Capítulo 14

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Dylan

Não sei como vou achá-la. Afinal é um local místico, eu sei apenas de uma pista, entre a rosa vermelha e a árvore milenar, provavelmente esse é o caminho.

Os pais de Elena estão preocupados com ela, e mal sabem onde ela está, sinto pena deles e queria poder contar, mas já que não posso, tento conformá-los da maneira que posso.

Mas passarei esses dias procurando por respostas, não posso ir atrás dela agora, pois não vou me arriscar dessa forma. Vou esperar um pouco e quando eu sentir que é o momento certo de ir, irei sem pestanejar.

A forma com que Elena me deixou foi como um tiro em meu peito. Eu não tinha a menor dúvida de que ela era o amor da minha vida, eu poderia morrer agora, que em outro corpo, daqui a mil anos, eu reconheceria aqueles olhos castanhos em qualquer lugar do mundo, afinal, é ela… Sempre foi ela.

Elena

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Elena

Mais uma vez o sol raiou e a brisa da manhã entra pela janela em direção a meu rosto, me dando disposição para levantar mais um dia.

Treinarei novamente hoje, não sei qual habilidade desenvolverei dessa vez, mas estou ansiosa. Pra mim é um privilégio poder estar aqui e viver isso, afinal minha vida sempre foi monótona e nada de incrível acontecia, a melhor coisa que me aconteceu em todos esses anos foi Dylan. E agora, o destino me pregou essa peça e infelizmente estamos distantes.

Eu almejei por viver algo extraordinário, e aqui estou, sendo a sucessora da linhagem de fogo Swale e aprendendo a controlar minhas habilidades, há um mês atrás era tudo tão diferente. A vida muda em um piscar de olhos.

Desci as escadas procurando por Dália, ela não estava lá e não havia ninguém além de mim no palácio, imaginei que talvez todos estariam no salão treinando e então fiz o trajeto em direção pra lá.
Minha dedução estava correta, estavam todos lá.

— O sol raiou nesse instante e vocês já estão aqui. — falei enquanto coçava os olhos e bocejava.

— Na verdade nós nem dormimos. Passamos a noite treinando as crianças, afinal toda ajuda na batalha que está por vir é bem vinda. — disse Dália.

— Por que vocês não me avisaram que treinariam a madrugada toda? Eu ficaria aqui com vocês também.

— Não falamos porque você precisa estar descansada para poder treinar. Não queremos te sobrecarregar, você é nova nesse assunto. — disse Aurora.

— Mas dessa forma vocês estão sobrecarregando as crianças. — falei em tom questionador.

— Eles já estão acostumados a isso. Você não, essa é a diferença. — disse Aurora.

Tobias dessa vez estava lá, estava levantando pesos, seu corpo estava suado e as veias de seus braços saltavam. Então o colocou de volta em sua base e veio em direção a nós.

— Mal chegou e já quer ser a líder da criançada? — ironizou ele.

Desde o primeiro dia que cheguei aqui esse homem fica falando comigo dessa forma. Quem ele acha que é?

— Tobias, não fala assim com ela. — disse Dália.

— Mãe, não precisa me defender, deixa que eu mesma o ponho de volta em seu lugar. Olha, eu não sei por que você não gosta de mim e nem quero saber, mas você deve me respeitar. — falei com tom desafiador.

— Só queria testar se você tem mesmo a posição de uma líder, que é o que você será futuramente — disse ele — Se você vai suceder o trono, tem que aprender a lidar com críticas e afrontas.

— Me preocuparei com isso quando for a hora, poupe seus testes pra outra pessoa. — falei.

Ele me encarou com seus olhos azuis, e deu um sorriso de lado. Que homem mais inconveniente.

— Elena, ainda está muito cedo, vista uma roupa adequada pro treino, os uniformes estão no seu guarda-roupa e não se esquece de comer bastantes frutas antes de vir, na casa das curandeiras tem. Após comer, volte pra cá. — disse Aurora.

Então saí de lá como Aurora havia pedido e fui até a casa de Adela achar frutas. Os passarinhos faziam a caminhada parecer mágica, havia flores espalhadas no chão pelo caminho e muitas árvores frutíferas.
Bati em sua porta e pra minha surpresa, quem me recepcionou foi Markus

— Olá Markus, sua mãe está aí? — questionei.

— Não, foi resolver umas coisas e volta já. Mas posso lhe ajudar também, o que você deseja? — disse ele.

Eu não queria entrar lá e ficar sozinha com ele, ele me atraía de várias formas e eu não podia fazer isso com Dylan, não trairei meu sentimento por ele e nem o trairei.

— Eu quero umas frutas, se não for incômodo é claro. — respondi.

— Entra aí, aqui tem várias.

Mesmo contra todos os instintos do meu corpo dizendo pra eu não ir, contra minha própria vontade, eu fui.

Markus foi me guiando em direção a uma mesinha repleta de frutas, algumas eu jamais havia visto antes.

— Pega o que você quiser.

Peguei algumas frutas, uma delas tinha coloração azul e tinha aparência de morango. Provavelmente é uma fruta mística também.

Eu ia saindo com um cesto de frutas em mão quando Markus segurou meu braço, olhou nos meus olhos, e disse;
— Elena… Espera um pouco.

Meu coração ia saltar da boca e no fundo eu não queria que isso acontecesse. Eu não posso.

— Me desculpe falar dessa forma e te pegar de surpresa, mas… Eu gosto de você, desde pequeno eu ouço histórias sobre ti, a bebê milagrosa, e agora você está aqui em minha frente, é como um sonho bom do qual eu não quero acordar.

— Eu realmente não sei o que dizer…

Estou com medo de decepcioná-lo falando que amo outro, ele não merece ser desapontado.

Ainda assim farei a coisa certa e o que meu coração me manda fazer.

Ainda assim farei a coisa certa e o que meu coração me manda fazer

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Uma gota no oceanoWhere stories live. Discover now