22 - capítulo

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     Freen Sarocha


- A senhora foi para o evento da tia Mia? - Lexa perguntou enquanto comíamos pizza no almoço, os adolescentes escolheram.

- Para o jantar não, apenas ao orfanato, vocês foram? - perguntei pegando batata frita que o Dylan estava misturando com sua pizza.

- Tia Mila convidou a mama, mas ela tava meio indisposta. - falou e deu de ombros, eu nem sabia que elas ainda se falavam. - A gente queria ter ido ao orfanato. - apontou pra ela e o Dylan que estava de boca cheia. Ele engoliu e bebeu um gole do seu refrigerante.

- Pois é, mas nossas mães decidiram que era melhor não irem. - o garoto falou coçando a nuca e eu soube que elas sabiam que eu iria. - A senhora podia levar a gente lá, não é Lexa? - o garoto perguntou animado e a garota deu uma cotovelada nele. Como se acreditasse que eu nunca faria isso.

- Eu adoraria, tem um garotinho lá, Allan, ele é bem divertido. - falei e os dois me olharam com expectativa. - Que tal se combinássemos de nos ver de novo em uma tarde e formos lá? Eu to livre na quinta e vocês? - os dois se entre-olharam e sorriram.

- Estamos livres. - disseram juntos. Terminamos nosso almoço e seguimos para o parque que sempre era movimentado por famílias. Abrir a porta traseira e peguei a bola redonda de cores branca e preta. E joguei pra Lexa que a segurou no ar.

- E então, o que tem pra me ensinar? Pega leve, acabamos de comer. - ela rodou a bola em suas mãos enquanto a analisava.

- Tem remédio pra dor nas costas, velhote? - a garota perguntou e jogou a bola no chão começando a chuta-la pelo parque a dentro com Dylan a seu encalço. Abrir o bolso da mochila que Lexa tinha deixado no banco do passageiro e peguei a cartela do seu remédio, fechei a porta do carro e voltei a abri-la, fui até o porta-luvas e peguei um remédio pra dor muscular. Melhor prevenir. Tranquei o carro e fui em direção aos jovens. Lexa fazia embaixadinha e Dylan prestava atenção enquanto a garota explicava, quando Lexa me viu, ela chutou a bola mais para o alto e a pegou nas mãos e jogou pra mim. – Tenta. – ela disse dando de ombros. Eu tentei, chutei uma vez e a bola foi pra perto do Dylan. – Curva um pouco seu pé. –  disse pegando a bola com o amigo e a trazendo até mim. Eu peguei a bola e tentei chutar novamente, consegui duas vezes e comemorei.

- Não tem um negócio de ponto? Quero aprender isso agora. – falei e os dois me olharam com expressões engraçados.

- Mãe, é gol. Eu já te falei. –  disse buscando a bola que eu tinha chutado um pouco longe de nós. Dylan pegou duas pedras um pouco grandes e as separou por alguns passos. - Aquilo ali vai ser o nosso gol. - disse e eu me perguntei se o gol não era o que eu tinha que fazer. - As pedras representam as traves, a senhora tem que acertar entre elas pra fazer um gol. Entendeu? - perguntou e eu assenti. - Vai, chuta. - ela disse e eu o fiz, a bola passou por cima de uma das pedras. - Na trave, senhora Sarocha. -  gritou e eu me assustei. Dylan foi atrás da bola e voltou chutando a mesma.

- Entre as pedras, senhora Sarocha. - o garoto disse e chutou levemente a bola pra mim. Parei a bola como o pé, como ele tinha feito e mirei entre as pedras. Dessa vez acertando o objetivo.

- PONTO. - gritei e Lexa deu uma risadinha.

- É gol, Freen. - ela disse e eu dei de ombros, ia demorar a lembrar disso ainda. Depois disso Dylan e eu formamos um time contra Lexa, era de três gols, quem os fizesse ganhava. No final ficou três a um pra Lexa, acho que eu fiz foi atrapalhar o Dylan. Se bem que ele mais riu da minha desenvoltura do que jogou, pelo menos fez um gol pra gente. Quando o jogo terminou eu cai no chão de cansaço.

