Por minutos ela ficou sem saber o que dizer, e nós também preferimos permanecer em silêncio e esperar apenas por ela. A única coisa capaz de ser ouvida eram os passarinhos cantarolando em volta dos três Deuses ali presentes, junto ao som da ventania rebelde.
— Mas… Eu achei que ele estivesse morto. — disse ela.
— É uma longa história, mas você precisa conhecê-lo. — disse Dália. - Chame-o Elena, por favor.
Quando eu estava me dirigindo até a porta do palácio, Calista me chamou.
— Elena! — gritou ela. — Não precisa. Já o chamei.
Como não imaginei que ela poderia fazer isso com facilidade, e sem ter que ir até ele? Afinal, ela é uma Deusa.
Em questão de segundos, Dylan surgiu frente à porta, fazendo com que todos o olhassem.
Eu o admiro. Não só pela beleza, mas também pela pessoa que ele é. E apesar de termos discutido, no fundo eu sei que tudo ficará bem, afinal, meus olhos sempre brilham ao vê-lo.
Mas dessa vez, teve um olhar mais brilhante que o meu, o olhar de uma mãe que por muitos anos desejou ter seu filho consigo, e que finalmente estava realizando seu sonho.
É uma pena que isso esteja acontecendo sem Markus aqui.
Mas acredito que em breve ele estará aqui, e dividiremos com ele essa felicidade.
Adela continua imóvel, apenas com os olhos marejados.
— Podem me dizer o que estou fazendo aqui? — perguntou Dylan.
Adela não deu tempo pra que ninguém respondesse, apenas correu na direção dele e o deu um abraço apertado.
Foi visível que Dylan não estava entendendo nada, afinal ele não sabia que ela era sua mãe, mas ainda assim, ele retribuiu seu abraço e mergulhou nos braços dela. Adela parecia não querer soltá-lo nunca mais, e eu a entendo.
— Por favor, nós não temos tempo. Logo o corpo de Markus irá se deteriorar. — disse Tessele na intuição de nos apressar.
Adela soltou Markus, apesar de ter sido claramente visível que aquela não era sua vontade.
Mas era para um bem maior, e todos nós sabíamos disso.
— Venha até nós, Dylan. — pediu Bertram.
Apesar de acanhado, ele aos poucos foi se aproximando da figura poderosa e assustadora que estava em sua frente, e tomando cuidado para não chegar perto demais, afinal, Ele é feito de chamas.
— Ajoelhe-se. — Bertram pediu. — Nós precisaremos de terra. Não precisa ser muita.
Imaginei que ele precisaria da terra pelo fato de Niccolo não estar presente, e a terra o substituiria.
— É exatamente por isso, Elena. — afirmou Calista. — Niccolo nunca gostou de nenhum de nós, e essa desavença perdura por milhares de séculos. Você não entenderia.
Nunca acharei normal o fato de alguém saber tudo que penso, mas pelo menos ela me respondeu sem precisar que eu perguntasse.
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Uma gota no oceano
Fantasy[Concluído] Desde muito nova, Elena se sentia deslocada em relação ao lugar onde vivia. As pessoas, os costumes, todos pareciam indiferentes ao seu ponto de vista. Porém, isso nunca afetou a sua vida de forma direta, ela fez amigos, e se divertiu en...