Capítulo 36

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No Palácio Snape…

Quara


— A luta não terminou, meus queridos. — falei na tentativa de acalmar a multidão.

No topo da escada, eu observo toda a minha linhagem lá em baixo.

Todos estavam apreensivos, com medo dos Deuses. Mas os assegurarei de que é impossível os mesmos aparecerem, não há registros na história de Northmoss sobre uma vez sequer em que eles apareceram, após dar origem aos nossos poderes.

E além de contas, já fizemos muitas coisas piores, e nada aconteceu. As outras linhagens nunca tiveram força para lidar conosco, apenas agora eles estão se achando superiores por conta daquela garota insolente.

— E os Deuses? Não queremos morrer! — disse a platéia.

— Não sejam covardes! — gritei.

— Vocês estão com medo daqueles vermes? — minha filha questionou.

— Eu acho que vocês estão exagerando. — disseram. — Vocês mataram o garoto, ele não tinha nada haver, CHEGA!

Surpreendeu-me a forma com que toda a minha família se acovardou diante eles, acreditando mesmo na possibilidade de um todo poderoso nos punir.

Minha mãe me contava histórias, e sempre falava sobre os Deuses. "Seja uma garota má, faça o mal, mas não deixe que os Deuses descubram" A famosa história pra controlar as crianças.

— Estou envergonhada da desistência de vocês, mas tudo bem vou lhes provar que não tem Deuses aqui em Northmoss. — falei com plena convicção que estava certa. — Podem ir!

Como o ordenado, todos se retiraram, e foram em direção aos seus quartos, e outros para o salão de treinamento.

Minha filha sobe os degraus da enorme escada, na intenção de chegar até mim. Percebo em seu olhar algo diferente, e seus passos são um pouco mais lentos do que o normal.

— Filha? — Essa palavra ecoou pela sala, e ainda assim ela não olhou pro meu rosto, apenas continuou subindo as escadas.

Definitivamente havia algo errado.

Faltando apenas dois degraus para chegar até mim, ela se sentou e segurou meus pés, como se estivesse me chamando. A preocupação tomou conta de mim.

Desci, e me sentei ao seu lado. Segurei sua cabeça, e tirei seu cabelo do rosto, para ser capaz de ver se havia algo errado.

— Sin-to algo errado comi-go — gaguejou ela.

— Como assim? O que há de errado? — perguntei.

Antes que ela respondesse, senti também algo em mim. Uma dor corroendo meu ser.

Veio à tona um questionamento, eu teria ingerido veneno sem perceber?

Não, eu não acho que tenha sido isso.

Com as poucas forças que eu ainda tinha, puxei Druella pelo braço e arrastei-a pelos dois degraus que faltavam, na intenção de fazer com que ela não perdesse a força e acabasse caindo da escada. E o mesmo valia para mim, já que eu não tinha a mínima noção do que estava acontecendo.

Uma gota no oceanoOnde as histórias ganham vida. Descobre agora