VII - Quando nasce o amor

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Mimada! Era assim que eu me sentia a cada dia que passava ao lado de Sam. Eu nunca tinha conhecido alguém tão atencioso e tão preocupado comigo quanto ele. Se eu falava que gostava de uma coisa, ele ouvia, gravava aquilo e na primeira oportunidade lá vinha ele me surpreendendo.

Era tão atencioso quanto carinhoso. Suas mãos sempre achavam as minhas, seu olhar sempre achava o meu e estava começando a me preocupar todas as câmeras que capturavam isso, que fosse em entrevistas ou nos bastidores, mas estávamos bem. Estávamos bem demais para ser sincera.

E a verdade é que isso me dava um pouquinho de medo. Sabe aquela sensação de quando as coisas estão bem demais achamos que algo ruim vai acontecer? Então, ela estava se tornando cada vez mais frequente.

Já havíamos terminado de gravar a primeira temporada e estávamos curtindo as nossas merecidas férias. Já havíamos ido para a casa dos pais do Sam e eu simplesmente amei a família dele. Pequena, sim! Bem menor e bem mais silenciosa que a minha, mas com tanta, tanto amor que transbordava.

Sua mãe era uma mulher e tanto, Chrissie era uma doce, me tratava como uma filha e sempre torceu muito por nós dois, eu achava isso lindo e me sentia protegida naquele meio.

Depois da casa dos Heughan nós fomos visitar a minha família!

- Estou até com medo do que vai pensar, a casa dos meus pais é bem barulhenta. - Eu disse preparando Sam no aeroporto.

- Eu vou amar sua família, amar seus pais, porque é por causa deles que você existe, e quer saber de uma coisa? Eu não tenho a mínima ideia mais do que é viver sem você Cait.

Eu não podia me ver, mas eu corei. O que será que era isso que a gente sentia? Será que era mesmo amor?

Nenhum de nós dois éramos mais tão jovens, a gente já havia se relacionado com outras pessoas, a gente sabia que era diferente, que era único.

A casa dos Balfe estava em festa com a nossa chegada. Minhas irmãs, então, estavam enlouquecidas. Todos eles, junto com suas famílias tinham ido para nos receber. E vê-los ali ao lado de Sam foi uma sensação indescritível. Logo o monopolizaram e ele estava um pouco perdido, mas super à vontade com todos, vê-lo assim, era a coisa mais preciosa do mundo.

Subi para meu antigo quarto para guardar nossas coisas, meus pais tinham insistido muito que ficássemos em casa pelo menos pelas primeiras noites. Para minha mãe era inadmissível irmos para um hotel.

- Caitriona? Ou seria Cait? - Era minha irmã Anne que entrava no quarto brincando com o modo que o Sam me chamava.

- Anne!! - Fui ao seu encontro para mais um abraço.

- Eu não consigo não falar que você está radiante e nem que esse cara é mil vezes mais maravilhoso pessoalmente do que na TV. - Ela dizia com a voz baixa como quem está contando um grande segredo.

- Ele é maravilhoso Annie, eu não sei explicar. Mas também tenho medo!

- Eu sei, quer dizer, eu imagino que sim. Mas olha, lembra de viver um dia de cada vez ok!? Lembra que o papai sempre nos dizia isso?

Só consegui assentir com a cabeça. Estar com minha família sempre me deixava sensível. Minha irmã percebeu e deu continuidade na conversa.

- Mas o que rola entre vocês Caitriona?

- Eu não sei irmã, você sabe que tem toda aquela questão do contrato e céus, estar com ele não é a coisa mais fácil do mundo. Você não tem noção do que é. É muita gente em cima dele do tempo todo. São fotos que aparecem na internet, são declarações, mensagens, gente do passado dele que reapareceu. Até um suposto filho dele, você acredita? - Percebi o quanto essas coisas estavam entaladas na minha garganta e o quanto eu precisava falar disso com alguém.

- E??

- Não era dele, mas ele foi atrás, fez o teste mesmo sabendo que não era sabe? Mas não queria deixar nenhuma margem para falarem dele. - Essa fala trazia um alívio tão grande ao meu coração, por saber que ele teve esse tipo de postura.

- Preciso dizer que vocês são perfeitos juntos? Como ele é como pessoa? - Apesar de trocarmos muitas mensagens mesmo longe, era a primeira vez que tínhamos a oportunidade de conversar pessoalmente, como fazíamos na nossa adolescência.

- Ele é... ele é o Sam! Eu não consigo comparar com ninguém que eu conheça. Justo, lindo, maravilhoso, ético, torce por mim, me incentiva a realizar mais e mais sonhos! É carinhoso, maravilhoso na cama.... - Rimos por um tempo, mas logo o silêncio reinou.

- Então não tem um nome? Isso que vocês vivem? - Ela perguntou curiosa.

- Não irmã! Não tem um rótulo. Decidimos não nomear. Nosso início foi tão fluido, mas tão complicado. Sam ficou com aquela raiva de mim, que eu não entendo até hoje. Foi intenso, foi mágico, mas foi confuso. - O fato dele ficar estranho aquela primeira semana comigo, ainda era algo que eu não havia conseguido entender.

- Eu te conheço muito bem, desde que nasceu para ser mais exata. Mesmo longe, eu acompanhei seus relacionamentos e posso dizer uma coisa, Caitriona Mary Balfe?

Só consegui levantar as sobrancelhas, porque um bolo se formava na minha garganta, dando consentimento para ela continuar.

- Você ama Sam Heughan! Como você nunca amou ninguém!

Quando nasce o amor? - Sam & Cait (Outlander)Där berättelser lever. Upptäck nu