Epílogo

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Acordei um pouco perdida no tempo. Já se passava das 10h da manhã e senti meus seios cheios de leite. Procurei Sam na cama e Sophie no berço, mas nenhum dos dois estava lá. Levantei e quando cheguei perto da porta do quarto ouvi a voz do Sam cantando uma canção em gaélico, a mesma que ele sempre cantava pra mim.

Parei um tempo e fechei meus olhos aproveitando aquele som maravilhoso da voz dele, antes de descer para dar mamá pra nossa filha.

Os últimos meses haviam sido como um verdadeiro sonho. Após o fim de nossa participação como atores em Outlander e o anúncio da nossa relação, assim como da gravidez muitas coisas aconteceram: nossos fãs receberam com grande alegria nosso relacionamento, continuamos trabalhando como produtores da série até as vésperas do parto, Sam tinha finalmente conseguido o papel de James Bond e eu estava com o projeto do meu livro bem adiantado. Não ia parar de atuar, tinha negociações em andamento, mas pudemos tirar alguns meses para nos dedicar a nossa pequena filha Sophie, nome escolhido em homenagem a uma pessoa muito especial em nossas vidas, a atriz que fez Brianna em Outlander, a filha de Claire e Jamie.

Desci devagar as escadas da nossa casa de campo e no meio do caminho pude ver que a mesa estava com o café da manhã colocado, um cheiro maravilhoso de café recém-passado vinha até mim. Mas além de pães, bolos e frutas, haviam fotos impressas de diversos momentos da minha história com Sam.

Curiosa sobre o que se tratava aqui, fui em direção a sala onde encontrei Sam no sofá com Sophie acordada no colo. Ela olhava fixamente pra ele e estava bastante concentrada na expressão do pai que continuava a canção. Fui chegando perto bem devagar, era uma cena maravilhosa de se ver e eu tinha muita sorte de serem o amor da minha vida e minha filha ali na minha frente. Sam notou minha presença e abriu um grande sorriso.

- Olha quem chegou ali, minha linda, a mamãe! - Disse olhando para mim, mas falando com nossa pequena. - Eu acho que agora ela quer mamar. - Completou observando Sophie começar a chupar suas pequenas mãozinhas.

- Então vem cá minha florzinha! - Peguei nossa filha no colo e fui me sentar na poltrona para dar mamá com a ajuda de Sam que veio ajeitar as almofadas para me deixar o mais confortável possível.

- Quer um copo de água? - Ele sempre me oferecia água enquanto amamentava, sabia que eu sentia muita sede e beber água era imprescindível para a produção de leite.

- Quero! Obrigada - Respondi olhando para a mesa do café e perguntando. - O que são essas fotos?

- São a resposta para a pergunta que você me fez ontem. - Sam respondeu enquanto me entregava o copo com água. - Depois que amamentar Sophie, eu faço ela arrotar e você pode sentar ali para ver.

Ainda não conseguia entender o que Sam queria com aquilo. Na noite passada, tinha perguntado a ele se ele achava que tudo tinha valido a pena, tudo que passamos, tudo que sofremos desde que nos conhecemos. Eu não sei bem o porquê de ter feito aquelas perguntas, talvez pelo cansaço, pela privação de sono, pelo turbilhão de hormônios que agora haviam dentro de mim, mas também porque talvez eu estivesse feliz demais e queria ter certeza de que Sam também estava.

Assim que Sophie se satisfez ele a pegou nos braços e estendeu a mão para que eu pudesse levantar me conduzindo para sentar junto à mesa.

- Tome seu café e dê uma olhadinha nessas fotos, assim que ela dormir eu volto pra gente conversar. - Disse Sam e me deu um beijo na testa antes de se afastar.

Em cima da mesa diversas fotos que continham registros de toda a nossa história: muitas que haviam sido publicadas, mas a grande maioria foram registros de momentos que não podíamos dividir já que remetiam a uma época em que foi preciso esconder nosso relacionamento.

