XX - E as estrelas se alinham

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O dia amanheceu lindo! O clima era agradável, o sol brilhava lá fora e o vento delicado balançava as folhas das árvores. Um dia como poucos que já tinha visto desde que mudei para a Escócia.

As últimas semanas haviam sido como borrões pra mim. Nunca imaginei que ficaria tão sensível e emocionada para meu casamento, sempre pensei que eu levaria esse dia com mais tranquilidade, mas não, a ansiedade estava batendo forte.

Nossas famílias e amigos se juntaram e organizaram a festa de casamento mais rápida da história. Eu olhava o jardim da casa de campo onde estávamos nos arrumando e onde seria celebrada nossa união nos arredores de Glasgow, era uma cena belíssima ali de cima.

Fitas e luzes pequenas enfeitavam o local, as cadeiras dispostas em fileiras, um pequeno altar decorado delicadamente com flores. Senti minha pele arrepiar ao ver a cena e um sorriso surgir em meu rosto quando alguém bate na porta do quarto, era Sam que entrava caminhando ainda devagar por causa da cirurgia.

- O noivo não pode ver a noiva antes do casamento, sabia disso? Dizem que não dá boa sorte. - Eu disse brincando com ele e me aproximando para abraçá-lo.

- Ah é!? Pois eu vou te dizer uma coisa, nada nesse é capaz de mudar o que eu sinto por você, então fica tranquila. - Ele respondeu me dando um beijo demorado, nos lábios e perguntando em seguida: Preparada?

- Estou! E você?

- Desde o primeiro dia em que te vi. - Ele respondeu me dando mais alguns beijos. - Eu vou me arrumar, os rapazes estão chegando para me ajudar, vejo você daqui a pouco.

- Vejo você daqui a pouco! - Eu respondi me despedindo, mas sinceramente eu queria muito que Sam ficasse ali comigo.

Apesar de não ligarmos muito para essas convenções, nossas famílias e amigos estavam se divertindo muito organizando tudo aquilo e faziam questão de manter alguns costumes e então fomos cedendo! E no final das contas estava sendo uma experiência única pra nós.

Não demorou muito meu quarto estava cheio! As mulheres da minha família e da família de Sam e nossas amigas entravam para me ajudar a me arrumar e foi um momento delicioso. Muitas risadas, conselhos, lembranças... mas era chegada a hora.

Dei uma última olhada no espelho antes de descer e lá estava não estava a Caitriona de sempre, estava minha melhor versão. Sorri, estava satisfeita com aquela imagem refletida, estava feliz em ter encontrado Sam de ter com ele uma história linda e poder continuar a escrevê-la, mas estava mais ainda satisfeita pela pessoa que tinha me tornado até ali, por todas as minhas conquistas, pelo meu trabalho duro, pelos meus sonhos realizados, pelo trabalho junto a World Child Cancer, por ter inspirado tanto gente vivendo a Claire e também como Cait, por conseguir manter os amigos, por estar sempre presente para a minha a família, pelas dificuldades que me transformaram, mas principalmente por saber me levantar após cada uma delas.

Meu pai tinha feito questão de me esperar no pé da escada junto com minha mãe. Quando ele me viu surgir no alto ficou extremamente emocionado.

- Minha pequena Caitriona. - Ele dizia.

- Não tão pequena mais, pai! - Era impossível conter a emoção.

- Pra mim, sempre será, apesar de saber e me orgulhar muito pela grande mulher que se tornou.

Assim que saímos da casa, já era possível ver o altar e Sam parado nele. Vestido com um terno claro, ele estava magnífico. De lá, ele sorria nervoso, mas me acompanhou com o olhar durante todo o trajeto. Sentados ali, naquele quintal, as pessoas mais importantes para nós dois: nossas famílias, os amigos de antes, os amigos de elenco que se tornaram amigo para a vida. Era tudo o que a gente precisava para celebrar nosso amor.

Fui caminhando lentamente acompanhando os passos do meu pai até chegar a Sam que o cumprimentou antes de me levar abraçada até o altar.

Dali em diante a emoção tomou conta, não lembro com clareza de tudo que aconteceu, mas jamais vou esquecer nossa troca de votos.