- A gente tem água? Eu to com sede. - os garotos negaram com a cabeça e Lexa se sentou ao meu lado.

- Também estou. - ela comentou. Dylan olhou pra ela com receio e saiu dizendo que ia comprar água.

- Que hora você tem que tomar seu remédio? - ela pegou meu pulso pra olhar a hora.

- A sete minutos atrás. - ela disse com calma.

- Caramba, Rebecca vai me matar. Você já devia ter tomado. - falei já de pé andando de um lado para outro. Dylan voltou até nós com duas garrafinhas de água.

- Vou buscar o remédio. – ela disse e eu o peguei do meu bolso entregando pra ela. A garota pegou um comprimido e bebeu alguns goles de água. – Foram só sete minutos, Freen. Vai ficar tudo bem. –  deu um leve sorriso como se tentasse me aliviar. Voltei a me sentar ao seu lado e Dylan me estendeu uma garrafa, bebi mais de metade do seu conteúdo.

- Podemos ir, minha mãe vai chegar daqui a pouco. – Dylan disse um pouco sem graça.

- Claro, já tá na hora de levar Lexa também. – meu relógio já marcava quatro da tarde.

(...)

- Valeu pela tarde, dona Freen. – o garoto saiu do carro rapidamente, nem esperando a resposta. – Até quinta. – ele gritou já da porta da sua casa.

- Eu posso te pedir uma coisa? – Lexa disse meio acanhada.

- Claro.

- Pode falar com minha mama e perguntar se ela ta bem? – perguntou me encarando.

- O que aconteceu com a Rebecca?

- Ela estava fazendo uns barulhos estranhos hoje de manhã e eu achei que ela tava tendo um pesadelo, não sei. Não deu pra discernir. – ela falou e eu engoli em seco sabendo o por que Rebecca estava fazendo barulho pela manhã.

- Claro, vou falar com ela. – falei e logo estacionei em frente da casa delas, desci junto com a Lexa e ela abriu a porta. Entrei logo atrás dela fechando a porta.

- Como foi a tarde, meu amor? – Rebecca perguntou olhando para a Lexa atrás de seu óculos de grau.

- Foi legal. Vou subir, tchau Freen. – ela disse, logo indo para a escada.

- Tchau filha. – falei enquanto a garota já subia. – Bebec. – chamei ela que ainda me olhava. – Podemos ir lá fora? – ela arqueou uma sobrancelha em dúvida. – É sobre o que fizemos nessa madrugada. –  arregalou os olhos e ficou de pé deixando seu óculos na mesinha de centro, me acompanhando até a porta.

- O que aconteceu? – perguntou assim que saímos da casa.

- Lexa estranhou o barulho e pediu que eu falasse com você pra saber se tava tudo bem. Conversa com ela, diz que teve um pesadelo. – falei e ela assentiu. O cheiro de seu corpo chegou até mim e eu fechei os olhos pra sentir a fragrância. Me aproximei por puro instinto e ela me parou com uma mão entre meus seios.

- Para Freen, não vai acontecer de novo. Fomos irresponsáveis. – ela disse e eu abrir os olhos encarando seu rosto. – Acho melhor você ir embora. – aspirei fundo guardando aquela fragrância.

- Tudo bem, quinta-feira vou levar a Lexa e o Dylan onde Camila fez a doação, eles querem conhecer. Se não for um problema pra você. – falei e ela olhou para o lado desviando seu olhar de mim.

- Pra mim não, mas pra Dulce.

- O Dylan vai falar com a Anahí. – falei e ela assentiu.

- É por sua conta e risco. –  disse e eu acenei com a cabeça, fui em direção ao meu carro e de lá pra minha casa, mas especificamente minha cama, dormir o que eu não tinha dormido madrugada passada.

................. 

Mas um, pq gosto de vocês ☺☺

My Mistakes - FreenbeckyWhere stories live. Discover now