Capítulo IV

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   Megan se calou diante das palavras da mãe e foi para o banheiro. Dona Snow continuou sentada, costurando e assistindo televisão.

Ao chegar no bar de Jim, Dark encontrou o pai em pé, encostado na parede ao lado do balcão com 2 amigos. Ele também ficou encostado, ouvindo atentamente a conversa dos adultos. Mas não tirava os olhos dos doces e salgados nas prateleiras. Anthony percebeu e inquiriu:

— Fala meu filho! O que você quer ali?
— Eu quero 10 centavos!

Os rapazes ficaram boquiabertos, pois perceberam que ele era tão simples e pela segunda vez pedia o mesmo valor.

— Eu vou lhe dar!! Mas além do dinheiro quer o que mais?
— Quero jujuba!
— Tudo bem!

Joe chegou no bar muito agitado, fazia o máximo de esforço para pegar ar e trazia o recado da mãe. Após se despedirem do pai, deram meia volta e partiram.

Em casa Dark tremia muito e o seu coração disparava como sons de tambores desesperados. No seu rosto havia muito medo, pois não queria apanhar. Mas ao abrirem a porta do quarto se depararam com Megan dormindo um sono profundo.

— Sortudo!! Foi salvo pelo cansaço da nossa mãe.

Após um longo suspiro, ele olhou para o irmão, abriu um sorriso e se recusou a respondê-lo.

Joe foi assistir televisão e Dark foi dormir.

No ano de 2004 eles já tomavam decisões por conta própria. Dark com 11 anos saía para brincar com os amigos em lugares bem distantes dali. Era chegar da escola e já estava pronto para ganhar as ruas. Mas Joe com 14, descobriu que não estava mais satisfeito com seus desenhos e os substituiu por cavaquinho, com isso, não parava em casa e era atração nas ruas, escolas e em todo lugar por onde apresentava seu talento musical.

Os curiosos paravam e faziam uma roda à sua volta. Joe Costello já tocava muito, fazia acordes maravilhosos e as pessoas além de curtirem a sua musicalidade, também incentivavam sua carreira. Os vizinhos faziam questão de se aproximar e parabeniza-lo pessoalmente. Ele colocava mais lenha na fogueira pondo o cavaquinho nas costas e com os olhos fechados tocava o famoso brasileirinho sem errar. E todos viam transparecer em seu rosto o prazer e o amor pela música.

Numa linha manhã de segunda-feira Dark caminhava lentamente pela rua Alexandre Teixeira, mas quando passava por trás dos prédios avistou o pai saindo para trabalhar. Imediatamente tentou se esconder, mas não dava mais tempo, pois já havia lhe visto.

Anthony Costello parou de andar e ficou esperando o filho se aproximar. Dark caminhava de cabeça erguida, mas tremendo. Anthony continuava ali, entre os dois prédios (Blocos H & I), de frente a serralheria de Tim Woodtruf.

Dark abriu um sorriso, desejou bom dia e pediu a sua benção.

— O que está fazendo aqui a uma hora dessa?

Ele se calou e olhou nos olhos do pai.

Houve uns segundos de silêncio!!

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O CÓDIGO DA SABEDORIAWhere stories live. Discover now