Já estava no fim da tarde, eu estava voltando pra casa na companhia da Bella. Estávamos conversando coisas aleatórias, até porque a vida dela é a mais divertida. Quando ela chegou perto da casa dela, agente se despediu e eu fui pra minha, rezando pra que ele esteja dormindo e eu ter a minha paz.
Assim que eu cheguei o cheiro de droga era presente ali, tampei meu nariz fazendo careta enquanto entrava em casa. Ele tava largado no sofá dormindo, eu dei graças a deus a isso. Mais quando andei mais um pouco ouvi a voz dele me fazendo estremecer.
Jorge: Tava aonde vadia? - Ele rosnou.
Anna: Estava na loja da dona branca. - disse sentindo minha respiração pesar.
Jorge: Sua vagabunda mentirosa - ele veio pra cima de mim e eu saí de perto dele, dando passos pra trás. - Você acha que sou idiota? Você só sabe comer e dormir nessa casa e não faz porra NENHUMA - ele gritou a última parte me dando um tapa na cara.
As lágrimas corriam pelo o meu rosto enquanto eu sentia o gosto metálico do sangue em minha boca.
Anna: EU NÃO ESTOU MENTINDO, EU TAVA TRABALHANDO, CARAMBA! - Eu gritei enquanto sentia mais lágrimas escorrer pelo o meu rosto.
Jorge: VOCÊ É COMO A PIRANHA DA SUA MÃE, SO SABE ME DA TRABALHO. - Gritou me dando outro tapa. - EU JÁ TE DISSE QUE NESSA CASA SÓ EU QUE LEVANTO A PORRA DA VOZ, SUA VADIA DE MERDA. - ele me empurrou no sofá vindo pra cima de mim.
Anna: Não fala da minha mãe, você não tem nenhum direito de falar dela. - Não sei da onde eu tirei força que o empurrei pra longe de mim. - Você é um miserável,um drogado alcoólatra.
Eu deveria ter ficado com a boca fechada porque nos segundos seguintes eu estava sendo espancada pelo o meu pai. Ele havia acertado um soco no meu nariz que me fez cair no chão e bater a cabeça no chão com força, quando tentei me levantar pra correr pro meu quarto, ele me derrubou novamente no chão e deu outro soco no meu rosto, acertando o meu olho esquerdo.
Jorge: Sua putinha do caralho, vou te mostrar como é que as coisas funciona aqui. - escutei o barulho do cinto dele desafivelar enquanto os passos se aproximava mais.
Anna: Por favor, pai, não...- Implorei pra ele quase sem voz, com medo do que viria pela a frente, meus olhos brilhavam em lágrimas que caiam sem parar.
Jorge: Você não gosta de ser uma puta? - Disse me olhando debochado. - Vai ser a minha prostituta agora. - ele puxou as minhas pernas enquanto tirava a minha roupa.
Eu só fazia chorar sem forças pra nada, tentei de tudo, me debatendo e nada adiantou, e mais uma vez fui usada nas mãos dele.
(...)
Uma semana havia passado desde aquele dia, tinha tirado esse tempo todo para que os machucados desaparecesse, pelo menos alguns. No outro dia quando a merda já tinha sido feita, quando a porra da droga não tava mais no organismo dele, ele havia pedido desculpas e eu mais uma vez havia ignorado ele.
Ele tinha saído ontem e até agora não voltou, eu só dou graças a deus que estou tendo um dia de paz. Amanhã volto a trabalhar normalmente e só conto as horas para poder ficar o mínimo de tempo nessa casa.
Escutei uma batida na minha porta e o nervosismo de ser ele havia sido maior, mais me lembrei que ele poderia entrar sem ao menos bater. Fazendo uma maquiagem rápida pra esconder alguns machucados me dirigir até a porta e vi a Bella me olhando divertida enquanto dizia.
Bella: Vamos sair? Por favor... Já fazem uma semana e tenho certeza que seu pai já está bom. - disse me olhando esperançosa. - ou ele estar com alguma doença. - Me perguntou preocupada.
Anna: O que? Não, quer dizer... Eu não sei se posso.. - ela me interrompeu entrando na minha casa.
Aí meu deus, essa casa só sabe cheirar a drogas e bebidas.
Bella: A Anna pelo amor né? Você já é de maior, pode sim, e se seu pai não está doente, não vejo problema. - ela me olhou enquanto cruzava os braços.
Se eu recusar ela vai insistir mais ainda, porque não né? Pelo menos vou ficar longe dessa casa por algumas horas.
Bella: Eba, ta vendo? Não é tão difícil assim aceitar. - me abraçou rindo enquanto dizia.
Anna: Vou me trocar sua doida. - puxei ela pro meu quarto, o único lugar realmente limpo.
Com ajuda dela agente achou uma roupa legalzinha, que na opinião dela eu tava um mulherão. Ela até tirou uma foto, eu só fazia rir.
Anna: Como a foto ficou? - Eu disse a olhando. - não sou muito de tirar foto.
Bella: Ficou linda, quer ver? Na verdade, vou te mandar. - ela disse olhando pro celular.
Escutei um barulho no meu celular e eu peguei ele, esse celular tenho a três anos, ele ta todo desgastado, morre mais não morre.
Sorri assim que vi a foto e guardei ela, não tenho redes sociais, até tinha uma conta mais não entro muito, por não ter tempo pra isso.
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Bella: agora vamos? - Perguntou enquanto me olhava. - Vamos apenas tomar um sorvete, quem não gosta né? - disse sorrindo enquanto me puxava.
Anna: Eu amo sorvete, mais gosto de açaí. - eu disse rindo.
Agente saiu da minha casa e fomos até a praça, lá ficava uma barraquinha que vendia isso. Quando chegamos agente se sentou em um dos bancos ali jogando conversa fora.
Engraçado né? Nem parece que minha vida é uma merda.
Bella: Olha quem ta ali! - Apontou pra a quadra aonde tinha alguns caras jogando bola. - Mano, o cabelinho é lindo assim mesmo?
Quem é Cabelinho?
Anna: Quem? - perguntei confusa.
Bella: O cabelinho, ele é um vapor do dono do morro. - Ela me olhou e disse. - O dono do morro também não é de se jogar fora. Ret o vulgo dele.
Anna: O filho da dona Vanda? - Eu perguntei e ela assentiu voltando a tomar seu sorvete. - eu vejo ele algumas vezes no restaurante da dona Vanda.
Bella: Ele é lindo né? Mais prefiro o cabelinho, inclusive o Ret ta ali jogando bola. - Apontou pra quadra.
E era verdade, ele tava jogando. Devo admitir ele é muito bonito, mais pelo o que os povos dizem aqui no morro. Ele é rodado demais! E como é...
Dei de ombros prestando atenção no meu sorvete.
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O pai da Anna é um Fdp mrm né? Louca pro Filipe matar ele🙄 Pelo o menos o finalzinho compensa né? Próximo capítulo na visão do nosso deus grego😏 Votem e comentem, isso me ajuda a continuar ❤️ 10 comentários?
