Capítulo 5

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Phillip

Eu estou atolado de trabalho, iria ter que ficar aqui até mais tarde. Eu estava com fome e whisky não ia encher minha barriga, então resolvi descer para pegar algo na lanchonete que tem aqui do lado.
Saio da empresa e vou na direção da lanchonete, quando estou na metade do caminho, a energia da cidade cai, e tudo fica escuro, antes de eu parar de andar acabo esbarrando em alguém e percebo que a pessoa caiu.

Arregalo os olhos e pego o celular para ligar a lanterna, ligo a lanterna na cara da pessoa e vejo que é a garota da lanchonete.

- merda - ela resmunga e levanta passando as mãos pela blusa de vermelha com bolinhas pretas que estava usando.

- me desculpa - falo sem graça e ela levanta o olhar para mim

- a não tem problema, acho que hoje o universo está contra mim, hoje tá tudo dando errado, merda de dia, e eu ainda não consigo parar de xingar - ela fala sem parar e eu levanto as sombrancelhas surpreso em como uma pessoa poderia falar tão rápido e tanta coisa em tipo, 10 segundos

- a desculpa, eu começo a falar demais quando estou nervosa - ela fala dando um sorriso sem graça

- ok, você se machucou?

- eu acho que não - fala olhando para os pés e passando as mãos pelo corpo - é, está tudo tranquilo

- desculpa, por isso, é que eu não te vi por causa da falta de energia - falo isso e percebo que nesse tempo todo estávamos na calçada conversando no meio do apagão com as lanternas acesas.

- não tem problema - ela fala e aponta a lanterna pra rua, e eu me viro também vendo que o trânsito estava parado

- será que o ônibus consegue chegar aqui em pouco tempo? - ela pergunta, mais para si mesma do que pra mim, mas ainda assim falo

- eu acho que não, os carros provavelmente vão ficar presos no trânsito até a energia voltar.

- é, faz sentido, então o que me resta é esperar - ela fala dando um sorrisinho e depois vai para a beira da calçada, ela da uma limpadinha na sujeira do chão e senta, ficando lá com a lanterna ligada apontando para a rua.

Me viro para voltar para empresa, e quando estou quase na porta, sinto um peso na consciência. Eu não sei porque eu me importo sendo que eu geralmente não me importo com nada,eu posso ser um babaca e ignorante, mas sei que deixar aquela garota numa calçada sozinha, com a cidade toda sem energia, seria uma atitude extrema de babaquice. Então eu me viro de novo vendo ela ainda na calçada, e vou na sua direção, dou um toque no seu ombro e ela se vira. Eu estava quase, quase considerando ser o idiota que geralmente sou e deixar ela lá, mas pensei em todos os perigos que ela poderia estar correndo aqui.

- é, se você quiser, pode ficar lá dentro, até a energia voltar, acho que ficar aqui na rua no escuro sozinha não é uma ideia muito inteligente - falo coçando minha nuca e esperando ela responder

- eu err, tudo bem então, acho melhor mesmo do que eu ficar aqui né - ela fala dando uma risadinha e eu aceno com a cabeça

E vamos em direção a empresa, como estava sem energia os elevadores não estavam funcionando então fomos pelas escadas. Chegando no andar da minha sala vamos direto até ela.

- pode sentar aí no sofá se quiser - digo me sentando na minha cadeira, ligo uma luminária que tinha ali que não era ligada na energia, ela funcionava com pilhas.
Sento e começo a mexer nos papéis que eu estava mexendo antes de descer.

Amberly

Fiquei surpresa pelo moço ter me convidado para ficar aqui, primeiro eu pensei em todas as possibilidades, ele podia ser um louco estuprador  e eu tinha acabado de entrar numa sala com ele, ou pode ser só um homem que sabe que é perigoso uma mulher estar na rua escura sozinha e resolveu ajudar. Eu prefiro acreditar na segunda opção.
Pego meu celular para ligar para minha avó e avisar ela que irei chegar mais tarde em casa por causa do apagão, e quando eu aperto o botão para ligar para ela, o celular descarrega, o diazinho que tá bom em.
Olho em volta e percebo que tem um telefone em cima da mesa dele.

𝐓𝐇𝐄 𝐋𝐈𝐆𝐇𝐓 𝐈𝐍 𝐓𝐇𝐄 𝐃𝐀𝐑𝐊𝐍𝐄𝐒𝐒Where stories live. Discover now