Sam começou pegando minhas mãos antes de começar a falar:

- Talvez nem todo mundo aqui saiba, mas minha vida mudou mesmo há mais de 6 anos, quando esta mulher, Caitriona Mary Balfe entrou em uma certa sala de audição. Eu estava tão abobalhado com sua beleza e sua energia que a abracei como um urso... duas vezes.... eu tinha certeza de que o papel de Claire era dela e tinha mais certeza ainda de que essa mulher era o amor da minha vida. - Após algumas manifestações, ele continuou. - Portanto Cait, minha eterna Sassenach, o que eu te prometo? Estar sempre ao seu lado, estar sempre segurando em sua mão e te apoiando em todo o seu caminho, tanto nos momentos bons, mas principalmente quando surgirem os desafios. Ser sempre seu lar para quando quiser voltar e descansar. Ser sua fonte inesgotável de amor e carinho, não porque você precise de mim para isso, mas porque somos muito melhores juntos.

Palmas, assobios e pequenos gritinhos soaram ao fundo e Sam veio me dar um beijo na testa. Como era bom sentir todo aquele amor emanando de todas aquelas pessoas. Era minha vez e apesar de ter ensaiado muito, eu não consegui escrever e quis deixar meu coração falar sentindo toda a emoção daquele momento.

Então, apertei sua mão que ainda estava segurando a minha e a beijei em um gesto de gratidão por tudo que ele tinha dito e por como eu estava me sentindo. Olhei bem em seus olhos que começavam a marejar de lágrimas e comecei a dizer:

- Algumas vezes as estrelas se alinham e coisas incríveis acontecem. Se eu for olhar minha vida nos últimas 6 anos, eu diria que, as estrelas estavam a meu favor. Conhecer Sam, entrar para Outlander, conhecer pessoas tão maravilhosas como muitos de vocês, participar de tantos outros trabalhos marcantes... eu nem sei como enumerar todas elas. E hoje, eu sinto que elas se alinham novamente, porque estar aqui, dando esse passo, ao lado desse cara que é tão maravilhoso, tão carinhoso, tão íntegro, tão único... vou confessar.... só pode ser coisa das estrelas.

Todos caíram na risada e Sam logo me abraçou pela cintura como sempre fazia. Não havia mais nada a ser dito, só a ser sentido e nossa cerimônia foi chegando ao final. Em seguida, uma recepção começava para celebrarmos nossa união.

No meio da festa, Sam aparece me convidando para dar uma volta na propriedade. Juntos, andamos por vários lugares, observamos o lago próximo, a vista, as montanhas. O lugar parecia uma pintura de tão impecável.

- Então, o que achou? - Ele perguntou olhando bem pra mim preparado para observar minhas mínimas expressões.

- Do que está falando? - Perguntei rindo.

- Do lugar, o que você achou dele? - Respondeu abrindo os braços e apontando para a imensidão que se revelava atrás de nós.

- Aqui é lindo Sam, é maravilhoso, tem uma energia incrível! Mas... Ah não Sam, não vai me dizer que... - Antes que eu pudesse terminar minha frase ele já sorrindo muito contou.

- Este lugar é nosso, se você quiser. Deixei tudo pronto somente para assinarmos os papéis se tiver de acordo. Ouvia você dizer o quanto queria um lugar assim para descansar, curtir nossos amigos e nossa família. Um lugar sossegado para você ler e escrever seu livro. Então quis te fazer essa surpresa. - Um largo sorriso surgia em seu rosto, uma felicidade tão genuína saía da sua voz. - Então, o que acha?

- Você não existe Sam!!! - Foi minha vez de beijá-lo. Como podia ser assim tão atencioso, tão gentil e tão companheiro!! 

Começamos a fazer o caminho de volta abraçados, quando era a minha vez de fazer uma surpresa. Então acelerei o passo e parei de frente pra ele o que provocou uma expressão engraçada e surpresa nele.

- Eu também tenho uma surpresa. Eu ia esperar um pouco mais para contar, pelo menos até ter certeza, mas... - Peguei sua mão e coloquei suavemente em meu ventre. - Acho que as estrelas se alinharam mais uma vez.

Quando nasce o amor? - Sam & Cait (Outlander)Where stories live. Discover now