12 - capítulo

801 145 11
                                    


     Freen Sarocha


- Avisa sua mama que está comigo. – falei pra Lexa pelo espelho retrovisor e vi ela pegar o celular. E digitar algumas coisas antes de levar o celular até sua orelha.

- Oi mama, não, tudo bem. – ela disse e esperou alguns segundos. – Só queria avisar que estou com a Freen. –  disse e me olhou rapidamente pelo espelho. – Não sei, ela se ofereceu pra pagar o almoço. – esperou mais poucos segundos. – Sim, Dylan está comigo. Tudo bem, te amo, mama. Qualquer coisa te ligo novamente. –  esperou a resposta e logo desligou, se encolheu no banco traseiro, mas logo se afastou para o lado do amigo e deitou em seu ombro. Engraçado, não lembro dos dois serem tão próximos, se bem que eles tinham apenas alguns meses. – Dá pra parar de olhar pra gente e prestar atenção no trânsito? – perguntou e logo fechou os olhos.

- Fala direito comigo, Lexa. – falei de forma firme e a garota bufou alto. Voltei minha atenção ao trânsito, mesmo não gostando da forma que Lexa falou, ela tem razão. Entrei no shopping e logo estacionei o carro. Os adolescentes saíram e andaram na minha frente, conversando entre si em meio a sussurros, provavelmente pra que eu não ouça. Ta dando certo. Os seguir até a praça de alimentação, logo os dois foram em direção ao Mcdonalds e eu me aproximei.

- Dois big mac com queijo extra, duas batatas grandes e dois refrigerantes grandes. – Lexa disse para a atendente. – Você vai querer o que Freen? –  nem olhou pra mim, apenas perguntou.

- Já almocei. – respondi e ela assentiu.

- Forma de pagamento? – a moça do caixa pediu e o Dylan ia pegando o dinheiro em sua mochila, mas eu entreguei meu cartão.

- Débito. – disse e o garoto ajeitou sua mochila nas costas. Eles saíram pra uma mesa e eu esperei o pequeno aparelho que a atendente me entregou antes de ir até os dois. – Então, como foi a escola? – perguntei casualmente e os dois me encararam desconfiados.

- Normal. – Dylan respondeu e Lexa assentiu com a cabeça.

- Vocês dois namoram ou ficam? – perguntei e os dois caíram na gargalhada.

- Pelo amor, Dylan é um babaca. – Lexa disse ainda rindo com a mão em sua barriga e limpando algumas lágrimas nos cantos dos olhos.

- E com todo respeito, sua filha é uma ogra, dona Freen. – Dylan disse e os dois bateram um high five. – Nos consideramos irmãos de coração. Passamos nossa infância juntos e é isso. – assenti e o aparelho começou a vibrar e acender as luzes. – Eu pego. – ele disse e se levantou. Me deixando a sós com a Lexa. Essa que se calou e praticamente se fechou depois que o amigo saiu.

- Tá com fome? – perguntei e ela assentiu com a cabeça. – Tudo bem você comer essas coisas com a medicação? – perguntei e ela me encarou.

- Essa é sua forma de puxar assunto? –  perguntou e Dylan chegou. Lexa pegou seu lanche e começou a comer me cortando com intenção.

- Não quer nada mesmo, dona Freen? Pegue batata frita. – Dylan me ofereceu e eu peguei uma. Mesmo que eu não tenha o visto crescer, posso dizer que é um bom garoto. – A gente tem que fazer o trabalho de história. – o menino disse a Lexa.

- Eu posso ajudar se vocês quiserem. – falei com um sorriso.

- Não, obrigada. A gente se vira sozinhos. – Lexa disse e eu concordei. – Podemos ir? –  perguntou.

- Mas você nem terminou de comer. – falei vendo que estava tudo pela metade.

- Tô com sono. – ela disse e eu sabia que era por conta dos remédios. Nos levantamos e seguimos até o estacionamento. O caminho foi em silêncio, Dylan apenas dava as coordenadas até sua casa, não me surpreendi ao perceber que era perto da casa da Lexa. Assim que parei na frente os dois adolescentes desceram.

- Não quer que eu te deixe na sua casa, Lexa? – perguntei e a garota negou com a cabeça.

- Vou ficar aqui, vou dormir um pouco no quarto do Dylan, e depois a mama vai vir pra cá. – ela disse e eu assenti.

- Posso te ver amanhã? – perguntei e a garota me encarou desconfiada.

- Não sei, você tem que trabalhar e eu estudar. E além do mais, não acho que seja uma boa idéia. – ela disse e eu fiquei a olhando entrar dentro da casa e o garoto ficou ali fora.

- Eu sei o que a senhora tá tentando fazer. – ele disse e eu o encarei. – Eu sei que sou apenas um garoto a seus olhos, mas eu acho que se a senhora tá disposta e se tem certeza que não vai machucar a Lexa, vá em frente. Só dê um tempo a ela. Lexa tem esse jeito durão, mas é por que ela tem medo de deixar a senhora entrar na vida dela e depois sair como fez antes. Ela tem um grande coração. – e agora doente, meus pensamentos gritaram.

- Dylan, você é um garoto legal. – falei e ele deu um leve sorriso. – Tem um grande coração como sua mãe Anahí. E tem o jeito divertido da Dulce. – eu disse e sorri com lembranças de quando ainda erámos adolescentes. – Prometa cuidar dela pra mim? – pedi e o garoto sorriu.

- Eu faço isso a mais tempo do que a senhora possa imaginar. –  disse e pegou uma caneta em sua mochila. Se aproximou e pegou minha mão escrevendo algo nela. – Se precisar de ajuda, fala comigo. – vi o número de seu telefone na minha mão. – Eu sou o melhor amigo dela, sei que ela sente sua falta.

- Muito obrigada. – falei e ele apenas sorriu.

- Dylan. – Anahí apareceu na porta e se espantou um pouco ao me ver. Ela deu um leve aceno de cabeça e sorriu.

- Vou entrar. – ele disse e eu concordei. O garoto correu até a mãe e deixou um beijo demorado em sua bochecha, logo entrando dentro de casa. A bela mulher veio em minha direção.

- Sabe que Dulce tentaria te matar se soubesse que tá conversando com o Dylan, não sabe? – ela disse com um ar divertido.

- Eu sei, Dulce me odeia. – dei de ombros. – Mas Annie. – usei o apelido antigo. – Não me importo mais com isso. Só quero a minha filha de volta, já perdi tempo demais sem ela, e não tenho mais tanto tempo pra aproveitar. – falei e a mulher perdeu o brilho nos olhos.

- Lexa vai ficar bem. – ela disse e me abraçou, fiquei sem reação alguma. Demorei alguns segundos até abraça-la também. Ficamos ali por um momento.

- Isso é o que eu mais quero, me arrependo de não ter cuidado dela como merecia. – falei e ela me olhou nos olhos.

- Eu sei que está arrependida, consigo ver isso nos seus olhos. E é isso que mais me toca. – disse limpando uma lágrima em seu rosto.

- Obrigada Annie. Vou indo. – falei e ela assentiu. Entrei no meu carro e saí dali, sentindo como se tivessem tirando uma tonelada das minhas costas. Respirei fundo apenas de alívio.

My Mistakes - Freenbeckyजहाँ कहानियाँ रहती हैं। अभी खोजें