Capítulo 19

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No instante que pedi pra que Rosalyn falasse, Vince entrou e dava pra perceber que ele estava sem entender o que houve, e mais, sem entender o motivo de Jack estar lá.

— Oi. O que houve? — perguntou Vince.

— Elena perdeu os poderes do fogo por conta daquela receita antiga, e agora não tem como tê-los de volta, pois os Snapes sabotaram a plantação da casa de Adela. — disse Dália.

Rosalyn interrompeu.
— Vou lhes contar meu plano, pelo fato de Elena estar sem seus poderes do fogo ela é vulnerável, então poderíamos mandar as duas pessoas mais poderosas presentes aqui agora, Jack e Dália, na casa dos Snapes com o intuito de intimidá-los até eles resolverem devolver. — disse ela.

Ela realmente acertou ao dizer que eu não iria gostar, como eles iriam sozinhos a um palácio lotado de pessoas com poderes da terra?

— Não faça isso, seria imprudente. — disse Vince.

— Eu concordo. — falei.

— Eu irei. E acredito que Jack também. — disse Dália.

Eu estava preocupada com isso tudo, afinal era culpa minha. Eu poderia ter escolhido apenas o poder do fogo que era o que eu já sabia controlar, e agora se isso não der certo terei que esperar um ano inteiro para tê-lo de volta.

— Claro que eu vou. Vamos agora então. — diz Jack arqueando a sobrancelha enquanto olha pra Dália.

Pude perceber o olhar raivoso de Vince direcionado a Jack, era completamente compreensivo, afinal, é a mulher dele. Mas eu sinceramente acredito que Dália e Jack foram feitos um pro outro, afinal sou fruto disso.

— Como vocês irão intimidá-los? — pergunto.

— Eu não sou de mandar recado, falarei diretamente com Quara e quem se colocar em meu caminho vai se arrepender. — responde ela em tom firme.

Pra mim não era novidade que Dália tinha muita postura e era muito intimidadora, mas dessa vez ela estava diferente. Aparentemente é verdade o que todos sempre dizem, as mães viram feras quando alguém apronta com seu filho.

Dália e Jack saem do palácio em direção ao castelo da terra.


Jack


A caminhada com Dália é silenciosa, e me causa calafrios, sinto o mesmo por ela há muitos anos... E a cada vez que a vejo, sempre parece que é a primeira vez que estou encontrando-a.

Enquanto andamos, olho pra as flores que cercam nosso caminho e que me remetem lembranças antigas. Eu a amo, e nunca tive dúvidas disso.

E quando voltei à realidade me dei conta de que já estávamos frente ao palácio da terra, havia dois guardas na porta.

— Deixem-nos entrar, agora! — ordeno.

— Não. Nossa função é garantir a segurança de nossa rainha e não vamos permitir que vocês entrem.

Dália solta um riso irônico, e noto a raiva em seu olhar.

Ela mostra a palma de sua mão ao guarda.

— Minha mão está vazia agora, mas basta um pouquinho de esforço para que uma bola de fogo saísse dela e eu a jogue em direção a esse seu traje. Tenho certeza que posso arrancar seu elmo sem o menor esforço. — ameaça ela.

Dália é mesmo uma mulher incrível.

Mostro a palma de minha mão ao guarda, e o ameaço.

— Eu posso inundar seu traje por dentro, e tenho certeza que você não vai gostar. — falo.

Os guardas continuam com sua postura inalterável, e não vemos outra saída a não ser cumprir com as ameaças.

Dália fecha os olhos com a palma de sua mão na altura dos ombros, e duas bolas de fogos flutuam na palma de sua mão. Apenas esperando para serem lançadas em direção aos guardas.

Faço o mesmo, elevo às mãos a frente de meu rosto e crio uma bola d'água e as permito flutuar em minhas mãos.

A essa altura, os guardas olharam assustados.
Temiam pela sua vida, afinal eles não estavam lidando com qualquer um, e sim com os representantes das duas linhagens mais poderosas de Northmoss.

Garanto que não estou exagerando, sozinhos já somos extremamente poderosos, Dália com o poder de incendiar cidades, apenas com o arquear de suas mãos. E eu com o poder de criar tsunamis, afundar uma cidade inteira.

— Vocês estão em desvantagens, são apenas meros controladores de terra, escravos contratados. Não são tão poderosos quanto nós. — afirmo.

— Já perdi a paciência. — diz Dália.

Ela prensa o guarda contra a parede e o olha com raiva, com uma mão segura o braço dele na parede e com a outra está uma bola de fogo, indo em direção ao elmo do rosto dele, do qual ela estava prestes a tirar.

— Vocês vão nos deixar entrar, se não quiserem morrer aqui. — diz ela.

Os guardas se dão por rendidos e nos permitem entrar.

O palácio está aparentemente vazio, provavelmente estão todos no subsolo treinando.

A vida deles é essa. Treinar, e treinar. E a única distração, é fazer o mal.

Mas Quara e Druella, só ficam em seus respectivos quartos, planejando a próxima maldade a ser feita.

Invadimos porta por porta a procura delas, e quando nos demos conta, faltavam apenas duas a serem abertas.

Dália abre uma das portas, e eu abro a outra.

A porta que eu invadi não tinha ninguém. Então Quara e Druella estão no quarto em que Dália entrou.

Fui em direção a ela, e Quara estava sentada numa poltrona, Druella não estava lá.

— Estava esperando por vocês. — diz Quara em seu tom de voz grosso.

Eu odeio essa mulher mais do que qualquer coisa nesse mundo.

— Antes que venham com ameaças tolas e fúteis, eu já sei o que vocês querem e tenho uma proposta. — diz Quara.

— Ameaças tolas? Você sabe do que somos capazes. — afirmo.

— Sei sim, são capazes de gerar uma aberração de circo que fica andando pela northmoss achando que é valiosa. — ironiza Quara.

Meu corpo ferve de raiva. Mas tenho que me controlar até ela entregar a maldita erva.

— Calma Jack, nós não queremos que você caía morto no meu tapete, não quero que você o suje. — diz Quara.

— Chega de provocações idiotas, você não é criança. — diz Dália.

— Eu entrego sua preciosa erva sim, mas quero uma coisinha em troca. — diz ela.

Uma gota no oceanoWhere stories live. Discover now