7 - capítulo

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    Freen Sarocha


- Jennifer, passa na minha casa hoje. – falei baixo com a loira que anotava algo em sua prancheta. Ela tirou os olhos da prancheta e abriu um pequeno sorriso.

- Claro, senhorita Sarocha. – ela disse e eu apenas dei um pequeno sorriso. Apenas quero aliviar o estresse, esse é um jeito válido pra mim. Se não fosse isso seria um maço de cigarros e meia garrafa de qualquer bebida alcoólica. Transando eu me prejudico bem menos. Andei pelo corredor observando o movimento fraco do hospital, de certa forma isso é uma coisa boa. E eu seria uma pessoa ruim se preferisse o contrário.

- Doutora Sarocha. – uma moça baixinha e de cabelos ruivos veio correndo do final do corredor em minha direção. Eu parei e fiquei a encarando esperando ela falar. – Senhora Savinon deseja falar com a senhora na recepção. – ela disse e eu acenei a seguindo em silêncio. Assim que chegamos vi a morena que sempre teve um corpo belo demais.

- Senhora Savinon. – chamei, já não tinha intimidade de chama-la por apelidos.

- Doutora Sarocha. – Anahí acenou com a cabeça. – Posso falar com a senhora? – disse e eu assenti, o estranhamento já era grande só pelo fato de nos tratarmos por sobrenomes. Apontei com uma mão a lanchonete e esperei que ela seguisse pra lá primeiro, logo indo atrás dela. Ela se sentou em uma cadeira e eu pedi um suco de laranja, que sabia ser sua preferência, e uma água pra mim. – Então, eu vim me desculpar. Por minha esposa. – eu arqueei uma sobrancelha. – Por conta das palavras que ela usou quando te encontrou na casa da Becky. – ela disse e recebemos nossas bebidas.

- O que Dulce diz já não me atinge, Anahí. - falei e abrir a garrafa de água, logo derramando metade de seu conteúdo em um copo e bebendo um longo gole.

- Mesmo assim, eu queria me desculpar. A gente se conhece a tanto tempo. – ela disse e eu suspirei, não gosto de ser grossa com a Annie, quer dizer, Anahí. Por que ela nunca me tratou mal, mesmo depois de todas as brigas.

- Senhora Savinon, agradeço sua preocupação, mas não é necessário. – me levantei e vi Dulce caminhando em nossa direção, massageei minhas têmporas sabendo que viria confusão.

- Amor, o que veio fazer aqui? Tudo bem? – ela perguntou depois de lançar um olhar assassino em minha direção, como se eu estivesse esfaqueando sua esposa.

- Tudo bem amor, estava esperando você terminar a consulta, e a Freen me fez companhia. – ela disse e por muito pouco eu não fiz uma careta.

- Hm, obrigada. – Dulce disse e eu me forcei acreditar no que eu tinha escutado.

- Não foi nada, com licença. – deixei uma nota pra pagar as bebidas e saí daquele lugar, as pessoas devem estar muito loucas ou piradas. Uma pena não ter uma ala psiquiatra no hospital. 

Eu poderia conseguir algumas vagas para elas, até tentaria arrumar no mesmo quarto. Está vendo, não sou tão ruim assim. Meu turno se encerrou e eu passei pela enfermaria apenas pra dar uma piscadela pra Jennifer, ela tem uma bela bunda redondinha. Seguir até meu apartamento e estacionei em minha vaga, entrei no elevador e logo vejo uma senhora vindo em direção ao mesmo, com dois sacos de papel carregado de compras, eu até deveria segurar o elevador pra ela, mas pra falar a verdade, eu prefiro estar no elevador desacompanhada, então deixei que as portas se fechassem logo depois que apertei meu andar no painel. Abrir a porta do apartamento e fui até a lavanderia deixar o jaleco na máquina de lavar. Voltei a meu quarto e fui logo tirando a roupa e indo em direção ao meu banheiro. Liguei a banheira e não esperei que ela enchesse, entrei e perdi a noção do tempo ali dentro, imersa em lembranças, que ao mesmo tempo em que são boas, trazem uma pequena dor.

Flashback On.

- Quebra essa Freen, a garota é legal. E não vai dar pra ficar com a Annie se ela estiver sozinha. – Dulce pedia andando pelo meu quarto.

- A garota tem quinze anos, Dul. Não vai rolar não. – falei arremessando uma bola de beisebol pra cima.

- Você tem dezessete idiota, vou ficar te devendo uma. – falou e eu bufei.

- Se eu cobrar todas as que você me deve. E qual esse lance de querer ficar com as meninas do primeiro ano, você está no terceiro. – fiquei de pé e fui procurar uma roupa. – Eu vou com você, mas se ela for feia, eu juro que venho embora, ou então você vai ter que pagar todas as bebidas pra que eu fique muito bêbada.

(...)

Entramos na festa lotada e com um som muito alto, assim que Dulce colocou os pés dentro da casa, já começou a dançar, não entendo como pode gostar tanto. Nos dois minutos que estávamos ali dentro, esbarraram em mim cinco vezes.

- Cadê essa garota, Anahí, que você quer pegar e a amiga feia? – perguntei próxima ao ouvido da minha amiga e ela deu uma gargalhada.

- Você está mesmo com isso de acreditar que ela é feia? – ela perguntou e eu assenti. – Você vai morder a língua quando a ver, Rebecca é linda. Se ela não fosse tão meiga, eu tinha deixado você na sua cama e tentaria um triângulo amoroso com as duas. –  disse e eu dei de ombros, ela me puxou pelo pulso e me arrastou para o bar. Eu dúvido muito que metade das pessoas que estavam ali tinham mais de dezoito anos, mas como é uma festa particular, ninguém pede documentos. Pedi uma cerveja e me sentei ali em um dos bancos giratórios, enquanto minha amiga disse que ia atrás das garotas. Eu não sei como Dulce conheceu Anahí, apenas sei que a Dul está caidinha por ela. Depois de alguns segundos eu vi ela vindo em minha direção de mãos dadas com uma morena e logo atrás delas uma menina linda. Minha boca abriu e minha cerveja foi para o chão, linda. Ela é muito linda. A garota levantou os olhos até os meus e eu me perdi em seus castanhos. – Bom meninas, essa é a minha amiga que eu falei pra vocês. Annie, vamos pegar uma bebida? –  puxou a morena e me deixou sozinha com a tal garota.

- Rebecca Armstrong. – ela disse estendendo sua mão pra mim, a apertei levemente. A pele tão macia e eu sentindo até medo de machuca-la.

- Freen Sarocha. – falei depois que conseguir fechar a boca e respirar normalmente. Pisei no chão e sentir meu pé encostando-se à garrafa que antes estava em minhas mãos. – É um prazer conhecê-la. – falei ainda segurando sua mão. Ela deu um leve sorriso e eu me perdi nas sensações desconhecidas.

- O prazer é meu, Freen. – ela disse. – Quer dançar? –  perguntou e eu assenti. Rebecca me puxou pela mão que ainda segurava a sua. Um imã nos grudou.

Flashback Off.

Saí dos meus devaneios com o som da campainha, percebi que minha pele já estava enrugada. Me xinguei mentalmente por ter ficado tanto tempo perdida em lembranças. Saí da banheira e me enxuguei, peguei um roupão e fui até a porta. Assim que abrir vi a loira parada na porta.

- Posso entrar doutora Sarocha?

................... 


Boa noite amores 😉❤ 

My Mistakes - FreenbeckyWhere stories live. Discover now