Culpa

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- Eu não acredito – disse Charlie. – Você me usou.

- Você não tinha o direito – gritou Sete. – É minha vida.

- Você não pensou nisso quando tocou em mim, né? – Reclamou Charlie.

- Tanto faz.

O telefone de Charlie tocou.

- Alo? – disse Charlie, com a esperança que fosse Jennifer, não era.

- Boa noite Charles – a voz do Cobra era rouca e impossível de confundir. – Acho que vamos nos encontrar essa noite.

- É mesmo? Eu acho que não – disse Charlie.

- Engraçado você dizer isso – ele riu. – Estou com as suas duas namoradinhas aqui e acho que vou matar as duas – ele riu. – Venha onde nos encontramos da primeira vez. – ele desligou.

- O que foi? – perguntou Sete.

- O Cobra! Pegou Jennifer e acho que a Melanie também.

- Droga – disse Sete. – Vamos logo

Os dois saíram do terreno vazio, havia um carro estacionado bem em frente, Era uma van clássica de família, Sete não pensou duas vezes antes de quebrar o vidro com o punho. O alarme sôou e ele abriu a porta por dentro.

- Entra logo – disse Sete. Charlie entrou no banco do carona e Sete ligou o carro em tempo recorde, acelerou o mais rápido possível e saiu na contramão. – Temos que chegar lá rápido, aqueles caras são selvagens, eles não se importam com nada.

- Eles querem informações sobre a sociedade do tempo, vamos dar.

- Eu matei o amiguinho deles e soquei a cara deles, eles querem vingança! – dizia Sete enquanto fazia zigue-zag no transino. – Eu devia ter matado aqueles dois também.

- Sabe que eu concordo?

- Eu não vou deixar mais ninguém vivo. Eu vou matar todo mundo hoje.

- Vai com calma cara – disse Charlie.

- Cala essa boca – disse Sete atravessando um cruzamento com o sinal fechado. Uma gota de sangue escorreu pelo seu nariz, ele havia usado sua habilidade, Charlie se perguntou se na sua visão eles haviam batido o carro.

- Deixa a arma pronta – disse Sete. – Você provavelmente vai precisar – Sete puxou uma arma automática do sobretudo e colocou no seu colo, era pequena e preta.

- O que mais você carrega ai?

- Tudo que me ajude a ficar vivo – disse Sete irritado fazendo uma curva para a esquerda. – Estamos quase lá, quando chegarmos já saia preparado com o revolver em punho. – Ele tirou mais alguma coisa do bolso e acoplou na sua pistola – um silenciador.

- O que acontece se você usar muito a sua habilidade? – perguntou Charlie. Sete não respondeu.

- É agora – Sete parou o carro. – Espera aqui um pouco – Sete desligou o farol do carro e saiu na escuridão, ele andou até se misturar com as sombras da noite, o lugar ficou silencioso. Durante um minuto inteiro o único som naquele lugar era da respiração ofegante de Charlie, até que um som na lataria do carro quebrou o silêncio.

- Quantos homens lá dentro? – Sete havia jogado um homem contra o capô do carro com toda sua força e apontava uma arma pra ele.

- Não sei, por favor não me mate – suplicou o homem.

- Quantos? – Sete forçou o silenciador do revolver contra a cabeça do homem.

- Acho que seis, não tenho certeza – disse o homem. Sete puxou o homem pelo casaco e jogou o homem no chão. Em seguida, disparou dois tiros contra ele, o homem não gritou, não chorou, morreu em silêncio. Charlie não sabia o que pensar.

- Vamos – disse Sete.

Charlie saiu do carro segurando o revolver do doutor Klein em suas mãos. Estava nervoso e tremia. Sete disparou contra uma lata de lixo. O som assustou Charlie que deu um pulo para trás. - Ele ia sair da lata e atirar em você – disse Sete. – Vamos. Os dois entraram pela porta que dava direto nas escadas. Sete deu dois tiros para cima, apesar de Charlie não ter visto nada um dos tiros pegou em um homem que caiu escada a baixo fazendo um enorme barulho nas escadas de metal.

As Pontes InvisíveisWhere stories live. Discover now