Capítulo 38

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Por minutos ela ficou sem saber o que dizer, e nós também preferimos permanecer em silêncio e esperar apenas por ela. A única coisa capaz de ser ouvida eram os passarinhos cantarolando em volta dos três Deuses ali presentes, junto ao som da ventania rebelde.

— Mas… Eu achei que ele estivesse morto. — disse ela.

— É uma longa história, mas você precisa conhecê-lo. — disse Dália. - Chame-o Elena, por favor.

Quando eu estava me dirigindo até a porta do palácio, Calista me chamou.

— Elena! — gritou ela. — Não precisa. Já o chamei.

Como não imaginei que ela poderia fazer isso com facilidade, e sem ter que ir até ele? Afinal, ela é uma Deusa.

Em questão de segundos, Dylan surgiu frente à porta, fazendo com que todos o olhassem.

Eu o admiro. Não só pela beleza, mas também pela pessoa que ele é. E apesar de termos discutido, no fundo eu sei que tudo ficará bem, afinal, meus olhos sempre brilham ao vê-lo.

Mas dessa vez, teve um olhar mais brilhante que o meu, o olhar de uma mãe que por muitos anos desejou ter seu filho consigo, e que finalmente estava realizando seu sonho.

É uma pena que isso esteja acontecendo sem Markus aqui.

Mas acredito que em breve ele estará aqui, e dividiremos com ele essa felicidade.

Adela continua imóvel, apenas com os olhos marejados. 

— Podem me dizer o que estou fazendo aqui? — perguntou Dylan.

Adela não deu tempo pra que ninguém respondesse, apenas correu na direção dele e o deu um abraço apertado.

Foi visível que Dylan não estava entendendo nada, afinal ele não sabia que ela era sua mãe, mas ainda assim, ele retribuiu seu abraço e mergulhou nos braços dela. Adela parecia não querer soltá-lo nunca mais, e eu a entendo.

— Por favor, nós não temos tempo. Logo o corpo de Markus irá se deteriorar. — disse Tessele na intuição de nos apressar.

Adela soltou Markus, apesar de ter sido claramente visível que aquela não era sua vontade.

Mas era para um bem maior, e todos nós sabíamos disso.

— Venha até nós, Dylan. — pediu Bertram.

Apesar de acanhado, ele aos poucos foi se aproximando da figura poderosa e assustadora que estava em sua frente, e tomando cuidado para não chegar perto demais, afinal, Ele é feito de chamas.

— Ajoelhe-se. — Bertram pediu. — Nós precisaremos de terra. Não precisa ser muita.

Imaginei que ele precisaria da terra pelo fato de Niccolo não estar presente, e a terra o substituiria.

— É exatamente por isso, Elena. — afirmou Calista. — Niccolo nunca gostou de nenhum de nós, e essa desavença perdura por milhares de séculos. Você não entenderia.

Nunca acharei normal o fato de alguém saber tudo que penso, mas pelo menos ela me respondeu sem precisar que eu perguntasse.

Uma gota no oceanoWhere stories live. Discover now