18 - capítulo

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Hoje é dia de atualizar, My Mistakes ❤ Bom dia amores da minha vida! 

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    Freen Sarocha


Desde que Rebecca praticamente invadiu minha sala já haviam se passado duas semanas, e o que aconteceu? Trabalhei e tentei me aproximar da Lexa, mas ela parecia meio arredia, como se estivesse fugindo.

- Você está pronta? – Laur entrou na minha casa, e eu levantei meu corpo do sofá pra olha-la.

- Achei que tinham desistido. – falei e me deitei novamente. Hoje é o dia em que combinamos de ir ao orfanato. E elas estavam atrasadas a quarenta minutos.

- Clarke não conseguia se decidir sobre qual suéter usar. – Laur revirou os olhos e eu me levantei do sofá.

- Vamos logo, quanto vocês arrecadaram? – perguntei trancando a porta.

- Mais do que você imagina. – ela disse e nós seguimos ao elevador em silêncio, e assim ficamos. Quando saímos do prédio, eu vi um caminhão de pequeno porte estacionado na frente da minha casa. – Esse é o que nós vamos levar, Camz já levou o outro junto com a Clarke. – ela disse e nós entramos no caminhão.

- Realmente, conseguiram muita coisa. – falei vendo a Laur colocar na primeira.

- Minha mulher tem um charme que você não faz idéia. – a idiota da minha amiga disse com um sorriso orgulhoso. Liguei o som e aumentei o volume, não que eu goste da música, eu apenas gosto do silêncio e com Laur é impossível que ele exista. Além do mais eu ainda tinha que tentar entender o que aconteceu com a Lexa nos últimos dias. – E AI, COMO FOI SUA SEMANA? – ela não consegue se segurar. Abaixei o volume sabendo que teria que conversar de qualquer forma.

- Foi estranha. – me limitei a dizer isso, mas Laur não consegue ficar apenas com essa resposta.

- Estranha, tipo como? – perguntou e eu afundei no banco do carona.

- Lexa tá estranha, tá meio arredia. Achei que tava conseguindo me aproximar, mas ela tá fugindo de mim como o diabo foge da cruz. – falei e minha amiga fez um som longo de concordância.

- Eu acho que você tá enganada. – ela disse e eu a olhei procurando respostas. – Você seria o diabo da história, não a Lexa. – eu revirei os olhos enquanto ela ria da sua piada horrível. – Sério agora, talvez ela esteja com medo de abrir espaço pra você. Você não disse que o amigo dela, filho da Dulce, te deu o número dele? Por que não liga e tenta falar com ele? – perguntou e deu de ombros, essa era a melhor idéia que alguém tinha me dado até agora, se bem que eu só falei com Lauren até agora.

(...)

- Quantas crianças moram aqui? – perguntei a Camila quando parei ao seu lado, vendo Lauren ajudando a descarregar os caminhões.

- Quarenta e duas. Já pensou que a maioria foi abandonada, que não teve nem chances de receber o amor que mereciam? – olhei para o lado e vi a mulher que a tantos anos eu conheço com uma lágrima escorrendo de seus olhos. – Eu agradeço todos os dias pelos meus pais terem me adotado. – as vezes eu chegava a me esquecer dessa história, Camila foi adotada pelos Cabellos quando tinha três anos de idade. Coloquei a mão no ombro dela e apertei levemente, tentando passar o mínimo de conforto pra ela. Não sou nada boa nisso.

