Capítulo 24

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Não tinha como ser o Dylan o garoto do qual Druella desconfiava, seria muita coincidência.

Mas realmente faz sentido, Druella estava atrás dele e não de mim, eu só não consigo compreender como ela chegou até ele.

— O Dylan… Você o viu, tem certeza que ele não é Eliot? — questionei em tom desconfiado.

— Tenho, eu não mentiria pra você, e nem pra Markus. Afinal é da vida do irmão dele de que estamos falando, e eu sinceramente estou triste por não poder dar-lhe esperanças Markus. — respondeu ela.

Eu estava triste por isso, pois eu também esperava receber uma resposta positiva, mas só pelo fato de eu saber que Dylan não tem envolvimento com nada daqui, me alivia, afinal se ele fosse mesmo o Eliot teríamos um grande problema em mãos, Quara e Druella iriam querer matá-lo e eu não poderia fazer muita coisa contra as duas.

Ainda sentada no sofá frente à Dália, não resisto à tentação de perguntar como está a aparência de Dylan.

— Mãe, como ele estava? — pergunto em tom baixo na tentativa de fazer com que Markus não ouça.

— Péssimo pelo que notei, havia olheiras, seu cabelo bagunçado e ele parecia descuidado. — respondeu Dália.

Isso fez com que eu me sentisse péssima, esse não é o Dylan que conheci, ele estava sempre impecável, e sempre muito vaidoso com o cabelo. Lembro-me perfeitamente da forma com as mechas negras de seu cabelo caíam em seu rosto enquanto ele falava comigo, e ele sempre tornava a colocar a mecha rebelde de volta em seu devido lugar. Eu sempre prestei atenção nesses detalhes, pois não há um centímetro de seu corpo que seja imperfeito.

E agora, eu o destruí.

Não consegui disfarçar esse sentimento, e uma lágrima escorria de meus olhos enquanto na minha memória estava apenas a lembrança de quem Dylan era.

— Elena, calma. — Markus vem em minha direção e se abaixa em minha frente secando as lágrimas de meus olhos. — Pelo menos ele está seguro, Quara e Druella não o atingirão.

Enquanto ouvia suas palavras abri os olhos que ainda estavam molhados e olhei seu semblante, ele estava triste por ter criado esperanças de que talvez seu irmão estivesse vivo.

— Como Druella chegou até ele? — indaguei.

— Eu também gostaria de saber, mas acredito que foi pura coincidência. Ela sabia onde você estava por ter passado anos tentando lhe rastrear. Talvez ela tenha sentido algo ao vê-lo, mas precisava de minha confirmação para saber. — respondeu ela.

— Eu entendo. Aqui tem algum daqueles livros sobre elementos? — questiono.

— Tem sim, mas você vai ler agora? Já está tarde e você devia descansar, pois amanhã voltará pra o palácio dos Clives. — diz ela.

— Sim, eu não vou conseguir dormir de qualquer jeito. Então irei ler, é o meu refúgio, e é melhor ainda, pois estarei lendo sobre mim mesma. — respondo.

Eu estava triste, mas eu precisava ler algo sobre o poder da água, que irei aprender amanhã.

Quem sabe assim, só assim, eu fuja um pouco do tormento que é saber que ele está sofrendo, e que eu não posso fazer nada.

Mas, nesse momento, eu juro a mim mesma que quando tudo estiver bem em Northmoss, eu voltarei pra ele.

Dália me guia em direção a uma das salas existentes no palácio e me deparo com uma grande biblioteca, o teto tinha detalhes diferentes, alguns desenhos angelicais e suas estantes de madeiras rústicas, os livros estavam empoeirados, pelo visto ninguém ia muito ali.

Passo alguns minutos procurando algum livro sobre os elementos, mas era difícil, quando todos os livros lá eram sobre isso. Mas eu precisava de um específico, do qual Rosalyn havia mencionado em um de nossos momentos.

Após muita procura, encontro o que desejo, o livro era antigo e suas páginas estavam amareladas, com algumas manchas. Coloco-o sob a mesa e me sento numa cadeira, abro o livro e a poeira sobe em meu rosto, imediatamente espirro, mas continuo folheando as páginas até achar o capítulo que fale sobre a água.

Folheio cerca de 100 páginas e finalmente acho, esse livro bem que poderia ter um índice, tornaria as coisas bem mais fáceis.

"O poder da água é o segundo mais singelo, é necessário ter paciência para controlá-lo. A água está presente em tudo, e os dominadores da mesma devem tomar um grande cuidado, pois com um deslize sequer seriam capaz de inundar cidades, de secar lagos, e até mesmo de matar uma pessoa, inundando-a com toda a água presente em seu corpo."


Um trecho interessante e que poderia ser útil na guerra, decido folhear um pouco mais e achar algo sobre o poder da terra.


"A terra está presente até no solo em que pisamos, um dominador de terra controla até mesmo o chão abaixo de nossos pés, é necessária muita disciplina para controlá-lo, é o elemento mais versátil e de poder extremo e absoluto se bem controlado."


Eles literalmente podiam tirar meu chão se quisessem, isso é interessante.

Pego este livro e vou com ele para meu quarto, apesar de ter dito que não iria dormir, o sono acabou me vencendo.

A casa está silenciosa, Dália provavelmente está dormindo, e Markus deve ter dormido em um dos quartos.

**

Dylan


Mais do que nunca agora preciso saber o que está acontecendo com Elena, eu já tinha em mente tentar ir até lá.

Mas agora isso deixou de ser apenas um plano.

Quem era aquela mulher misteriosa que apareceu junto com as duas loucas? Ela tinha o olhar semelhante ao da Elena, e sua feição era parecida.

Tão perfeita quanto Elena.

Seria ela sua mãe?

Por que elas viriam aqui? Por que logo comigo?

São tantos questionamentos sem resposta, sinto-me a beira da loucura. Em plena madrugada e eu estou com a luz do quarto ligada, com os olhos quebrados e apenas pensando em tudo isso.

Meus pensamentos são interrompidos por alguém batendo na porta do quarto.

Isso é estranho, eu não tenho colega de quarto, e eu não espero visita a essa hora.

Vou em direção a porta, como estou num dormitório de faculdade não há perigo de ser um maníaco.

Abro a porta, e sou surpreendido.

Isso está mesmo acontecendo?

Uma gota no oceanoNơi câu chuyện tồn tại. Hãy khám phá bây giờ