XIII - O topo da montanha

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Era bem tarde quando me dirigi ao aeroporto para pegar Sam que regressava de uma viagem. Ambos estávamos negociando papéis em filmes e participando de eventos de outros trabalhos, além de que, mesmo quando íamos para o mesmo evento, a orientação era de irmos separados e permanecer assim o máximo possível. Tudo isso conciliando com as gravações da terceira temporada. Nosso tempo juntos, a sós ou com nossos amigos em comum e que sabiam do nosso relacionamento estava cada vez mais escasso. Sabíamos que não seria fácil, mas em nenhum momento duvidamos de que valeria a pena.

Paro o carro e coloco um agasalho fechado junto com uma boina, eu passava irreconhecível a maioria das vezes e assim eu o estava esperando mais uma vez. Diferente de mim, Sam nunca passava despercebido, ele chamava muito a atenção e em todos os lugares sempre tinha alguém querendo um autógrafo ou uma foto que ele sempre atendia com o maior prazer do mundo mesmo estando cansado como estava naquele dia.

Quando finalmente conseguimos nos encontrar, ele apenas chegou perto e me acompanhou até o carro.

- Que vontade de te dar um beijo! - Ele disse olhando para baixo evitando que alguém pudesse ler seus lábios ou ouvir o que ele dizia.

- Prometo que assim que chegarmos no carro, a gente mata essa saudade. - Eu também mal podia esperar para abraçá-lo, estava sentindo muito sua falta ultimamente.

Era difícil acompanhar tudo à distância, não estar ao lado dele em tantos momentos importantes, ver ele acompanhado de tantas pessoas por aí, menos de mim, doía e me deixava triste. Nesta mesma viagem, haviam surgido várias fotos dele com várias pessoas, e de uma forma ou outra eu estava um pouco incomodada com isso. Ficava pensando quando tudo isso iria acabar.

Mas com tudo isso, ele estava de volta, tínhamos um final de semana de folga e era hora de deixar um pouco essas coisas de lado e de aproveitar.

- Você está bem my love? - Ele perguntou sentindo um pouco do meu desânimo aquele dia.

- Sim, estou, ou melhor, vou ficar! - Disse e o puxei para um beijo demorado.

- Tenho nosso final de semana todo planejado. - Contou quando terminamos o beijo.

- Ah é!? E incluiu alguma atividade física? - Disse provocando ele tocando nos músculos aparentes de seu braço.

- Como adivinhou?

Caímos juntos na risada e seguimos para casa. Para a minha, dessa vez! E como era bom tê-lo ali. Apesar de mantermos os dois apartamentos, eu sentia como se aquele fosse a nossa casa. Sam tinha feito parte da escolha de todos os itens de decoração, inclusive da escolha do próprio apartamento. Tinha o toque dele em tudo.

Naquela noite, passamos uma boa parte do tempo conversando, ele contou em detalhes cada um dos eventos que participou e me ouviu contar como tinha sido cada uma dos meus dias. Nossa cumplicidade estava intacta como sempre.

Fizemos amor, um amor cheio de saudade, um amor para celebrar estarmos juntos, mas principalmente fizemos amor como uma forma de compensar por tudo que estávamos passando nos últimos tempos. Nesses momentos, a gente esquecia de tudo, éramos só nós dois, namorando, nos curtindo e como era delicioso.

No dia seguinte, Sam acordou cedo, escolheu uma roupa de ginástica pra mim, fez café da manhã e só depois veio me acordar.

- Bom dia Cait, vamos aproveitar nosso final de semana de folga!? - Ele disse chegando o café perto de mim com a intenção que eu acordasse com o cheiro maravilhoso que saía da caneca.

- Bom dia! Não acredito que está me acordando a esta hora - disse olhando para o conjunto de roupa que me esperava em cima da cama - e que vai me fazer vestir isso.

- Você não vai se arrepender meu amor, não vai mesmo! - ele me beijou e sentou na cama para tomarmos café juntos.

Após o café, pegamos o carro e seguimos para os arredores da cidade. Percebi que havia alguma coisa no porta-malas e que Sam estava com uma cara de quem estava aprontando, mas achei melhor aproveitar e não tentar adivinhar o que viria pela frente.

Ele parou o carro e seguimos por um trecho a pé. Sam com sua mochila subindo facilmente pela trilha e eu o acompanhando na sequência rindo de suas histórias e piadas.

Assim que chegamos no topo da montanha, Sam colocou as coisas no chão e me segurou para chegarmos mais perto da beirada. A vista era incrível e tinha valido a pena cada passo daquela subida.

- Aqui é lindo demais! - Eu disse olhando em volta realmente emocionada.

- Eu sabia que você iria gostar! - Ele disse me envolvendo num abraço e olhando fixamente nos meus olhos.

- Amor, você não fala, mas eu sinto como você se sente com toda essa situação, eu sinto o mesmo. A última coisa que eu queria nesse mundo era ser motivo de algum tipo de sofrimento pra você, mesmo sendo uma coisa que não consigo controlar, mas eu te prometo que tudo isso vai acabar. Eu te amo Caitriona! - De repente ele, ainda com a mão na minha cintura, se virou para a beirada e começou a gritar.

- Está ouvindo Escócia? Está ouvindo mundo? Eu amo loucamente essa mulher!! Caitriona é minha vida!!! - Concluiu colocando as mãos na boca em forma de cone para aumentar o volume da sua voz.

- O que você está fazendo? - Eu disse achando lindo e engraçado tudo aquilo.

- Estou treinando para o momento em que eu vou poder dizer a todos desse mundo o quanto eu amo você!

- Ahh Sam! Vem aqui!! - Agora foi minha vez que envolvê-lo em um abraço - Às vezes eu fico triste sim e desanimada com toda essa situação, faz parte, faz parte porque eu também queria gritar para o mundo e não poder fazê-lo dói. - Terminei de falar o selei com um beijo demorado antes de concluir. - Vai valer a pena como valeu subir essa montanha.

- Como subir essa montanha! - Ele completou entendendo completamente o que eu queria dizer.

Sam estava com os olhos marejados, me beijou novamente fazendo carinho dos meus cabelos bagunçados pelo vento. Dentro da sua mochila tinha um lanche e uma toalha que usamos para sentar perto o suficiente para continuarmos contemplando toda aquela paisagem. De repente Sam começa a mexer na mochila e tira alguma coisa pequena que não consegui identificar o que era, até ele se ajoelhar e abrir a caixa com uma aliança dentro.

- Eu sei que você já me respondeu que sim, mas eu devia ter comprado primeiro um anel antes de fazer meu pedido, me perdoa por isso? - Na caixa brilhava uma aliança toda em ouro igual a do meu casamento com Frank na série.

- Sam, eu direi sim pra você quantas vezes forem necessárias. - Levantei imediatamente e me ajoelhei junto dele para beijá-lo.

- Eu sei que você não se importa com essas coisas Cait, e eu acho isso maravilhoso em você! Mas eu queria muito que você nunca se esquecesse nem por um segundo o tamanho desse amor que mora aqui dentro. - Completou tocando o próprio peito.

Ele sabia que, sendo um anel mais comum eu poderia usar sem levantar grandes suspeitas, até nisso ele havia pensado. Colocou o anel e mim e ficamos mais um tempo ali em silêncio trocando beijos, carícias e aproveitando cada segundinho da companhia um do outro.

Quando chegou a hora de irmos embora, ele me abraçou mais uma vez e disse:

- Vamos chegar aqui Cait, nós vamos chegar no topo da montanha!


Quando nasce o amor? - Sam & Cait (Outlander)Where stories live. Discover now