44 - capítulo

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Tudo parece indo bem, né? Sim é vdd. Mas os momentos tensos vão chegar. Bom dia amores. 

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    Freen Sarocha


Naquela tarde ainda voltei ao consultório para atender duas pacientes e depois eu tive o resto do dia livre. Voltei a casa da Becky pra buscar Allan, o pequeno garoto correu e me abraçou. Beijei seu rosto e vi Lexa dormindo no sofá. Me aproximei e acariciei seu rosto. Becky ainda estava na porta me observando.

- Ela dormiu agora a pouco. – comentou.

- Então a deixe dormir. Amanhã eu venho ver ela. – falei e ela assentiu. Pedi que Allan fosse buscar suas coisas e Mel apareceu na sala me pedindo um carinho. Acariciei sua cabeça e a cadela sempre pedia mais, eu nem sabia que ela gosta tanto de mim. Mel segurou a barra da minha calça de leve, como se me impedisse de sair. Becky estranhou e pediu pra cadela me soltar, mas ela parecia irredutível, ia até Lexa e voltava novamente. Becky a segurou e eu pude ir embora com Allan ao meu lado. Assim que chegamos em casa eu o mandei para o banho e fui procurar uma receita na internet, algo fácil e que eu conseguisse fazer. Fiquei com panquecas recheadas. Não foi tão difícil, depois da terceira panqueca quebrada, eu peguei o jeito. Allan me assistia rindo de quando eu não conseguia fazer algo. Depois de quase três horas eu consegui finalizar o jantar, comemos com ele me contando o que havia feito na casa da Becky e eu sorria encantada com cada frase. – Lexa brincando de pique esconde? Eu queria ter visto isso.

- Ela trapaceia. Tenho certeza que deu uma bisbilhotada quando fui me esconder. – o garoto comentou me fazendo rir. – Mas foi muito divertido. Até a Becky brincou com a gente. –  disse e tomou o último gole de seu suco. – Posso ver TV agora? –  perguntou e eu assenti.

 Assim que ele saiu da mesa eu retirei os pratos e os lavei. Passei pela sala e pedi que ele ficasse quieto enquanto eu tomava banho. O garoto assentiu ligado demais no filme de animação. Meu banho foi rápido e voltei pra sala pra assistir ao filme com ele. Depois de uma hora o garoto estava apagado no meu colo, o levei para seu quarto e rumei para o meu quarto. O relógio ainda marcava nove e meia da noite, ainda era cedo demais pra eu se quer querer dormir. Tentei desligar qualquer pensamento meu e fechei os olhos, me concentrando em apenas respirar. Mas as lembranças me atingiram.

Flashback On.

- Pai, eu preciso conversar. – entrei no quarto de meus pais sem nem bater na porta e minha mãe estava organizando as roupas limpas e o homem mais velho lia a ajudava guardando o que podia.

- Não devia bater na porta? – minha mãe perguntou com um tom brincalhão.

- Desculpa. – pedi com ansiedade demonstrada na voz. – Pai, por favor. – o homem assentiu e me seguiu até a saída do quarto. Segurei em seu braço e o levei até a garagem onde a caminhonete estava.

- Sobre o que quer falar, filha? – ele pegou um pano e começou a lustrar o carro, que havia sido do meu avô e hoje meu pai guarda com tanto carinho e amor.

- Eu conheci uma garota. – falei e o homem me olhou desconfiado. – A dois meses, nós saímos umas quinze vezes. – engoli em seco.

- A Becky. – ele afirmou e mesmo assim assenti, como se ainda fosse necessário. – Você a trouxe no aniversário da Shay e eu percebi como vocês estavam... próximas. E então, o que tem a me dizer? –  me perguntou carinhosamente.

- Eu acho que gosto dela. Sabe, de verdade. – gesticulei com as mãos. – Pai, eu não sei o que fazer. – falei e abaixei a cabeça. O homem se aproximou e segurou meu ombro me guiando pra fora do lugar, começamos a andar pelo quarteirão ainda em silêncio até pararmos em uma praça perto de onde morávamos. Nos sentamos em um banco e encaramos o nada por alguns minutos silenciosos.

- Do que tem medo minha filha? – ele perguntou amistoso.

- De me magoar novamente. Você sabe como foi da última vez, eu me entreguei e me machuquei tanto, não quero isso novamente. – falei com sinceridade. – Becky parece ser diferente, de tudo que já vi na vida. Eu não sei como me expressar. Parece que ela é um conjunto de qualidades.

- Esse é o problema, você só enxergar as qualidades dela. – olhei para o homem que sempre tinha tempo pra me ouvir. – Becky tem defeitos como todos nós, pode errar e te magoar. Mas se você não tentar sempre vai ter medo, como vai poder saber se ela é quem procura? – me encolhi ao seu lado e ele logo me abraçou. – Você quer tanto se proteger que pode se fechar de vez minha filha. Dê uma chance pra ela, pra vocês duas. E principalmente pra você, uma chance pra se apaixonar novamente. Eu já sabia que você estava gostando dela, eu ouvi você contar pra Lauren e Dulce. Eu nunca tinha ouvido você suspirar filha. – meu pai acariciou meus cabelos. – Becky é uma boa menina, eu adoraria conhecer os pais dela, acho que essa garota vai mudar sua vida, da melhor forma possível. Escute seu velho. – naquela mesma noite eu fui até a casa da Becky e a pedi em namoro. E meu pai tinha razão, Becky tinha defeitos, mas nada que ultrapasse suas qualidades.

Flashback Off.

Me despertei das lembranças com lágrimas rolando pelo meu rosto. O quanto eu ainda precisava dos conselhos daquele homem. Fiquei ali me remoendo em lembranças por horas, apenas as boas que me faziam chorar de saudade. Eu queria ser metade do pai que ele foi. Me deitei de lado e esperei o sono, esperando que ele levasse até minha saudade.

(...)

Fui acordada com o som do meu celular, mas não era o despertador. Demorei alguns segundos pra me situar. E enfim acordar, olhei no relógio de parede e vi que ainda eram duas da manhã. Procurei o celular e o achei enrolado ao cobertor. Vi o nome da Becky e acabei sorrindo. Atendi e o levei até a orelha.

- Não vai me dizer que tem outro cachorro no seu quintal? – perguntei tentando fazer uma piadinha.

- Lexa. – ela disse com um tom choroso e eu fiquei alerta. – Freen vem pra cá. A Lexa, ela desmaiou depois de ficar sem ar. Eu não sei o que fazer. Me ajuda. –  pediu com a voz apenas em um sussurro. Minha filha. Por que sempre tem que acontecer algo quando tudo parece bem?

My Mistakes - FreenbeckyWhere stories live. Discover now