CAPÍTULO 12

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PARTE DOIS: O RECOMEÇO

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    A tristeza do seu ômega desestabilizou tudo cuidadosamente organizado na mente do seu alfa. Ondas de medo, tristeza e confusão irradiavam através do laço, deixando também e o enorme lobo cinza confuso, sem saber como ajudar o seu ômega.

     Ele queria correr até a construção de concreto e madeira que ficava no meio da floresta e cuidar do seu ômega, protegê-lo e fazer tudo que podia por ele, mas como se lesse todos os seus pensamentos, uma resposta furiosa veio através do laço, indicando que ele não deveria ir encontra-lo.

     E sem saber o que fazer, o lobo começou a correr pela floresta, percorrendo todas as trilhas conhecidas e sentindo a confusão do seu parceiro reverberar pelo seu próprio corpo, transmutando-o e fazendo a sua transformação retrair e progredir diversas vezes. Os pelos acinzentados cresciam e dissolviam-se na sua pele, assim como as orelhas lupinhas e o focinho alongado. Os ossos alongavam-se e voltavam o tamanho original, causando-lhe uma dor imensa, não que isso impedisse ele de continuar correndo, tentando mandar pensamento tranquilizadores pelo laço.

     Os músculos alongavam-se diversas vezes, a cauda dissolvia-se, apenas para voltar novamente poucos segundos depois. As garras retraiam e apareciam rapidamente, substituindo as unhas e rasgando os dedos.

     As horas se passavam, assim como os terrenos pelo qual ele percorria, embora a noite fria e sem luz continua a ser exatamente a mesma. A lembrança do rosto do seu Ômega e o desejo insano de voltar ao normal e ter como de alguma forma ajudar o seu pequeno, fez o lobo mudar uma última vez, embora a retração da sua parte lupina e o cansaço seja tão intenso que nem a vontade de encontrar o seu Ômega é o suficiente para mantê-lo consciente.

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    Quando o rapaz acorda, sua cabeça ainda está um completo turbilhão de emoções e pensamentos. Ele olha ao redor e percebe que está numa floresta, apesar do pico de arranha-céus e prédios enormes poderem ser vistos na linha do Horizonte, a cerca de alguns quilômetros de distância.

     Se entender direito, o homem levanta do chão e olha para o próprio corpo desnudo, enquanto tentando lembrar do que aconteceu. As lembranças estão confusas e fora de ordem, mas o seu nome é a primeira coisa que vem a sua mente, assim como as lembranças da sua vida.

     A última coisa de que ele lembra É de uma briga no bar, durante uma lua cheia, onde acabou se descontrolando e batido no velho adversário seu. Ele sabe que devido à genética da sua família, sempre teve mais propício a se entregar a sua parte lupina, isso já havia acontecido antes umas duas ou três vezes, mesmo que durasse apenas alguns poucos minutos.

    O alfa olha para o horizonte e percebe que o sol já está nascendo, e isso lhe faz pensar que ele provavelmente está transformado por algumas horas desde a briga, e que é bem provável ter fugido do bar e dado um belo susto nas pessoas que viram um cara levemente alterado correndo pelas ruas.

     Em silêncio, o homem começa a andar em direção a cidade, embora sua mente ainda esteja completamente nublada, tão nublada que ele ainda não consegue perceber o laço pulsante do seu parceiro alí no cantinho, tomando um espaço reconfortante dentro do seu cérebro. Ele tenta encontrar uma estrada asfaltada, mesmo que ainda esteja bastante longe da civilização, enquanto uma curiosa sensação de que está esquecendo algo muito importante faça ele ficar um tanto preocupado e confuso.

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A MARCA DO LOBO (COMPLETO)Where stories live. Discover now