Quara ainda está na porta esperando uma resposta de Dália, que está a alguns minutos imóvel frente à porta, provavelmente pensando se vai ou não.
— Vou interromper seu pensamento pra te lembrar que você não tem escolha, foi esse o trato que fizemos, o filho de Adela em troca da erva. — diz Quara.
Merda, Markus ouviu isso e agora está me olhando como se estivesse com raiva, cometi um erro em não ter contado pra ele sobre isso.
— Eu nunca fui ao mundo humano. — afirmou Dália. — Preciso de mais tempo.
— Não. Ou você vai agora ou eu vou erguer uma parede de terra na sua porta e vocês ficarão presos aí. — ameaça Quara.
Como essa mulher conseguia ser tão baixa ao ponto de vir até nossa residência e ainda por cima nos ameaçar? E o pior é que por um lado ela realmente tem razão, Dália fez o acordo e deveria cumpri-lo.
— Eu só não irei retribuir sua ameaça com outra maior ainda porque eu sei que eu fiz um acordo. Tudo bem. Eu irei, vou só pegar algumas roupas. — diz ela.
— Não vai precisar, é coisa rápida, ainda hoje, talvez, você estará em casa. — diz Quara — Olha pro sol, ele ainda vai se pôr, temos tempo o suficiente pra ir e voltar. - ela aponta para o sol.
Eu acho impressionante a forma como conseguem se orientar apenas observando o céu, sempre fui acostumada com o conforto de saber o horário exato apenas olhando pra um relógio.
— Tudo bem, então vamos. — diz ela.
Dália se aproxima de mim, me abraça apertado, e sussurra em meu ouvido;
— Se eu não voltar, mate-a.Isso fez com que eu ficasse extremamente preocupada, afinal, pra me falar isso ela deve estar ciente de que tem chances de ser uma armadilha, mas Quara não seria idiota a este ponto, afinal ela saberia as consequências.
Sem me dar tempo para que eu responda, Dália saí e bate a porta, esse som ecoa pelo ambiente e o torna silencioso, fazendo com que o clima entre eu e Markus se torne mais pesado ainda. Há apenas eu e ele na sala e os outros estão treinando no subsolo.
— Será que você pode me explicar isso? — pede ele com seu tom de voz calmo.
Eu acho impressionante o fato dele conseguir manter a calma até mesmo quando eu errei, e escondi algo dessa magnitude dele.
— Quara pegou as ervas, e Jack e Dália foram no palácio dela com a esperança de recuperar, porém, apenas com uma condição. Quara queria que Dália fosse junto com ela e Druella até o mundo humano para ver um garoto, que ela suspeita ser o seu irmão. — contei. — Como você já deve ter conhecimento, Dália teve uma ligação com seu irmão e ela conseguiria identificá-lo se o visse, então Quara a usou para conseguir saber se ele ainda está vivo.
De repente vi os olhos de Markus brilharem, ele parecia estar emocionado e sua expressão facial não escondia isso.
— Então ele pode estar vivo - diz ele. — Mas espera um minuto, Dália não vai falar a verdade a ela né? Se caso o garoto for mesmo o Eliot.
— É claro que não, mas com certeza ela irá contar a nós. Eu espero de verdade que ele esteja vivo Markus, afinal eu tenho uma parcela de culpa nisso. — confessei.
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Uma gota no oceano
Fantasy[Concluído] Desde muito nova, Elena se sentia deslocada em relação ao lugar onde vivia. As pessoas, os costumes, todos pareciam indiferentes ao seu ponto de vista. Porém, isso nunca afetou a sua vida de forma direta, ela fez amigos, e se divertiu en...