XVIII - Ao extremo

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Poucas vezes na minha vida eu precisei ir ao extremo de algo. Na maioria das vezes conseguia entender os "sinais" da vida e mudar a rota quando era necessário, mas claro, também já me enganei.

Depois daquela noite em que Sam e eu conversamos, poucas coisas mudaram na prática. Eu entendi que ele tinha o limite dele e eu tinha o meu e todas as coisas que eu fazia, eram defesas para não ultrapassar aquilo que eu acreditava ser o melhor a fazer naquele momento e assim seguimos.

As gravações da quinta temporada haviam terminado e tínhamos um pequeno recesso antes de retomarmos o trabalho tanto de divulgação quanto de produção da sexta. Se a série fosse renovada, a partir daí Claire e Jamie seriam assumidos por novos atores, mais velhos que representassem melhor essa nova fase. Entretanto, tudo indicava que continuaríamos com nossos postos de produtores, ou seja, ainda tínhamos um longo caminho pela frente.

Como o tempo era curto, a maioria do casting já iria viajar no dia seguinte, visitar suas famílias, assim como eu também ia, mas precisava resolver algumas coisas em Glasgow antes de embarcar e por isso ficaria pelo menos mais uma semana.

Esse tempo longe seria maravilhoso, poderia pensar melhor, refletir, colocar minha cabeça no lugar e quem sabe, voltar a ser a Cait que sabia muito bem o que queria.

Mas aquela noite era de festa. Outlander só crescia em números e em premiações e nada mais justo do que tirarmos a noite para celebrar.

Sam ia me buscar para irmos juntos à festa que seria em um pub fechado para nós. Algo bem informal e intimista do que jeito que gostávamos.

Quando abri a porta ele deu uma olhada da cabeça aos pés e mordeu os lábios. Vesti um jeans bem justo com uma camisa preta aberta o bastante para formar um decote. Dei uma risadinha e o cumprimentei com um selinho em seus lábios, o que o pegou de surpresa.

Chegamos juntos na festa e ninguém questionou ou fez perguntas, já estavam acostumados com a gente sempre assim, mesmo lá no começo e mesmo depois de tudo. Mas Sophie notou que tinha algo de diferente no ar e tentou me questionar com o olhar, mas só sorri pra ela e levantei os ombros.

Estava feliz demais. Era um marco para todos nós ali e principalmente para eu e Sam, quanta coisa tinha mudado em nossas vidas profissionais e pessoais por causa de Outlander, era maravilhoso.

Queríamos esquecer nossos problemas aquela noite e comemorar muito! E assim foi, brindes e mais brindes, discursos, risadas, abraços, música ao vivo, dançamos, cantamos e nos divertimos muito.

Já do meio para o final da festa, a banda resolveu cantar algumas músicas mais lentas e algumas pessoas foram para o meio do pub dançar: Sophie e seu noivo Jeff, Richard puxou Melissa, David e sua esposa que tinha vindo especialmente para a festa.... Estava olhando para a pista quando uma mão é estendida diante de mim, era Duncan.

- Concede a honra de uma dança com você? - Ele disse abaixando a cabeça como em uma reverência.

Levantei e fui para a pista de dança com ele. Duncan era um amigo muito especial meu e de Sam. Talvez mais dele do que meu, muito importante em todo esse tempo que ficamos separados, sempre deu suporte a Sam e isso me tranquilizava. E eu sabia que aquela dança tinha um propósito, com Duncan sempre tinha um propósito.

- Posso saber o motivo dessa dança? - Eu disse dando uma leve risada.

- Não consigo te enganar né Cait? - Ele respondeu confirmando minhas suspeitas e continuou. - Não sou homem de recado e Sam nem precisa disso, você sabe, mas também sabe do grande carinho que eu tenho por ele e por você também. - Fez uma pausa dramática e aproveitou para me girar. - Mas talvez esteja na hora de você se decidir. Não é da minha conta sua vida Cait, mas sou seu amigo também, e por experiência própria, você está jogando um tempo precioso da sua vida em que deveria estar sendo feliz, fora.

Quando nasce o amor? - Sam & Cait (Outlander)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora