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     Areny Müller começou a aplaudir, enquanto Dark ainda estava boquiaberto e totalmente paralisado. Todos os alunos começaram a olhar com admiração. Henry e alguns meninos assobiavam comemorando tamanha realização. Dark ficou estarrecido. Não imaginava que estava vivendo a realização de um dos seus sonhos. Henry cruzou os braços envolta do corpo dele e o levantou dizendo ''É campeão, é campeão.'' Logo Areny pediu para que ele fosse até a frente do quadro e se pronunciasse diante da turma.

— Eu ainda não estou acreditando. Me belisca Henry?

  A turma toda gargalhou...

— Venha ler o seu poema para a turma. Eu aposto que eles estão curiosos para ouvir o que escreveu sobre o seu bairro. — Disse Areny sorrindo.

   Ao se aproximar da professora, Dark pegou o poema. A turma percebeu que suas mãos tremiam. Ele sentiu um frio na barriga, com vergonha e medo que algo desse errado. Mas percebeu que os alunos estavam com olhares curiosos, como se fossem uma plateia pronta para receber um espetáculo. Ele quis pensar dessa forma, então depois de voltar os olhos para o texto, começou a ler em alto bom som.

   Algumas palavras pareciam não ter saído como planejadas, por causa do nervosismo. Mas no final deu tudo certo e aqueles aplausos e olhares de admiração provaram isso, além de afago para o coração de um pequeno artista.

   A sala inteira ficou abismada com o lindo poema, tão delicado e totalmente dedicado ao bairro. Ele se sentia bem, provavelmente já estava sendo o comentário de toda escola e também deve ter sido comentado na sala dos professores que se juntaram para selecionar o melhor poema. Para um menino de 11 anos que sonhava tanto com o sucesso na vida, a fama e com o reconhecimento do trabalho para poder ajudar a mãe, aquele momento era um prato cheio bem nutritivo, daqueles que nos fazem sobreviver a tudo para que no futuro possamos contar histórias.

   A sirene tocou anunciando o fim da aula. Henry, Dark e os outros alunos recolheram os seus pertences e após se despedirem da professora, deixaram a sala felizes e satisfeitos.

   Henry Solberg teve uma ideia. Sugeriu que pegassem um ônibus e saíssem por aí sem destino e depois voltassem, só pra conhecer um pouco a cidade e ver outras paisagens. Dark rapidamente topou, pois era aventureiro e nunca deixaria essa oportunidade passar.

   Henry olhou para à esquerda e avistou um Lapa/Barra se aproximando rapidamente. Eles deram legal ao motorista, que muito gentil abriu a porta da frente. Eles entraram e agradeceram a gentileza, depois caminharam para o fundo e sentaram nos últimos bancos.

   Na estação da Lapa Dark e Henry caminhavam em meio à multidão.

— Onde nós estamos? — Disse Dark curioso.

— Estamos numa estação.

— Ah! Acho que é a "Estação Pirajá". Já ouvi muito falar daqui.

— Será? Vamos perguntar a alguém?

— Então vamos!!

  Eles continuaram caminhando, mas ao avistarem um casal na fila decidiram se aproximar.

— Olá, moça! Boa tarde! Onde nós estamos?

— Na estação da Lapa. Posso ajudá-los? Estão perdidos?

— Não, obrigado!! Boa tarde!! — Disse Henry, pois Dark se calou diante das perguntas.

   Dark engoliu a seco e deu meia volta, mas alguma coisa o perturbava. Henry estava caminhando junto com o amigo e após se afastaram do local, Dark desconfiado olhou para trás e percebeu que a moça estava discutindo com o namorado. Em seguida ela pegou o celular e ficou mexendo desesperadamente. Dark chamou Henry e juntos começaram a correr para a plataforma de cima.

— O que aconteceu pra você correr assim de repente? Estou colocando os bofes pra fora de tanto que corri.

  Dark apavorado, ofegante e com os olhos bem esbugalhados respondeu:

— Aquela moça estava ligando para o juizado de menor e você nem percebeu.

— Como sabe disso? Não vi nada de estranho.

— Ela pegou o celular e começou a ligar, mas antes estava perguntado ao namorado qual era o número, mas ele não quis falar. Ela ficou brava e falou para ele pensar no desespero das nossas mães.

— Nossa!! Eu nem percebi.

   Os meninos correram e pararam para pedir informação.

— Olá, senhora!! Boa tarde, tudo bem? Pode me informar como faço para chegar até Águas Claras?

— Vocês terão que descer essa escada e depois a outra. Quando chegarem no térreo, procure o ponto do Cajazeiras VIII. Lá passa vários que serve pra vocês. Agora corram porque daqui a pouco passará um.

— Ah! Muito obrigado!! Tchau!! — Henry.

— Tchau meu filho!! 

 (Gostaram do Capítulo? Então... Votem e comentem!):D  

O CÓDIGO DA SABEDORIAWhere stories live. Discover now