Capítulo VIII

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   Megan decidiu pôr Anthony na justiça, pois precisavam resolver a situação dos filhos. Ela queria que ele pagasse pensão todos os meses e também que saísse da casa onde morava para deixá-la morar. Ele se recusou a sair e alegou que não tinha condições pra morar em outro lugar. Mas iria se virar para não deixar faltar a alimentação dos filhos.

O caso ficou correndo na justiça, enquanto Megan se virava trabalhando de doméstica e fazendo algumas faxinas para sustentá-los. Os seus patrões decidiram ir embora do Brasil e morar em Paris, na França. Eles queriam que ela fosse junto conhecer e conviver na belíssima cidade das luzes e da moda. Mas Megan rapidamente recusou a proposta, porque não queria abandonar os filhos. Ela chegou até a perguntar se poderia levá-los, mas eles recusaram a condição e lamentaram.

Paris era um dos maiores sonhos de consumo de Megan. Em algumas conversas diárias no serviço deixou muito claro para os patrões sobre seu sonho e, eles ficaram tristes com a decisão dela ficar. Megan teve que superar essa tristeza, pois o seu principal foco era criar e educar os filhos. Será que ela não ficou muito triste? Megan sabia que se fosse, teria condições financeiras o suficiente para dar uma vida melhor aos filhos, mas ela ficaria muito distante deles e sabia que não aguentaria a saudade profunda, por isso mesmo com dificuldades financeiras, ficaria e lutaria contra o mundo para criá-los.

Dark Costello continuava encantado com o campeonato de poema. Ele costumava sonhar muito alto e achava que ser um autor famoso, com reconhecimento e remuneração do futuro trabalho seria a única forma de ganhar dinheiro e ajudar a mãe, além de descobrir e viver o seu amor pelas letras. O seu primeiro foco tornou-se ganhar o tal concurso, pois descobriu que o tema do campeonato era o próprio nome do bairro onde nasceu.

O desafio era falar um pouco sobre o bairro e usar dos recursos das letras para criar estrofação, rimas e tudo que fosse voltado para que o texto se encaixasse numa determinada gavetinha e não saísse do principal contexto que era Águas Claras.

A professora Areny Müller era uma mulher alta, aparentemente tinha 1,80 de altura, branca, olhos castanhos escuros, cabelos longos, pretos e possuía uma mancha preta nas costas, era um sinal. Ela era uma mulher linda e muito respeitada por todos os seus alunos. Tinha autoridade, autonomia e muito respaldo entre os colegas de trabalho. Dark admirava a professora e fazia de tudo para não a decepcionar, além de achá-la uma mulher inteligente.

Numa bela tarde de outono ele mais uma vez voltava do vídeo game, atrasado corria muito e olhava para todos os lados pela rua Alexandre Teixeira. Já estava mais que na hora de ir para a escola, mas insistia em levar a mesma rotina de sempre. Então... Após ter descido o início da rua Januário, desceu a escada do caminho XXIX e adentrou em casa.

Na sala Dona Snow almoçava na mesa e logo se animou ao ver o neto chegar. Ele abraçou a avó, deu-lhe um beijo no rosto e rapidamente caminhou até o quarto. Dark procurava a toalha de banho, mas quando percebeu que não estava pelo quarto, então, decidiu voltar até o caminho XXIX pra pegá-la no varal, na frente da casa, entre a janela e a porta.

Ele pegou a toalha, distraído olhou para à esquerda e avistou de baixo parte da rua Januário e também a tia Karolyne na varanda do 1° andar do prédio onde trabalha como doméstica, abaixo da panificadora Águas Claras.

Karolyne Snow usava uma toca e vestia um avental branco por conta do serviço. Ela tinha 26 anos, parda 1,68 de altura, cabelos curtos, crespos, avermelhados e olhos castanhos escuros. Tinha um filho chamado Derek.

Ao se entreolharem, Dark soltou um beijo e sorriu acenando para a tia que logo abria um lindo sorriso e também soltava beijos da varanda. Depois, ele entrou e caminhou em direção ao banheiro.