- Vou dar uma volta por ai, vai ficar bem, Camila? – perguntei e a mulher assentiu com um sorriso carinhoso e apertou levemente minha mão antes de me agradecer por estar presente. Comecei a andar pelo lugar e percebi que o terreno era deveras grande. A grande casa ficava mais a frente e o terreno atrás tem, além de algumas árvores, alguns brinquedos, alguns já desgastados. Continuei a caminhar com as mãos nos bolsos da minha calça jeans. Eu já não ouvia tanto a movimentação das crianças perto da casa, eu vi no rostinho de cada uma a felicidade de receber tantas coisas. Meu coração fica pequeno em saber que provavelmente eles ficariam feliz apenas com algumas caixas de leite e muitos de nós reclamamos de coisas sem sentido todos os dias, e com isso eu quero dar ênfase principalmente na minha pessoa. Ao longe ouvi alguns resmungos e percebi que não era das crianças se divertindo, e sim de alguém mais ao longe. Seguir o som e procurei entre algumas árvores até ver uma garoto pequeno com um óculos sentado em uma árvore olhando para o chão com um olhar amedrontado. – Tá tudo bem? – perguntei e o garoto se assustou ao perceber que tinha mais alguém ali. Ele me encarou com receio.

- Quem é você? – ajeitou seus óculos.

- Freen, e você? – perguntei tentando passar confiança para o garoto.

- Não conheço você. – ele disse e eu percebi que ele queria descer, mas estava com medo.

- Já me apresentei, vim com algumas amigas trazer algumas coisas para o orfanato. E você, garoto que eu não sei o nome, o que faz em cima dessa árvore sozinho enquanto todos estão lá na frente se divertindo? – perguntei esperando que assim o garoto falasse algo.

- Eu... Eu subi aqui e os garotos mais velhos levaram o banco que me ajudou a subir, e eu tenho um pouco de medo de altura. – falou com as bochechas coradas.

- E por que subiu ai? – perguntei me aproximando da árvore.

- Eles me desafiaram e prometeram que não mexeriam mais comigo se eu subisse. – o garoto de pequena estatura disse realinhando seus óculos de grau.

- Você quer ajuda, garoto que eu não sei o nome? – aticei mais uma vez esperando que ele me dissesse.

- Allan. – ele disse olhando pra baixo com os olhinhos receosos

- Pula aqui nos meus braços e eu te pego. – falei e o garoto voltou pra trás desconfiado. – Tá bom, eu to precisando de um conselho, podemos conversar? – perguntei e o garoto assentiu. – Eu tenho uma filha de quatorze anos, a gente brigou algumas vezes e agora estou tentando fazer as pazes, mas não sei como. – falei e o garoto me analisava enquanto eu me sentava no chão com as pernas como um índio.

- Você já tentou conversar com ela? – ele perguntou e vi ele se ajeitar encostado na árvore.

- Já, ela não gosta muito de conversar comigo. – falei e acabei fazendo uma careta.

- Quero dizer, você já falou pra ela que quer fazer as pazes? Talvez ela não saiba de verdade o que você quer. – ele falou e eu pensei na possibilidade.

- Quantos anos você tem, Allan? – perguntei com curiosidade.

- Sete anos. – ele disse e voltou a encarar o chão. – Senhora Freen? – ele me chamou e eu respondi com um som nasal. – Poderia me ajudar agora, eu acho que posso pular. – ele disse e eu sorri me pondo de pé e me aproximando da árvore, estiquei meus braços e o garoto posicionou suas mãos no galho pra lhe dar apoio. – Vou contar até três. – ele fez a contagem e pulou nos meus braços. Allan ficou encolhido alguns segundos com os olhos fechados, como se esperasse o contato com o chão.

- Acho que nós fomos uma boa dupla. – falei e ele finalmente abriu os olhos.

- Oh, obrigado. Eu ia ter que ficar aqui até a noite quando eles resolvessem voltar. – coloquei o garoto no chão e vi que eles estava envergonhado. 

Nós fomos até a frente da casa e vi que as crianças brincavam com alguns brinquedos que também haviam sido tragos. Allan ficou ao meu lado o tempo todo, quando eu sugeri que ele brincasse notei seu desconforto. Fui até Lauren e peguei dois carrinhos, me sentei no chão com o garoto e começamos a brincar, percebi que eu era o único adulto ali que estava sentado no chão e brincando com alguma criança. Foi a melhor sensação que eu tive em muito tempo.

My Mistakes - FreenbeckyOnde as histórias ganham vida. Descobre agora