XVI - Só por essa noite

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Glasgow - 2019

Nosso encontro no trailler havia sido providencial, foi fundamental para seguirmos as gravações e mostrar toda a química que tínhamos, em tela.

Aos poucos aquele sentimento de culpa foi diminuindo, fomos conversando e ele me contando tudo que passou naquele tempo, como foi chegar no hospital e não conseguir me ver, como foi pra ele encarar tudo isso sozinho, da culpa que também sentiu, como não conseguia aceitar que tudo que vivemos tinha acabado ali.

Contou que no começo ele se revoltou com o meu distanciamento, mas que foi compreendendo, mesmo sem aceitar, o que eu estava vivendo, todo o luto e entendeu que talvez eu precisasse de tempo e espaço, mas que nunca deixou de perguntar por mim e nem de se preocupar dia após dia.

De fato, eu só estava com o meu lado da história, não dei espaço para Sam nisso tudo, estava tão machucada com o que aconteceu que preferi me afastar como uma defesa, acreditei que sofreria menos.

Uma dessas conversas aconteceu em meu apartamento, depois que chegamos das gravações e fomos comer alguma coisa. Sentamos no sofá, abrimos um vinho e começamos a desabafar.

Falar sobre tudo isso estava cada vez mais leve. Dividir a carga com Sam era o que eu deveria ter feito desde o primeiro momento independente de qualquer coisa. Como eu pude não recorrer ao braços do homem da minha vida? Como eu pude me afastar da outra pessoa que deveria estar sofrendo tanto quanto eu pelo nosso filho? Como eu pude fazer isso?

Não podia voltar no tempo, nessas horas eu queria que existissem algumas pedras que possibilitasse isso, mas não havia né? E já que não podia voltar, estava começando a ver que poderia pelo menos reescrever a história dali pra frente.

Era dolorido falar, mas era curativo e esses momentos com Sam eram de total reconexão, eram duas pessoas que se amaram muito e tinham uma história maravilhosa tentando encontrar os fios soltos que ficaram no caminho.

No meio da conversa entramos no assunto de Tony, quem ele era, o que fazia na minha vida, era um outro grande alívio deixar Sam a parte de tudo isso. Fazê-lo entender que Tony sabia de tudo, que era mais um amigo do que qualquer outra coisa e contar a ele que eu nunca havia tido nenhuma relação sexual com Tony, tudo não passara de alguns beijos e muita conversa. 

Sam me contava tudo o que havia ficado sabendo pela mídia, em como ele ficou louco de ciúmes e com muita raiva.

- Demorou muito para passar, mas passou. - Ele disse levantando do sofá e se aproximando de mim. Deu um beijo no meu rosto e seguiu para seu apartamento.

Eu não consegui lidar com isso, meu corpo queimava de tanta saudade, que vontade de me reconectar de outras formas com Sam, recuperar o tempo perdido. Minha razão dizia que deveria ir devagar, mas meu coração dizia que não havia tempo a perder. E nessa luta, eu não tinha estruturas para ser racional. Corri atrás dele no corredor do prédio e pedi para que ele voltasse, o que ele fez rapidamente.

- Entra aqui rapidinho. - Eu disse fechando a porta atrás dele, me virei e cheguei bem perto do seu rosto, fechei meus olhos e o beijei.

Sam não podia acreditar, demorou algum tempo para corresponder ao meu beijo, mas o fez. Puxou meu corpo para perto dele e continuou a me beijar fazendo carinho em toda a extensão das minhas costas. Ele sabia o quanto eu amava carinho ali. Passava a barba pelo meu pescoço, e segurava com delicadeza mas com firmeza meus cabelos presos fazendo meu corpo se inclinar enquanto ele o beijava.

E dali sem falar nada fomos para o sofá, depois para a cama. Fizemos amor novamente, matamos a saudade, a vontade de estarmos novamente um nos braços do outro. Assim como no começo do nosso relacionamento, o sexo sempre era muito bom, intenso, gostoso com a única diferença que agora éramos mais maduros, já tínhamos uma enorme intimidade e isso só deixava tudo mais delicioso.

Nossos corpos não haviam se esquecido e conversavam de maneira sincronizada, sem se preocupar com o que viria depois. Éramos novamente Cait e Sam, que poderia ser para sempre, ou só por essa noite.

Sam pedia para eu não me mexer enquanto percorria toda a extensão do meu corpo dando pequenas mordidas seguidas de beijos bem molhados. Eu já não aguentava mais quando pedi ele dentro de mim, mas novamente ele tinha outros planos. Seguiu meu contorno até o interior do minha coxa, subindo até meu sexo. Não ficamos assim durante muito tempo e eu mais uma vez chegava ao clímax.

Ele dava seu sorrisinho de lado, como quem diz: "conheço você muito bem!", depois apoiou o cabeça no braço e olhou pra mim:

- Então... o que vai ser de nós Cait? - Agora sua fisionomia era séria, tinha um ar preocupado.

- Eu não sei Sam. - E eu não sabia! Estava muito certa da minha decisão de seguir sem ele. Tudo bem que isso havia sido antes da gente se reencontrar, da gente conversar e principalmente da gente transar. Mas apesar disso tudo, eu tinha um medo enorme, um medo que eu nem sabia muito bem do que, mas não queria sofrer por Sam como eu tinha sofrido e nem vê-lo sofrer por qualquer coisa que eu pudesse fazer. 

Eu não falei nada disso, mas ele sabia! Ele sentia, como sempre fez. Levantou, agora repousando sua boca sobre meus lábios, e saiu.

Quando nasce o amor? - Sam & Cait (Outlander)Where stories live. Discover now