Na cozinha se deparou com Joe arrumado, terminando de colocar o almoço. Ele seguiu em direção a sala para almoçar na mesa. Dark entrou no banheiro, fechou a porta e após se despir por completo, caminhou até o box e começou a tomar banho.

Na sala Dona Snow levantava da mesa, pois já havia terminado de almoçar, enquanto Joe se sentava e fazia a refeição para ir à escola. Ela caminhou até à cozinha e após ter posto a louça na pia, começou a lavá-la. Dark embaixo do chuveiro ouviu o barulho da louça e da água corrente, então, fechou o chuveiro e hesitou bem alto:

— Vovó? A senhora está aí? — Inquiriu olhando para a porta do banheiro.

— Estou sim!! Aconteceu alguma coisa? Esqueceu a toalha lá fora foi?

— Não!! Está aqui. Preciso que ponha o meu almoço, pois não quero me atrasar. Pode fazer isso por mim?

— Posso sim!! Mas, vê se não se atrasa de novo. Seja um bom aluno meu filho.

— Obrigado!! Põe pouca comida, pois fiz um lanche lá no vídeo game.

— Pode deixar!!

Dark tornou a ligar o chuveiro e terminou de enxaguar o corpo que estava coberto de espuma de sabão. Logo depois pegou a tolha, enrolou envolta do corpo e abriu a porta caminhando pela cozinha até chegar na sala.

Dona Snow estava sentada no sofá grande assistindo televisão para se atualizar nas notícias do dia, enquanto Joe levantava da mesa e caminhava em direção à cozinha. Dark rapidamente correu até o quarto e após ter fechado a porta começou a se arrumar rápido, porque desta vez, não perdeu tempo procurando a farda, pois havia guardado num local fácil de ser encontrado.

Joe Costello estava no sofá preto esperando o irmão terminar de almoçar, pois juntos seguiriam para à escola. Mas, ouvia-se barulho de pegadas descendo a escada do caminho XXIX. O barulho da grade abrindo deixou claro que alguém estava chegando. Dona Snow curvou-se o pescoço pra frente para saber quem estava entrando. Logo todos voltaram o olhar para a porta, pois Andryne apareceu com o filho pequeno chamado Steven, que estava com um chapéu azul e uma bola de futebol.

Andryne Snow começou a sorrir e rapidamente cumprimentou a mãe e os sobrinhos. Ela vestia um lindo macacão vermelho, salto tamanho 17 preto e um lindo colar de bolinhas azuis. No seu cabelo, um lindo rabo de cavalo, que valorizava o seu lindo rosto e lhe dava ousadia no andar.

Joe Costello brincava com o primo Steven, enquanto Dark levantava da mesa e caminhava até à cozinha.

— Dark? Você vai para a cozinha?

— Sim, minha tia!!! A senhora precisará de algo?

— Por favor, traz um copo d'água pra mim? Estou morrendo de sede.

— Tudo bem!!

Dona Snow conversava com a filha, ambas estavam sentadas no sofá proseando e gargalhando sem parar. Uma energia positiva tomava conta da casa. Joe, tocava cavaquinho e fazia o pequeno Steven mergulhar nas próprias risadas. Logo depois, Dark voltou e colocou a jarra com água sobre a mesa, então, chamou a tia para se servi.

Dark voltou para à cozinha, pois havia deixado a louça para lavar. Mas, após Andryne ter terminado de beber água, também foi até lá. Ela pôs a jarra de volta na geladeira e entregou o copo ao sobrinho que como dizem por aí, já estava com a mão na massa. Ela agradeceu gentilmente e voltou para a sala. Em seguida, Dark também caminhou até lá. Mas, foi na companhia de Joe que ambos se despediram de todos e partiram em direção à rua.

Eles subiram a escadado caminho XXIX e viraram para à direita, subindo a rua Januário, pois Joecostumava ir pela Estrada do Matadouro, enquanto Dark costumava ir pelaesquerda, sentido final da rua Januário, passando pela Av. Januário, rua SantaTereza, Av. Boiadeiro e atravessando a rua do Boiadeiro, para enfim chegar na OrlandoJosé Ribeiro.

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O CÓDIGO DA SABEDORIAWhere stories live. Discover now