VIII

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Depois que ela descobriu sobre a verdadeira identidade de Alfie Smith, chegou uma carta dele para ela poucos minutos depois. Ela sabia que ele não podia falar nada sobre sua identidade para ninguém, mesmo assim a omissão dele a deixou irritada e furiosa.

Quando leu o conteúdo da carta, riu com certo deboche. Assim que terminou de ler, fez questão de mandar a resposta rapidamente para ele, mandando-o ir para a sua casa fazer uma visita. Ansiava revê-lo e ouvir as explicações dele sobre tudo, ou quase tudo.

Charlotte esperava por George ansiosamente em sua casa, e apesar de ter jurado para si mesmo que o faria pagar por aquela mentira, sabia que não era culpa dele.

Colocou seu vestido rosa preferido e amarrou seu cabelo em um coque mal feito. Caminhou até a sala para tocar piano enquanto esperava por sua visita.

Quando Charlotte se sentia ansiosa ou estressada por alguma coisa, tocava uma música que a deixava um pouco mais calma e relaxada. Für Elise sempre transmitia a calma que ela precisava; não havia música comparada a aquela. As notas fluíam com rapidez, a melodia era doce e amável, coisa que ela adorava.

— Você raramente toca essa música. — o duque Harrison sentou-se ao sofá próximo do piano. — Toca apenas quando está ansiosa.

— Receberei uma visita. — Charlotte parou de tocar, e olhou para o pai. — Estou apenas passando o tempo.

— Por onde anda suas irmãs e a Srta. Marshall?

— Saíram antes do rei ir embora.

— Foram para a modista? — ele começou a rir.

— Como sempre. — retribuiu o sorriso. — E então, o que Sua Majestade queria aqui em casa?

— Nos convidar para o baile que irá fazer em honra do rei espanhol e sua família.

— Não poderia mandar um convite? Seria bem mais fácil.

— Como sempre, possui uma resposta na ponta da língua. — o duque a repreendeu com o olhar. — Isso não é nada educado.

— Eu bem sei meu pai. — Charlotte se levantou e olhou o jardim pela janela. — Mas acaba saindo algumas respostas uma vez ou outra.

— Pense antes de falar em certas situações minha filha. — o pai pôs a mão em seu ombro. — Vou viajar para Cambridgeshire, voltarei em breve. Preciso resolver algumas coisas pendentes em nossa propriedade. Avise para suas irmãs.

— Quando voltaremos para lá? — ela colocou sua mão sobre a dele. — O senhor sabe se a senhora Jasmine está em casa?

— Espero que em breve minha filha. Ainda não acho que seja o momento certo, a temporada não acabou. — suspirou. — Ela saiu há poucos minutos. Alguma coisa importante?

— Não. — deu de ombros.

— Esqueci-me de lhe perguntar, quem será a visita?

— Sr. Smith. — Charlotte virou-se para encarar o pai.

— Você tem certeza que quer continuar a ser amiga desse rapaz? — pegou suas mãos e apertou.

— Tenho. — deu um sorriso. — Ele é um ótimo cavalheiro.

— Nunca ouvi você falando isso de ninguém. Agora tenho que ir realmente. Não quero chegar muito tarde. — beijou a testa da filha. — Tenha um bom dia.

Ela observou seu pai sair da sala, e depois se virou para janela novamente. O jardim era algo que poderia ser observado por horas, principalmente onde ficavam as rosas, sua flor preferida.

Lady CharlotteWhere stories live. Discover now