Capítulo 59

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Um mês e uma semana depois....

Anna Estrella ✨

Acordei com uma terrível dor na nuca, tudo por conta da posição desconfortável em que eu dormi. Abri meus olhos e a primeira coisa que vi foi a minha mão agarrada a dele, de Filipe. Separei nossas mãos e espreguicei-me.

Anna: Urg... Estou acabada. - Murmurei para mim mesma. - Tá vendo? Até em coma você acaba comigo. - Rir sozinha.

Rapidamente me ocorreu que a minha afirmação poderia ser entendido em duplo sentido, e logo tratei de me corrigir.

Anna: Você me deixa cansada, exausta, é isso. Não interprete isso como algo malicioso, seu safado. - Pedi, como se ele tivesse dito algo e eu estivesse apenas me corrigindo. Mas o silêncio foi a minha resposta.

Era frustante não ter uma resposta vinda dele, nem se quer uma fala com irônia ou safadeza. Percebi agora, que deveria ter valorizado mais sua companhia, que deveria ter deixado meu passado para trás e ter construído um futuro com Filipe.

Mas a minha insegurança sempre destruía tudo.

Levantei, e fiquei bem rente a ele. Acariciei sua barba, e fiz uma pequena nota mental: trazer as coisas necessárias para aparar sua barba.

De repente o quarto ficou mais claro, ganhando um iluminado vindo da janela. Era o sol se pondo.

Caminhei em direção a janela, e fiquei apreciando a magnífica imagem. O tempo no Rio não estava muito atrativo, mas a surpresa desse pôr do sol estava mudando a minha opinião.

Anna: O quarto precisa de uma corzinha, não acha? - Dei a minha opinião, como se ele fosse me responder. - Talvez, eu mande pintar ou comprar uma pintura de estrelas assim você se lembra de mim e esse quarto não pareça tão deprimente como está. - Falei novamente, agora caminhando pelo o quarto. - Acho que esse seria um local ótimo para pendurar as pinturas, o que acha? - Me encosto em uma das paredes, e cruzo os braços. - Claro, morena. Sua ideia é ótima. - Imitei a sua voz.

Soltei levemente uma risada.

Anna: Eu sei, eu sou maravilhosa.

Para de ser louca, você está em um hospital e não numa ala de psiquiatra para ficar conversando comigo mesma. Mas até que é engraçado...

Um barulho na porta chama-me atenção. Observo dona Vanda adentrar ao quarto com algumas flores em mãos. O Filipe nem gosta muito, na verdade, ele destesta. E se ele ver algumas espalhadas pelo o quarto com certeza ele faria uma piada sem graça.

Vanda: Anna, meu amor. Está aqui faz tempo? - Questionou, deixou um beijo demorado no rosto de Filipe e depois aproximou-se de mim, me abraçando.

Anna: Desde que eu larguei da escola. - Respondi.

Quando larguei da escola vim direto para cá, dona Vanda não iria abrir o restaurante hoje e então aproveitei o dia para ficar só com ele.

Vanda: Percebi, está com a farda da escola. - Analisou-me.

Anna: Eu queria ir embora só de noite. - Revelei, sorrindo.

Crime perfeito - RetannaWhere stories live. Discover now