65 - capítulo

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    Freen Sarocha


- Porra. – Becky geme entre dentes depois de chegarmos ao nosso ápice.

- Bebec, eu não aguento mais. – falei tentando puxar o ar de volta aos meus pulmões. Já era a sétima vez que eu chagara ao orgasmo.

- Você vai trabalhar hoje? – perguntou, minhas férias já haviam acabado, eu devo voltar hoje, se meu corpo aguentar ficar de pé.

- Tenho que ir. – puxei ela para meus braços e beijei sua testa. – Eu só preciso dormir um pouco. – quando terminei de falar meus olhos já estavam fechados.

(...)

- Amor. – ouvi a voz de Becky ao longe. – Acorda, Darling. – ela disse e beijou meu rosto.

- Cinco minutos, Bebec. – pedi agarrando meu travesseiro.

- Se você não levantar agora e ir tomar banho vai se atrasar, amor. – ela disse com toda calma. Estiquei o corpo até a ponta dos dedos e abrir os olhos. – Isso, agora vai tomar banho. Allan queria vir te acordar, mas como está nua eu não deixei. Levanta logo e vai dar um beijo nele. – disse e eu assenti levantando da cama completamente nua e caminhando para o banheiro. – Amor, cuidado com o sabonete nas costas. –  disse assim que entrei no banheiro, não entendi nada. Liguei a água e me enfiei debaixo dela sentindo o ardor em minhas costas.

- AI, BEBEC. EU JÁ PEDI PRA VOCÊ CORTAR AS UNHAS. – gritei ao notar que minhas costas estavam cheia de arranhões.

- Desculpa, benzinho. – ela respondeu e a ouvi rindo. A porta foi fechada e eu sabia que ela havia saído do quarto, continuei meu banho tomando cuidado com minhas costas.

(...)

- Bom dia, meus amores. – falei entrando na cozinha. Me dirigi ao Allan e beijei seus cabelos, o garoto me sorriu animado. Fui até Lexa que estava deitada sobre a mesa, praticamente dormindo. – Não dormiu direito, filha? – perguntei me sentando ao lado dela. Becky veio em minha direção e deixou um breve beijo em meus lábios.

- Fui dormir tarde, tava assistindo um filme com a Clarke. – arregalei os olhos, eu nem vi a garota chegar. – Via Skype, mãe. – adolescentes. Revirei os olhos.

- Eu não quero que esse romance atrapalhe suas notas. – falei e a garota assentiu. – E é bom dormir mais cedo. – ela concordou, talvez por notar que ela passaria o dia todo com sono.

- Mãe, tenho uma novidade. – Allan disse com um grande sorriso. Seus olhos brilhando atrás do óculos de grau.

- Pode falar, filho. – o garoto saiu da mesa e correu para fora da cozinha. – O que deu nele?

- Não sei, ele disse que só ia contar a grande novidade quando você já estivesse acordada. – Becky deu de ombros enquanto pegava uma panqueca, ela parecia despreocupada então eu fiquei da mesma forma. Me servi também e logo o garoto apareceu na cozinha com algo nas costas, com um sorrisinho que eu me perguntei o que ele havia aprontado.

- Olha o que eu achei. –  tirou de suas costas um pequeno gatinho. Mel que estava comendo sua ração logo latiu em direção ao pequeno animal. Allan olhou para a cadela e o gatinho algumas vezes. – Eita, a Mel não gosta de gatinhos.

- Onde achou ele, Allan? –  perguntou e se aproximou acariciando o pelo cinza do pequeno animal.

- Ele foi abandonado em uma caixa, no fim da rua. Quando eu saí com meus amigos pra jogar bola, nós encontramos, eram três gatinhos, e eu achei que não tinha problema trazer um pra casa. – ficou levemente envergonhado. – Mas parece que a Mel não gostou muito. – Allan parecia realmente desapontado por não poder ficar com o pequeno animal. O gato parecia assustado com tantas pessoas a seu redor.

