PRÓLOGO

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PARTE UM: O ENCONTRO
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    Aos 17 anos, como qualquer ômega no auge da juventude e da fertilidade, eu deveria fazer questão de participar da maioria das festas e bailes da capital, em busca de um alfa que me cortejasse e tivesse interesse em mim. Meu irmão que o diga. Aos 23, ele finalmente resolveu escolher um entre a multidão de alfas que suspiravam e o seguiam por onde ele quer que ele andava.

    Acho que não preciso ouvir mais um discurso sobre como eu tenho que seguir seu exemplo, ser um ômega exemplar e cumprir meu papel. Já falei para Calvin que eu não estou tão preocupado o suficiente com isso para frequentar por meses à fio cada lugar onde a oportunidade de arrumar alguém seja minimamente possível.

     Quero encontrar alguém, mas isso vai acontecer no tempo certo. E se não acontecer, acho que consigo viver perfeitamente bem sozinho.

     Assim que o helicóptero para na casa de Campo que meus avós deixaram pra minha mãe, eu pego a minha mochila que está ao meu lado no banco. Os meus pais morreram num acidente de carro à alguns anos, deixando a propriedade para mim e o meu irmão, embora eu venha aqui muito mais vezes do que ele.

    As vezes passo longos meses sem vir aqui, mas a família que trabalhava para os meus avós ainda vive e trabalha aqui (agora, os filhos e netos deles também), deixa a casa sempre limpa e bem cuidada.

     Na verdade, acho que quando venho para cá, me sinto muito mais um visitante do que um dos donos do lugar. E esse lugar é tanto dos moradores daqui quanto meu, e eu nunca venderia a propriedade, porque isso deixaria todos os que viveram a vida toda aqui desabrigados.

    — Obrigado!! — Grito para o piloto do helicóptero que Calvin, meu irmão, arranjou para mim (provavelmente é da família do esposo dele), embora ele não tenha aprovado em nada essa minha estadia aqui. Não sei se o homem escutou sob o barulho alto das hélices cortando o ar, mas ele assente levemente com o rosto, embora eu não possa ver o seu rosto inteiro por causa da toca e dos óculos escuros.

     A minha mochila nem está tão pesada assim. Tudo que tenho nela são algumas roupas, produtos de higiene e uma bolsa repleta de remédios e inibidores pro caso do meu cio chegar. Eu só vou ficar aqui umas três semanas no máximo mesmo.

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     O enorme casarão de madeira e concreto fica numa colina imensa e gramada, com cercas de estacas e arame liso dividindo o terreno em partes menores. Uma enorme e sinuosa floresta se estende logo atrás da casa, se estendendo para o sul e para o leste por dezenas de milhares quilômetros.

     Eu caminho pela grama em passos tranquilos, vendo Francisco, quem cuida da casa desde quando eu era criança, sentado em uma das cadeiras de madeira que ficam na sacada.

    — NAVEEN!!! — Ele exclama ao me ver, pulando da cadeira e descendo as escadas para vir até mim. Franscisco é um beta de quarenta e poucos anos, tem um sorriso bonito e simpático e um cabelo escuro salpicado de fios brancos.

    — É bom ver você também, Fran. Vim passar umas semanas aqui com vocês. — Respondo, abraçando-o com força. Ele tem um cheiro de terra que me faz lembrar pra caramba da minha infância, quando eu corria pelos corredores do casarão.

    — Seu quarto tá do jeitinho que você deixou, garoto. E deu sorte porque Maria fez um bolo de cenoura daquele jeito que você e Half gostam. — Ele joga o braço por cima dos meus ombros e me conduz em direção a entrada da casa, enquanto subimos os degraus de madeira de forma tranquila.

    A casa tem dois andares e um sótão, onde guardamos as coisas antigas dos meus avós (subo lá de vez em quando para ver álbuns antigos e recordar de momentos bons).

     Nós seguimos pelo corredor longo, conversando sem parar, até encontramos Maria, que já estava vindo na nossa direção (provavelmente depois de ouvir as nossas vozes altas).

     — Naveen! Que bom ver você, querido. — Ela vem me abraçar também. Maria é uma ômega de quarenta e poucos anos, casada com Francisco desde quando me entendo por gente.

     Half (o único filho deles) aparece para me dar um "oi" também ele é dois anos mais novo do que eu, e é um belo Beta de cabelos escuros e olhos castanhos, com traços um pouco parecidos com os de Francisco, apesar da idade entre ambos.

     — Porque não leva as suas coisas pro quarto, Naveen? Vou colocar a mesa pra almoçarmos. Você deve está morrendo de fome. — Ela diz para mim, sendo a mãezona que sempre foi.

    — Obrigado, gente. — Digo, dando outro abraço apertado neles, antes de subir as escadas que levam para o segundo andar, enquanto cumprimento os outros moradores e empregados da casa.

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FANTASIAZINHA ABO PRA VCS, MEU POVO LINDO 💚

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FANTASIAZINHA ABO PRA VCS, MEU POVO LINDO 💚. ESPERO QUE GOSTEM!! ESSE LIVRO NÃO SAIU DA MINHA CABEÇA POR MESES.


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A MARCA DO LOBO (COMPLETO)Where stories live. Discover now