17 - capítulo

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     Freen Sarocha


- Você não devia ter a beijado. - Laur disse pela segunda vez.

- Eu não a beijei, já falei. A gente só... Eu queria tanto ter a beijado, Laur. Eu senti o seu sabor sem nem ter grudado nossos lábios. - apoiei meu rosto em minhas mãos e bufei alto.

- Já fazem quatorze anos. -  falou pegando uma batata frita, assim que saí do hospital liguei pra ela, nós encontramos em uma lanchonete e compramos batatas.

- Laur, não precisa me lembrar, eu sei muito bem. - estamos dentro do meu carro em frente a praia.

- Devíamos ter comprado cerveja, tô com sede. - ela disse e eu me encolhi no banco do motorista. - Camz vai fazer uma arrecadação de alimentos pra levar a um orfanato. Vai ser em um karaokê, meu pai fechou o lugar pra ela. E todo mundo que quiser cantar terá que doar alimentos, e a venda de tudo da noite será para o mesmo destino. Ela pediu que eu convidasse você. –  disse e esticou os pés no painel do meu carro.

- Eu não gosto muito dessas coisas, muita gente reunida. – falei e ela deu uma risadinha.

- Eu sei disso, falei pra Camz, mas ela disse que era pra eu te convidar. Não sei por que, mas minha esposa gosta de você e sente falta da sua amizade. – disse e meu corpo ficou tenso. Eu também sentia falta da Mila, de seus carinhos em meus cabelos quando eu ficava triste e Lauren não sabia me consolar. Quando me afastei de todos não medi consequências, a única que se submetia as minhas grosserias era a Lauren.

- Diga a Mila que eu agradeço muito o convite, vou ajudar, mas não tenho certeza se vou ao karaokê. – falei e Laur pegou o pacote de batatas constatando que eu não estava comendo nada. Não mais.

- Nós duas sabemos que você não vai ao karaokê. –  falou e eu não neguei. – Mas vamos ao orfanato na manhã seguinte a arrecadação, você podia vir conosco. – eu a encarei. – Sério, Freen. É a melhor coisa do mundo, depois que vamos sentimos vontade de sempre estar lá ou ajudar de alguma forma. E eu prometo que vai ser mais divertido que o karaokê. –  disse.

- Okay, eu acompanho vocês. – falei e ela deu um pequeno sorriso, feliz por eu ter aceitado.

Depois que deixei Lauren em casa, fui direto pra minha e caí no meu confortável sofá, fechei meus olhos e deixei as lembranças me invadirem.


     Becky Armstrong


- O que aconteceu lá dentro? – Dulce me perguntou andando por sua sala enquanto Anahí estava sentada na poltrona, encarando a esposa com os braços cruzados.

- A gente brigou, como sempre. – falei e Dulce parou por três segundos, me encarou com deboche e voltou a andar. Lexa estava no quarto do Dylan jogando vídeo game.

- Não seja ingênua, eu não vou cair nessa. – Dulce disse e continuou a falar várias coisas enquanto andava por sua sala, eu me afundei no sofá e cruzei minhas pernas, sabendo que teria que ficar ali ouvindo ela por pelo menos mais uma hora.

- Dulce, cala a boca. – Anahí se manifestou e ficou de pé. – Não aguento mais ouvir sua voz, Becky não tem mais cinco anos, pare de agir como o pai que descobre que a filha não é mais virgem, inferno. –  disse com a mão na testa e Dulce a encarava com os braços cruzados. Anahí se aproximou da esposa e empurrou fazendo ela sentar no sofá. – Se quer conversar com a Becky, aja como adulta. E se ela não quiser falar, ela não é obrigada. Você só é a amiga chata dela. –  revirou os olhos.

My Mistakes - FreenbeckyWhere stories live. Discover now