- Mel, é só um gato. – Lexa disse e a cadela a encarou esperando uma explicação. Lexa chamou o Allan e logo depois a Mel. A cadela foi desconfiada, rosnou e Lexa a repreendeu, duas vezes. Mel se deu por vencida e cheirou a bola de pelos assustada. Se afastou parecendo não dar importância. Lexa pegou o gato nas mãos.

- Mãe, podemos ficar com ele? – Allan perguntou e eu olhei diretamente para a Becky, ela deu de ombros e eu sabia que a decisão agora era minha.

- Você já é um garoto grande que pode ter a responsabilidade de cuidar de um gato? – perguntei e ele abriu um grande sorriso antes de estufar o peito.

- Eu posso. – disse e eu assenti concordando. Ele saltitou algumas vezes antes de se dirigir a saída da cozinha.

- Allan, seu café da manhã. – chamei e ele voltou logo indo até o seu cereal. Depois do café da manhã eu fiquei encarregada de levar as crianças pra escola, Becky tinha que trabalhar e ficaria longe pra ela. Allan trancou o gato em seu quarto com uma tigela de leite, precaução, não sabíamos como Mel reagiria sozinha com o novo animal. Deixei Allan em sua escola e o menino correu para dentro do lugar. Estacionei em frente ao colégio da Lexa e a menina bocejou antes de virar o corpo para o banco de trás querendo alcançar sua mochila.

- Mama disse que a senhora tá devendo dez dólares pra ela, e é o dinheiro do lanche. – disse e eu me lembrei que em meio a madrugada fizemos uma aposta de dez dólares, quem gozasse primeiro perderia, vergonhoso, Freen. Peguei a nota e entreguei a garota. A menina colocou a nota em seu bolso da calça jeans e saiu do carro. Ela deu alguns passos e logo voltou dando a volta no carro em direção ao meu vidro. Lexa abaixou seu corpo e deu um longo beijo em meu rosto. – Eu te amo, mãe. –  disse e voltou a correr para dentro de seu colégio.

- Eu também te amo, filha. – falei mesmo sabendo que ela não ouviria. Já perceberam que sempre queremos a vida perfeita? Esperamos que algo aconteça e nos traga tudo o que sonhamos. Depois de quatorze anos eu notei que o perfeito quem faz é a gente, e nem precisa ser perfeito pra ser bom de verdade, imagine se nada desse errado, se a Lexa não tivesse passado por uma doença tão grave, onde eu estaria agora? As coisas acontecem de um modo por um motivo, talvez a morte do meu pai tenha acontecido para que eu viesse a dar mais valor aos pequenos momentos, talvez meu surto tenha servido para me mostrar que eu não posso carregar tudo nas costas sozinha, talvez tenha mostrado para mim que Becky não é tão dependente assim de mim, talvez nossos desencontros tenham servido para nos encontramos agora, talvez Allan tenha surgido pra de certa forma me salvar de mim mesma. 

Tudo tem um propósito. Já quiseram não ter conhecido alguém? E se sem esse alguém você não tivesse conhecido outras pessoas, se não tivesse chorado por essa pessoa, não aprenderia a dar valor para os momentos felizes de agora. E se ainda está sofrendo, por que não acredita que vai passar? Não coloque suas alegrias nas mãos de outra pessoa, ela sempre pode acabar tropeçando e derrubando tudo. Só erga a cabeça, enxergue que mesmo se o final estiver longe, sempre vai acabar tudo bem, e por mais clichê que seja, se não tá tudo bem ainda, é por que não é o final. Suspirei enquanto desligava o carro na minha vaga no estacionamento do hospital. Meu celular tocou e eu o peguei vendo uma foto minha com a Bebec na tela.

- Oi, amor. – falei assim que atendi.

- Oi, Darling. O que acha de nos casarmos em três meses? – perguntou e eu suspirei, e é eu quem faço o meu perfeito, mesmo que seja completamente bagunçado. – Você, eu, as crianças e nossos amigos mais íntimos. –  disse e eu acabei sorrindo.

- Perfeito, meu amor.

My Mistakes - FreenbeckyWhere stories live. Discover now