- Filha, filha, acorda. - Abro os olhos e vejo minha mãe, é como voltar aos meus 15 anos quando ela nos acordava pra ir ao colégio,
- Bom dia mãe - Ergo o corpo me sentando na cama e levando minhas mãos a cabeça - Juro que não bebo nunca mais, to com uma baita dor de cabeça.
- Você sempre diz isso - Ela sorri - trouxe um comprimido de Advil e um copo de suco, beba agora e vá se arrumar e nos encontre lá em baixo pra tomar café, esteja com uma aparência melhor porque senão já viu o sermão que seu pai dará.
- Okay, okay. - Digo obedecendo-a. Papai nunca gostou que saíssemos pra o que ele chama de farra, se ele me ver com essa cara de ressaca vai falar um monte.
Me levanto e vou e direção ao banheiro, tomo um banho rápido e faço minhas higiene matinais. Hoje o dia promete fazer muito calor então decido pôr um shorts de alfaiataria creme e uma camisa preta, calço meus sapatos pretos e faço uma make pesada pra esconder minha cara de ressaca, preciso convencer papai. Pego minhas coisas e desço me encontrando com todos a mesa do café.
- Bom dia família. - Dou um beijo em papai e me sento á mesa.
- Bom dia maninha. - Diz Kate.
- Bom dia Paloma, tem certeza que está em condições de trabalhar ? - Ele me dá aquele olhar mortífero e sei que estou ferrada.
- Melhor impossível papai. - Mentira. Essa dor de cabeça está me matando além do sono que estou sentindo.
- Já falei sobre vocês saírem no meio da semana e se esquecerem que tem trabalho no outro dia. - Ele resmunga.
- Ah pai, não fazemos isso sempre e ontem estávamos precisando. Sua sucessora está linda e bela aí pra ir trabalhar, não precisa resmungar. - Kate o responde.
- Kate, olha como fala com seu pai. - Mamãe a repreende e tenho vontade de rir. Minha irmã sempre foi mais rebelde que eu.
- Ok Kate, não digo mais nada. - Ele se emburra e volta a tomar seu café.
Termino meu café e aviso mamãe:
- Mãe, não sei se venho pra cá hoje. Mas amanhã prometo vir e passar o final de semana com vocês.
- Tabom meu amor, se cuida. - Dou um beijo nela e vou em direção a garagem.
Logo caio no tráfego de Nova York e chego na B&B. Ao entrar me deparo com a seguinte cena: Fernando e Mary conversando bem próximos e ela dando risadinhas, meu sangue ferve.
- Bom dia - cumprimento os dois num tom frio e sério - Mary, traga minha agenda por favor.
- Bom dia Paloma, posso ter cinco minutos do seu tempo? - O imbecil pergunta.
Droga, não posso ser indiferente com ele aqui na empresa, respiro fundo e digo:
- Tudo bem, pode me acompanhar. Mary, assim que o Fernando sair você pode entrar.
- Tabom Loma, você quer café? - Porque o fato dela ser solícita me irrita tanto neste momento?
- Não precisa, já tomei, obrigado. - E entro na minha sala.
Absorvo bem a vista de Nova York e me viro para encarar aqueles lindos olhos me fitando. Durante alguns minutos ficamos assim, apenas nos encarando.
- Diga Fernando, eu não tenho o dia todo. - Faço questão de ser rude.
- Meu Deus, você ta sempre de mal humor. Prefiro você quando está gozando, fica com uma cara muito melhor. - O filho da mãe faz questão de me irritar.
- Já acabou o discurso? Porque eu to de ressaca, com uma dor de cabeça infernal e muito trabalho pra fazer, se me der licença. - Eu aponto a porta.
Ele aciona o botão que faz os vidros escurecerem e dá a volta por trás da minha mesa, eu fico tensa. Ele solta o meu cabelo do rabo de cavalo que eu fiz e massageia minha cabeça, e não é que o negócio é bom?
- Relaxa, deixa eu cuidar de você. - Ele diz, e embora não devesse eu permito que ele continue porque parece que aquilo realmente está melhorando minha dor de cabeça. Sinto meu cabelo ser jogado pra um lado e logo depois lábios quentes encostam na minha nuca, o que me faz arrepiar.
- Fernando, nós não po....- Ele me interrompe e vira minha cadeira de frente pra ele, põe uma mão nos meus cabelos e com a outra segura meu rosto.
- Porque não admite que sente o mesmo que eu? É tão difícil assim? Eu sei a merda que fiz no passado, mas quero consertar. Não percebe isso que há entre nós? Minha vontade é arrancar sua roupa, te jogar em cima da mesa e me enterrar fundo em você. - Eu fecho os olhos imaginando a cena e me dá um calor absurdo, será que o ar está desligado?
- Eu tenho o Josh ou você esqueceu? Não posso largar tudo que vivi com ele pra ser mais uma das suas conquistas, isso não é certo, pra nenhum de nós. - Digo com sinceridade.
- Prefere o merdinha do que a mim Paloma? - Ele me solta e passa as mãos no cabelo.
- Não fale do Josh assim. É claro que sim Fernando, escolho ele. Temos química, sexo ardente e só. Não posso trocar um relacionamento sólido e estável pra virar uma foda casual.
- E quem disse que você seria só isso? - Ele põe as mãos no bolso e se vira pra janela, percebo que está irritado.
- Sabemos que é só isso. Você não se firma com mulher nenhuma, sempre foi um galinha irreverente, e no fundo sabe tão bem quanto eu que me quer na sua cama como um troféu, já que não aceita "Não" e nem perder. O melhor a fazer é ignorarmos isso e seguir em frente do jeito que estávamos antes.
- É isso mesmo que você quer? - Não, eu tenho vontade de gritar, mas não posso, tenho que proteger meu coração. Ele se vira pra mim e percebo um olhar estranho em seu rosto.
- É exatamente isso. - Digo firme.
- Ok. - Ele simplesmente se vira e sai sem dizer mais nada.
Fico olhando pra porta tentando entender o que acabou de acontecer aqui e sinceramente sinto um extremo desconforto, decido ignorar o que eu estou sentindo porque sei que tomei a decisão correta. O Fernando iria bagunçar o meu mundo e me desestabilizar, e quando saísse dele eu não ia conseguir por as coisas no lugar, foi melhor assim.
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Acasos do Amor
RomancePaloma Bianki é uma executiva em ascensão, umas das herdeiras de uma cadeia de agências de publicidade do país, é linda, independente e com uma personalidade forte. Cresceu, estudou e batalhou muito tempo para mostrar ao pai que poderia ocupar seu l...