Capítulo 37

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Elena

Ouço a porta bater, e imediatamente caminho até ela para abrir. Ao abrir, me surpreendo com o que vejo: Adela segurando Quara e Druella pelos cabelos, com uma feição triste e raivosa, enquanto as duas estavam apavoradas.

Adela não fala nada, apenas entra no palácio, puxando Quara e Druella, e quase me empurrando no processo. É perceptível que Adela não está pensando direito, afinal, normalmente ela não me empurraria de tal forma.

Após entrar no palácio, ela para frente aos primeiros degraus da escada, e empurra as duas para o chão.

Como isso pode ser possível?

Ao ouvir o barulho de um corpo se chocando contra o chão, Dália e Vince se deslocaram da cozinha e vieram até a sala ver o que estava acontecendo, e também se assustaram.

— Onde está meu filho? Diga que ele não está morto! — Adela gritava, aos prantos. Seu desespero era mais que visível.

— Adela… Por favor, sente-se. — pediu Dália.

— Não! Diz logo! Eu aguento a verdade, por favor, não mente para mim. — gritou ela.

Vince não sabia o que dizer, e muito menos eu. Dylan estava deitado em meu quarto, e me questiono se seria uma boa ideia trazê-lo para ver Adela.

Sim, eu farei isso. Não privarei ninguém de conhecer uma pessoa amada, nunca mais.

— Quara o matou. Adela, eu sinto muito. — disse Dália

— Não, Deus… não! — ela se ajoelhou no chão, e chorou sem parar.

— Mas os Deuses podem trazê-lo de volta! — falei na tentativa de acalmá-la.

Talvez seja cedo demais para contar isso a ela, e se os Deuses mudarem de ideia depois e ele continuar morto? Mas eu tenho que tentar apaziguar a situação.

Ainda ajoelhada sob o chão, ela levantou seu rosto, que estava completamente molhado pelas lágrimas.

— Como assim? — ela perguntou, com o tom de voz baixo.

— Já ouviu falar neles né? Calista, Bertram, Tessele, Niccolo. Os quatro deuses, eles disseram que podem fazer algo pelo Markus. — contei.

— Já, mas… Isso é história pra crianças, não achei que eles ainda existiam. — disse ela.

— Eu prometo que faremos algo por ele, mas agora, eu preciso que se acalme e me diga o que aconteceu com essas duas aí. — falei.

Eu estava com medo de estar fazendo uma promessa vazia, e quebrar o coração de Adela. Mas é necessário que ela acredite que as coisas podem melhorar, assim como eu acredito. Os Deuses não iriam nos encher de esperanças e depois tirá-las, afinal, são divindades.

Eu espero não ter que mudar de ideia sobre isso.

— Elas perderam os poderes, não tenho condições de explicar tudo, mas algo aconteceu e elas estão vulneráveis. — disse Adela, enquanto tirava seu joelho do chão e se preparava para levantar.

Uma gota no oceanoWhere stories live. Discover now