Resistencia

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Fazia mais de um dia que havia falado com Melanie pela ultima vez. Ela não havia ligado ou mandando mensagens pra ele. Charles tinha medo que ela fosse a policia, ela viu dentro de suas memórias tudo o que havia acontecido. Mas se ela fosse, o que poderia dizer?

"Esse cara tocou em mim e me passou todas suas memórias por isso eu vim aqui"

Do mesmo jeito era um motivo para se preocupar, ir preso não estava nos seus planos naquele momento.

Ele estava deitado na cama olhando para o teto, alguém havia escrito ali "Tudo passa" ele não se lembrava de ter escrito aquilo, não era algo que ele faria, mas decidiu não pensar nisso, era melhor focar em algo positivo. Ouviu alguém dizer uma vez que quando você pensa positivo, coisas boas acontecem com você, fechou os olhos.

— Tudo passa – disse ele baixinho.

O telefone tocou, ele virou a cabeça para a direita, encarando o celular brilhando e tremendo no criado mudo ao seu lado. Esticou o braço cheio de tatuagens e o pegou, o numero era desconhecido, será que era Melanie? Queria saber, se fosse ela não atenderia, mas deu um soco no escuro e atendeu.

— Charles Van Galloway? – Perguntou a voz masculina no telefone.

— Sim?

— Aqui é Isaac, do Euphoria's – disse ele.

— Bom dia Isaac, que bom que você ligou.

— Então, liguei pra saber se você já tem uma resposta.

— Claro, eu vou ficar com o emprego, obrigado novamente pela oportunidade.

— Nada, escuta, pode vir aqui mais tarde para a gente conversar melhor, eu te explicar como funciona e esse tipo de coisa? – Perguntou Isaac.

— Claro, sem dúvidas, estarei ai.

— Obrigado então, nos vemos mais tarde.

— Até – disse, Isaac terminou a ligação.

Charles se levantou e vestiu-se com uma camisa branca e calça de moletom. Fazia frio e ele não pretendia sair de casa naquele momento, seus olhos estavam doloridos e ele enxaguou o rosto na esperança de se sentir melhor. Desceu as escadas e encontrou Chuck e Justine almoçando na cozinha.

— Olha quem resolveu levantar – pronunciou Justine.

— Melhor se apressar pra comer, não vou guardar pra ninguém – avisou Chuck.

— Já arrumei um emprego, não vou mais passar o dia aqui incomodando vocês.

— Fique a vontade – disse Chuck com uma coxinha de frango na boca.

— Pra você é fácil, né Chuck? – disse Charles rindo – Você só trabalha quando quer.

— E ganha bem – disse Justine. – Tem que aprender com ele, C.

— Bem que eu queria trabalhar com o Chuck, mas ele nem me fala o que ele faz.

— Parem – disse Chuck. – Os dois.

— Terrorista? – Chutou Charles – Gênio do crime!

— Para Charles – disse Justine rindo.

— Esqueci, ele é um super herói.

— Não tem graça – disse Chuck irritado.

— Relaxa Chuck.

— O que eu faço não justifica o meu salário, não vale a pena – disse Chuck sério se levantando da mesa. — E se não for pedir demais, queria que parasse de falar do meu trabalho, certo Charlie? Isso é algo pessoal – ele já estava se retirando da cozinha.

— Acho que você o irritou – disse Justine.

— Ele é um tipo de agente secreto, né? – Riu. – Do governo britânico.

As Pontes InvisíveisWhere stories live. Discover now