Capítulo 54

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Phillip

Já haviam se passado quase dois dias e nós não tínhamos notícias da Amberly, estávamos todos tristes e preocupados, eu só ia em casa para ver Emma e passava o dia todo na delegacia com os policiais tentando achar algum tipo de pista sobre onde o pai dela poderia ter levado ela. Tínhamos descoberto que ele pegou ela pela câmera de trânsito da rua onde ela estava passando, a Dona Ana disse que ela passava por aquela rua e nós olhamos as câmeras.

Eu não conseguia dormir, as olheiras marcadas no meu rosto denunciavam isso.  Eu sentia falta dela a cada segundo.
Seu cheiro, o sorriso iluminado que faz meu coração iluminar, a voz, exatamente tudo. Sempre quando eu fechava os olhos eu pensava nela, as vezes eu saia no meio da noite de carro e rodava a cidade tentando inutilmente achar ela.

— pai? — escuto Emma chamar da porta e eu viro a cabeça olhando para ela parada na minha porta. Ela caminha até a poltrona e se senta no meu colo.

— nós vamos encontrar ela papai, eu também sinto falta dela — ela fala e vejo os olhinhos dela se encherem de água, limpo a lágrima que caiu na bochecha dela e dou um pequeno beijo ali.

— nós vamos encontrar ela — repito o que ela disse mais para mim mesmo do que para ela, eu não iria perder a esperança, nem que eu passasse o resto dos meus dias atrás dela, eu vou achar meu caminho de volta para ela. 

Amberly

Quando eu vi ela eu desmaiei e só acordei muito tempo depois, o tempo dos meus desmaios estavam aumentando, quando eu desmaio de fome ou quando ele me bate e eu não aguento a força. Olho para a mulher deitada do meu lado dormindo e sinto todo o meu corpo arrepiar.

Eu não sei se eu estava alucinando, mas o que eu estava vendo era certamente impossível, eu vi o caixão, eu fui no funeral, chorei por dias. Não pode ser ela.

Mary. Minha mãe.

Ela se mexe e eu tomo um susto me afastando, ela abre os olhos e olha direto para mim.

— Amber — ela fala e meu corpo se arrepia a escutar a voz dela, sinto meus olhos encherem de água.

— m-mas v-você — gaguejo sem força para continuar e formar uma frase maior do que isso.

— eu sei, eu sei — ela fala assentindo e se arrasta se aproximando — eu vou te contar tudo — fala e eu me afasto um pouco, limpo minha bochecha com o ombro.

— mas eu estava louco para contar essa história — William entra fingindo estar triste  e eu permaneço quieta — vamos começar a contar para ela docinho — ele continua e da um sorriso nojento, ela só assente.

" bom, nossa história de amor começou a muito tempo, eu vi a Mary pela primeira vez passando pela calçada da minha casa, logo me apaixonei pela beleza dela. Depois de conversarmos um tempo nós começamos a namorar, e então casamos. Nosso casamento estava perfeito, eu nunca deixei de amá-la e a cada dia me apaixonava mais. Até aquele idiota do Barry aparecer, ele estragou tudo, tirou sua mãe de mim aos poucos e então, veio você, o pequeno tesouro da Mary, ela só dava atenção para você. Eu sabia que ela já não me amava mais desde quando ela conheceu aquele idiota, e eu sabia que você não era minha filha, você nasceu igualzinha ao desgraçado. Sua mãe não se importava mais com as surras que eu dava nela, mas ela ficava louca quando eu prendia ela em casa para ela não ver o Barry. Eu nunca gostei de você, você sempre foi uma criança irritante, correndo pra lá e pra cá, fazendo bagunça. Mas eu cheguei no meu limite quando eu peguei sua mãe transando com aquele nojento na minha cama, NA MINHA CASA. Sim eu o matei, então nem pense que você tem chance de conhecer seu querido pai, já deve estar queimando no inferno. "

𝐓𝐇𝐄 𝐋𝐈𝐆𝐇𝐓 𝐈𝐍 𝐓𝐇𝐄 𝐃𝐀𝐑𝐊𝐍𝐄𝐒𝐒Onde as histórias ganham vida. Descobre agora