Capítulo 23

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Elena


Algumas horas se passam e eu e Markus ficamos durante toda noite conversando, eu estava nervosa e ansiosa pra saber o que havia acontecido, estava roendo todas minhas unhas uma por uma, e quanto mais o tempo passava meu coração apertava com medo de algo ter acontecido com ela.

Não sei como pude ter criado sentimentos por alguém tão rápido, mas já a vejo como uma mãe, e parece que nos conhecemos desde sempre, pois temos uma conexão verdadeira. Não é somente aquele amor de uma filha pela mãe, é algo de amigas também, já me foi dito que por termos poderes, sentimos mais que o normal, nossa conexão com os sentimentos é maior e portanto nossa ligação um com o outro é especial.

Sempre me apaixonei rápido, a prova viva disso é que quando eu e Dylan começamos a nos relacionar nos conhecíamos há muito pouco tempo, cerca de semanas, e nós criamos uma ligação tão forte em um curto período, agora finalmente sei o motivo disso.

Sempre fui intensa, não me entrego pela metade e não mergulho com a metade do corpo, eu me jogo inteiramente, e agora sei que isso tem uma explicação maior.

Enquanto estou pensando, o silêncio reina no ambiente, pois passamos tanto tempo conversando que de repente já nem tínhamos mais o que dizer um ao outro, e a única saída é viajar em memórias…

Quando se fala em memórias é impossível que eu não me recorde de Dylan e o pouco que nós passamos juntos.

Dançávamos lentamente no meio do salão de festas da faculdade, quando ele parou e se ajoelhou em minha frente e me pediu em namoro na frente de todos, já tive vários momentos bons na vida, mas essa ganha de todos.

Na noite em que o conheci, e nossos olhos se encontraram pela primeira vez, e ele deduziu que nos veríamos novamente, e para minha sorte, ele havia acertado em cheio nisso.

Lágrimas começam a escorrer de meus olhos e eu tento imediatamente disfarçar, eu não estava disposta a explicar o motivo, não por vergonha, mas sim por não querer machucá-lo

Já está ficando tarde, e o sono começa a aparecer, mas luto contra ele, eu quero saber se Eliot está vivo ou não.

— Já que vamos passar a noite toda juntos, o que acha de darmos uma volta lá fora? Aposto que tem muitos lugares aqui que você nunca viu. — convida ele.

— E se Dália chegar e eu não estar aqui para recepcioná-la? — questiono.

— Eu tenho certeza de que uns minutos lá fora não farão diferença. — ele diz enquanto se levanta do sofá e estende sua mão.

Eu seguro, e levanto.

Saímos do palácio e fomos caminhando em direção a um lugar que eu nunca havia ido, em frente ao palácio tem cinco caminhos, o da frente leva até os curandeiros e os outros três aos respectivos palácios das outras linhagens, mas havia um que eu nunca tinha ido, e para mim é uma surpresa eu nunca ter nem sequer o notado.

A noite é iluminada pelas luas e as estrelas, que brilham com mais intensidade aqui do que no mundo humano, a sua luz ilumina nosso caminho e seu brilho reflete nos cabelos loiros de Markus.

A caminhada é silenciosa, mas o que nos cerca é magnífico, muitas plantas bonitas e um caminho iluminado, como se houvessem pisca-piscas típicos de natal lá, mas não, era natural.

Andamos mais um pouco e Markus dar uma pausa.

— Aqui é o lugar Elena. — diz ele firmando seus pés no chão e colocando as mãos na cintura.

Vejo várias árvores enormes, olho para o céu tentando ver onde elas terminam e não consigo visualizar, o lugar está com um tom azul escuro e o chão iluminado por centenas de vagalumes, que voavam como se estivessem brincando entre si.

A vista é deslumbrante e eu nunca havia visto nada tão lindo.

— Gostou? Isso não é nada perto das outras florestas que tem aqui. Northmoss é uma área extensa. — diz ele.

— Eu simplesmente amei. Muito obrigado por ter me trazido aqui, mas precisamos voltar, com certeza eu quero vir aqui novamente. — respondo.

Saímos e repetimos o trajeto, só que dessa vez estamos voltando.

Chego ao palácio e Dália não está, eu estava com esperanças de que ela já estivesse chegado.

— Como você pode não estar nervoso? É sobre seu irmão. — falo.

Eu estava cada vez mais impaciente, ainda mais por saber os riscos e a possibilidade disso ser uma armadilha suja.

— Eu estou nervoso Elena, eu só não demonstro isso, pois não adianta nada, fica calma. — diz ele.

Markus é um exemplo de pessoa, ele conseguia manter a calma em momentos como esse, coisa que eu jamais conseguiria.

**

Cerca de duas horas já se passaram e eu estou muito preocupada, se eu soubesse o endereço sem dúvidas já teria ido até lá.

Escuto um barulho de passos se aproximando da porta e eu cruzo os dedos torcendo pra que seja ela.

Giram a maçaneta, e olho imediatamente.

É ela.

Vou correndo em sua direção e lhe dou um abraço apertado, de alívio.

— Eu estava preocupada. Ainda bem que você chegou. — falo.

— Tudo bem, agora eu estou aqui. — ela acaricia meus cabelos.

Afasto-me de seus braços para fazer o questionamento pelo qual eu e Markus passamos a noite toda ansiosos para ter.

Dália me interrompe:
— Foi uma confusão tremenda, foi horrível estar com aquelas duas por tantas horas.

— Mas enfim, o garoto era o Eliot? — questiono.

Dália respira fundo como se estivesses prestes a dar uma notícia bombástica.

— Não, ele não era o Eliot. — afirma ela.

— Como você tem tanta certeza? — questiono.

— Eu sei que não era, pois eu não senti nada ao vê-lo, e você devia estar feliz, pois percebi que ele lhe conhece. — diz ela.

— Como assim? Quem era o rapaz? — questiono.

— Não sei o nome, mas ele morava na faculdade e disse que Druella tirou você dele. — responde ela.

Dylan.

Uma gota no oceanoWhere stories live. Discover now