CAPÍTULO 28

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NAVEEN
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   Pela primeira vez em tempos, eu finalmente consigo buscar Baz no horário certo, ele não se importa em ficar um pouco mais que as outras crianças, mas vê-lo correndo da nossa direção com o sorriso imenso no rosto  assim que o sinal bate é fofinho para caramba. Michael e eu tivemos que tomar um bom banho depois... Daquilo... Para então virmos buscar o nosso filho. Estou tentando a todo custo não pensar nisso e corar tanto que praticamente todas as pessoas ao nosso redor perceberiam.

     — Iae, garotão. — Michael pega o diabinho loiro e baixinho assim que ele chega perto o suficiente da gente, levantando-o e o abraçando com força.

     — Tioooo. — Ele exclama, me fazendo revirar os olhos e dá um beijinho na sua nuca, enquanto retiro a mochila das suas costas e à coloco no meu braço. Nunca vi esse safado ficar tão próximo ou tão alegre perto de uma pessoa com quem mal teve contato, mesmo que ele sejam um pai e filho, não é como se Baz já soubesse disso. Não é?

     — vou levar você e o seu papai para um lugar. — O alfa diz, caminhando em direção a seu carro com o menor no colo. Eu os sigo, enquanto Baz olha por cima do ombro de Michael e me lança um sorriso enorme e banguela, tão fofo que faz meu coração ficar quentinho de tanto amor.

     — Que lugar? — ele exclama, arregalando aqueles enormes olhos azuis e segurando o rosto de Michael com as duas mãozinhas rechonchudas.

     — É surpresa, bebê. — Michael responde, abrindo a porta do carro para mim e me entregando o nosso diabinho.

     — Titio é mal. — Baz infla as bochechas e cruza os braços, fazendo uma ceninha engraçada e arrancando a gargalhada alta de mim.

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    Pela meia hora seguinte, nós percorremos o centro da cidade de forma calma, sem muita pressa, até Michael entrar numa área residencial bem tranquila e chique, com casas altas e bonitas, rodeadas de gramados, coqueiros e piscinas. Ele estaciona o carro em frente a uma das casas. Ela é enorme e tem três andares, com colunas e sacadas no estilo clássico, pintadas de um tom meio amarelado que quase chega a ser branco.

     — Você tem algum parente que mora aqui? — pergunto, assim que ele sai do carro e abre a porta para mim. Baz solta um enorme "uaaaaau", erguendo os braços para Michael pega-lo.

     — Na verdade, não. — ele responde, dando de outros e fazendo cócegas em Baz, que começa a rir igual um porquinho e abraça o pescoço do alfa maior com seus bracinhos pequenos. Eu saio de dentro do carro e engulo em seco, enquanto o Michael pega uma das minhas mãos e entrelaça os nossos dedos, antes de começar a me puxar de forma gentil pela calçada que corta o gramado verde e bem cuidado em direção à casa. Há algumas árvores frutíferas e pequenas no canto direito da propriedade, a apenas alguns metros da construção enorme. Há também uma piscina ao lado da casa, mas essa está coberta com uma espécie de proteção metálica e retrátil, que provavelmente é motorizada e saia de cima da piscina com apenas um "click" em algum controle remoto por aí.

     Michael nos leva até o hall da casa, ouvindo com atenção cada um dos comentários e exclamações de Baz, sem conseguir evitar o sorriso bobo que cresce cada vez mais nos seus lábios. Está na cara que esse alfa bobão vai ser um Papai coruja e muito meloso.

     Assim que ele abre a enorme porta de vidro, um imenso cômodo limpo e chique se estende diante de nós, mas não há absolutamente nada dele, nem o sofá, TV ou algo assim.

     — O que vocês acham? — Ele pergunta, alternando o olhar entre mim e o nosso filho, mordendo levemente o lábio, como se estivesse um pouco nervoso. Eu olho ao redor e percebo que está acontecendo aqui, abrindo e fechando a boca uma dezena de vezes.

    — V-você comprou essa casa?

    — Ainda não. Não queria fazer o mesmo que fiz com o seu trabalho, Amor. Isso tem que ser uma decisão nossa, e vocês dois precisam estar de acordo com isso. — ele diz, ficando na minha frente e colocando a mão livre na minha cintura, enquanto Baz ficar alternando o olhar entre nós dois com curiosidade, sem dar um 'piu'.

     — M-mas Michael... — começo, sem saber o que dizer e sentindo os meus olhos picarem.

     — Sei que você gosta do apartamento de vocês, Amor, e não me importaria nem um pouco de viver lá, desde que esteja com vocês dois. Eu só... Quero dar tudo do bom e do melhor para vocês e compensar todo esse tempo que estive longe. Vocês são meu tudo. — Ele explica, dando um beijinho estalado na minha testa e me fazer querer chorar mais ainda de tanta emoção. Eu simplesmente não sei o que falar, e  sequer sei se consigo encontrar palavras para isso.

     — Aceita logo, papai. A gente ama você. — Baz diz, tirando uma risadinha chorosa de mim. Eu agarro esse alfazinho rechonchudo e o aperto com força, sem conseguir parar de rir/chorar de felicidade.

     — V-você é um diabinho mesmo! — exclamo, enquanto aconchego nossos corpos nesse alfa lindo e maravilhoso, que passa os seus braços grandes ao nosso redor e nos abraça com força.

     — O papai é bem cheiroso e fortão. — Ele sussurra, rindo baixinho e agarrando o meu cabelo escuro.

    — Eu sou? — pergunto, achando que ela está falando comigo, mas o pestinha nega levemente com a cabeça.
     
     — Você também é cheiroso, mas eu estou falando do meu outro papai. — Ele explica inclinando a cabeça na direção de Michael com um sorriso bobo e banguela no rosto.

     Eu encaro o Michael, que me encara de volta completamente atônito, com a boca levemente aberta. A cena é um pouco engraçada, eu mal tenho tempo de registrar, antes que ele solte o rosnado e comece a desferir uma série de beijos estalados em mim e em Baz.

     "Papai", não "Titio". O nosso pilantrinha é mais inteligente do que achávamos, e ser chamado de papai faz Michael ficar mais feliz do que nunca, gargalhando feito bobo e nos beijando sem parar.

    
    

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A MARCA DO LOBO (COMPLETO)Where stories live. Discover now