II

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George cresceu sabendo que seria o futuro rei da Inglaterra, o país mais poderoso do Reino Unido. Por toda sua vida, estudou assuntos políticos, recebeu treinamentos militares, aprendeu a falar diversas línguas para manter acordos com outros países, mas sentia-se farto daquilo tudo. Recentemente, havia se livrado do seu tutor, sir Cooper. E apesar do longo convívio, ele nunca conseguiu nutrir nenhuma afeição pelo homem, mesmo com todos os bons serviços prestados; achava seu tutor amargo e pessimista em demasiado.

Estudou na universidade de Oxford, sem poder fazer amizades ou até mesmo se divertir com os outros homens; era proibido de fazer qualquer coisa que pudesse revelar sua identidade. Muitas vezes queria sentir raiva do pai, mas o amava demais para nutrir esse tipo de sentimento por ele. E quando finalmente terminou seus estudos na universidade, foi enviado para a Espanha; onde finalmente o conheceram, porém, em acordo, não poderiam dizer como era o príncipe.

Tinha acabado de retornar da Espanha, onde passou um mês com a família real espanhola. Criou uma boa amizade com o príncipe Alejandro, e acabou se apaixonando por sua irmã, princesa Jade, que era de uma beleza e inteligência impressionante.

George estava com seus pensamentos em Jade, quando sua mãe, a rainha Lauren, entrou toda radiante em seus aposentos com um convite em mãos. Ele era muito parecido com sua mãe, diferenciavam-se apenas na altura e nos músculos. Ambos possuíam olhos azuis gélidos e cabelos loiros; amava sua mãe mais do que sua própria vida. Quando as coisas eram difíceis, as obrigações pesavam em seu ombro, ela sempre estava lá para ajudá-lo.

— Mamãe, o que devo a honra da sua visita? — George apontou para o convite em sua mão.

— Não posso ver meu filho tão amado? — Lauren disse o abraçando.

— Sempre mamãe. — George soltou-se dela e pegou o convite. — Mas a senhora está com algum interesse. Ou estou enganado? — deu um sorriso maroto.

— Não está enganado. — Lauren riu. — Vai ter um baile na mansão Lascelles, gostaria que você fosse.

— Mamãe, eu não gosto de bailes. — George fez uma careta.

— Ninguém conhece você. Sempre esteve ausente ou fora dos meios sociais, e é uma grande chance de conhecer a sociedade e como ela funciona. — a rainha pigarreou. — Seu pai sempre foi bom nesse aspecto de afastar as pessoas de você, agora, nada mais justo do que você se aproximar, mesmo que de maneira lenta.

— Por onde anda o rei? — começou a ler o convite.

— Deve estar em uma de nossas casas do campo com alguma outra mulher. — a rainha bufou. — Estou acostumada com essa situação alguns anos. No início, era difícil, sofri muito, mas agora me preocupo apenas com seu bem-estar e o da sua irmã.

— Não acredito que ele ainda continua com essas amantes! — George esmurrou a parede com o convite na mão. — Ele não a merece mamãe. — acariciou o rosto da mãe. — Merecia alguém melhor para a senhora.

— Ele não merece nem aos filhos que tem. — Lauren limpou com a mão, uma lágrima que começou a descer por seu rosto. — Millie sempre pergunta pelo pai, nunca sei o que responder. Não quero que ela tenha uma imagem do pai errada. — suspirou. — É completamente frustrante essa situação.

— Não gosto de ver a senhora triste dessa maneira. — passou o polegar por outra lágrima que descia pelo rosto da rainha.

— Então vá ao baile, por mim. — Lauren segurou sua mão. — Prometa-me uma coisa.

— Prometo o que a senhora quiser. — beijou a mão dela.

— Jamais trate uma mulher da mesma maneira que seu pai me trata.

Lady CharlotteWhere stories live. Discover now