Olhar para tudo aquilo me trazia muitas emoções, era como fazer uma retrospectiva de tudo que havíamos vivido e construído apesar de tudo e qualquer coisa. Momentos tão únicos e significativos que com certeza iriam ficar para sempre na memória.

Havia uma foto do nosso teste de química, o momento em que conheci Sam e que minha vida mudaria para sempre. Muitas fotos de bastidores, algumas tiradas por amigos e fãs sem a gente visse com abraços, toques e olhares. Fotos das nossas idas a eventos, inúmeros ensaios fotográficos, fotos oficiais de divulgação da série. A foto do nosso primeiro passeio juntos em Londres, logo após eu ter sido escolhida para o papel de Claire, uma outra na praia, em um jogo que assistimos juntos. Tinha foto de muitos de nossos almoços, de viagens, festas, entrevistas, jantares com nossos amigos. Havia uma foto de uma festa que Sam deu, logo no nosso começo e uma foto que eu amava que tiramos depois de uma noite maravilhosa que passamos juntos, estávamos com um semblante cansado, mas extremamente feliz.

Estava olhando tudo aquilo e rindo quando Sam chegou na sala perguntando o motivo da minha risada.

- Olha isso Sam, olha esses olhares nossos, não sei como achamos que alguém poderia acreditar que não éramos um casal. - Respondi entregando uma foto que mostrava nós dois em uma entrevista, Sam com a mão em cima da minha e nós dois trocando um olhar que gritava o quanto estávamos apaixonados.

Sam se aproximou pegando algumas fotos, olhando com mais cuidado e concordando comigo: 

- Eu não tenho a mínima ideia. - Ele disse e fez uma pausa para dar uma risada. - Era impossível esconder o que eu sentia por você. Deus quantas vezes eu quis gritar para todo mundo ouvir.

- Eu também! Lembra antes da gente se beijar pela primeira vez na vida real? Às vezes eu ficava tão desconcertada com sua presença que perdia até a linha de raciocínio nas entrevistas. Ou me perdia nas perguntas.

Rimos bastante e relembramos muitas histórias de todos esses anos. Junto com aquelas fotografias também tinham outras mais recentes que mostravam nossa casamento e também a gestação da Sophie, o parto que foi natural em que Sam participou de todos os momentos e ainda a segurou assim que ela veio ao mundo.

Apesar de tudo aquilo eu ainda não tinha entendido o porquê daquelas fotos estarem ali, ainda mais impressas, mas antes que eu pudesse perguntar, foi a vez de Sam falar:

- Ontem, depois que você me fez aquela pergunta e dormiu, eu fui para o computador. Fiz questão de separar esses registros e imprimi hoje cedo para que você pudesse tocá-las e de alguma forma, sentir tudo isso que vivemos de forma mais palpável. - Ele deu uma olhada para a mesa e depois voltou com o olhar para mim. - Tudo isso Cait, cada momento desse que eu vivi ao seu lado, não tem preço. É tudo de mais valioso que temos nessa vida, cada vez que te beijei, te abracei, que curtimos algo juntos, que enfrentamos um desafio, que nos acolhemos... são poucas as pessoas que têm a sorte de viver algo como nós vivemos. Algo que a Sophie veio para completar, e Cait, olhe pra isso e me responda agora você! Você acha mesmo que eu não sou o homem mais feliz desse mundo?

Lágrimas caiam pelo meu rosto e algumas começavam a brotar nos olhos de Sam também. Fiquei em pé e dei a volta na cadeira me ajoelhando na sua frente, peguei suas mãos, as beijei para só depois dizer.

- Eu amo você Sam. Você acha que chegamos ao topo da montanha? - Eu perguntei relembrando um passeios que fizemos onde Sam lembrava que todo o esforço valeria a pena se ficássemos juntos.

Ele sorriu ao lembrar daquele dia para só depois responder:

- Chegamos e olha só que vista maravilhosa temos agora aqui de cima. - Respondeu apontando para as fotos em cima da mesa. 


FIM

Quando nasce o amor? - Sam & Cait (Outlander)Where stories live. Discover now