tomado se não tivéssemos nos conhecido.

Quando terminamos de jantar, ele me conduziu até o sofá dizendo que tinha uma surpresa, me sentou, ligou a TV e colocou o episódio O casamento de Outlander já editado, prontinho da maneira que as pessoas veriam em suas casas.

- Eu não acredito!!! Porque o Ronald não me contou que estava pronto? - Eu disse sem acreditar que finalmente ia ver o resultado daquelas mais de 20 horas de ensaios e gravações só da cena do quarto.

- Porque eu pedi para não contar. - Ele respondeu com cara de travesso.

- E ele não desconfiou de nada?

- Não, todos sabem que vemos filmes e séries juntos, falei que queria te fazer uma surpresa! - Ele disse, mas percebi que ele mesmo não tinha pensado na possibilidade de parecer estranho o pedido dele.

- Então vamos ver que estou super curiosa. - Deixei de lado essa preocupação, estava feliz demais em poder ver o resultado do nosso trabalho.

- Vamos, só vou pegar um vinho especial que comprei para esta ocasião.

Sentamos e assistimos uma, duas, três, cinco vezes acompanhados do vinho e da companhia um do outro. Demos risadas, nos lembrando de como foi gravar aquelas cenas. Ficamos 12 horas só ensaiando e foi a primeira vez que eu o vi seminu e também a primeira vez que fiquei seminua na frente dele.

Apesar de termos plateia ali, mesmo que mínima, parecia que estávamos sozinhos. Na série era uma cena de descoberta daqueles dois desconhecidos que de repente se viram casados. Na vida real éramos dois amigos que estávamos descobrindo que havia muito mais do que somente um sentimento de amizade.

- Sam, lembro que quando estávamos ensaiando esta cena, você parava e pedia para sair algumas vezes. Na época eu fiquei preocupada, mas você dizia que estava tudo bem, só se concentrando. Fiquei encucada com isso, o que estava acontecendo? - Perguntei lembrando das vezes que ele se ausentava.

Ele abriu um sorriso e logo disparou:

- Acho que eu te devo uma explicação não é mesmo? Então, muitas vezes eu precisava sair porque ver você daquele jeito me deixava muito excitado e como sabe isso não é algo que os homens conseguem esconder tão facilmente. Nunca tinha acontecido isso comigo em nenhum outro trabalho. Estava difícil demais me controlar, você estava esplêndida, maravilhosa e eu já estava louco por você.

Não respondi. Sentei no colo dele, comecei a beijá-lo e disse em seu ouvido.

- Posso te contar um segredo? Eu também já estava louca por você, eu só tenho a vantagem de poder disfarçar melhor...

Fizemos amor, de todas as formas possíveis, em todos os cantos daquele apartamento, colocando toda nossa emoção em cada toque, cada beijo, cada abraço... eu não sabia, mas era uma noite que eu jamais iria esquecer.

Quando nasce o amor? - Sam & Cait (Outlander)Where stories live. Discover now