Capítulo 39

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Calista


O amor mais singelo que alguém pode sentir era o amor que Markus tinha pelo seu irmão.

Como pode ser possível amar alguém que você nem sequer conheceu?

Mas agora, ali estavam os dois, juntos a um coelho, sentados sob a grama verde do chão, que nem era possível ser vista, pelo grande números de vagalumes ali presentes, faziam com que aquele lugar fosse literalmente o paraíso perfeito.

Ao entrar no paraíso de Markus, consegui me conectar com suas memórias e sentimentos, e eu compreendi o porquê de tanto amor.

A primeira lembrança dele que obtive, me deixou super emotiva, e qualquer um que a visse, também ficaria da mesma forma.

•••••••••

Markus tinha apenas sete anos, estava rolando na grama verde sozinho, e aparentemente estava se divertindo bastante.

Um coelho veio saltitante em sua direção. Parou na frente de Markus, e o jovem garoto o acariciou.

— Senhor Coelhinho, hoje é aniversário de meu irmão. E estou super feliz. — Markus falou para o Coelho, entusiasmado. — Acho que hoje meu irmão irá ver eu e a mamãe, vou perguntar a ela, vem comigo, senhor Pompom.

O coelho permaneceu parado, enquanto Markus entrou na cabana, e se separou com sua mãe aos prantos, debruçada sob a mesa, enquanto havia alguns feijões espalhados.

— Mamãe? — O garotinho se aproximou, para ver o que sua mãe estava fazendo.

Ao ver que ela estava chorando, olhou-a de forma curiosa.

— Mamãe, por que está chorando? Meu irmão vem nos ver hoje. A senhora não vai querer que ele te veja assim.

Adela levantou sua cabeça, e olhou para o pequeno Markus.

— Filho, ele não vai voltar. — disse ela, ainda chorando.

— Por que não? Todos gostam de aniversário, de bolo de amoras azuis. — afirmou o pequeno.

— Volte a brincar com o senhor Pompom, ele sentirá sua falta. — Adela tentou mudar de assunto, para não ter que falar a verdade.

Markus saiu da cabana, e encontrou o senhor Pompom.

— Mamãe sempre diz isso, mas eu sei que hoje ele vem brincar comigo, não acha, senhor Pompom? — O garoto desabafou com o coelho.

Markus passou o dia todo lá fora, frente à cabana, na esperança de que seu irmão voltasse, e senhor Pompom também o acompanhou o dia todo.

Quando percebeu que estava tarde, o garoto decidiu que já estava tarde demais para ficar lá fora.

— Quem sabe no ano que vem ele venha brincar conosco, senhor Pompom. — O garoto estava com lágrimas nos olhos, mas ainda assim, sua esperança não tinha fim.

•••••••••

Essa viagem pela memória dele, me fez ficar literalmente emotiva. Mas eu precisava cumprir com meu propósito, então caminhei até Markus, e peguei em seu ombro. Ele se virou assustado, e imediatamente se levantou.

Uma gota no oceanoOnde as histórias ganham vida. Descobre agora