VII

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Duas semanas se passaram desde o encontro entre George e Charlotte. Ele sentia falta dela e das suas respostas ferinas, por mais que negasse para si mesmo. Sua irmã havia sugerido diversas vezes para ele enviar uma carta para Charlotte, mas ele não negava a todo o momento seguir o conselho de Millie.

Olhava por sua janela, o belo jardim do palácio. Todas aquelas flores o deixava mais calmo. Começou a pensar em Jade, a bela princesa espanhola por quem estava apaixonado. Lembrava-se dos longos cabelos negros como ébano, seus olhos verdes como esmeraldas, lábios pequenos e rosados, que ele desejava beijar.

George sorriu ao lembrar-se dos bons momentos com Jade na Espanha. Estava ansioso para revê-la novamente.

— Poderia ser um inimigo e não prestaria atenção. — reconheceu a voz de seu pai invadir o quarto.

— Boa tarde para o senhor também meu pai. — George virou-se e o encarou.

— Durante esses dias que estive fora, meu irmão tomou conta de tudo. — o rei pegou uma carta de Jade em cima de sua escrivaninha. — E ele me relatou que você não o procurou para saber assuntos do estado, e nem para nada. Acha que vai governar dessa maneira, George?

— Não tinha conhecimento que eu poderia me apresentar diante ao Parlamento. E não, meu pai. — andou em direção do pai e tomou a carta de sua mão. — Apenas não achei necessidade em procurar o regente. O senhor confia mais em seu irmão, do que em mim que sou seu filho primogênito herdeiro do trono.

William fez uma expressão de descaso e se apoiou em uma poltrona.

— Como foi na Espanha? — o rei mudou de assunto de repente.

— Como eu descrevi nas cartas destinadas ao senhor.

— Soube do seu relacionamento com a princesa. — William olhou para o filho pela primeira vez. — Estou bastante feliz com isso.

— Pensei que o senhor não iria aprovar nossa relação, pois sempre disse que não queria sangue estrangeiro na família. — George respondeu assustado e feliz ao mesmo tempo.

— Como eu não aprovaria um relacionamento com a Espanha? Vejo isso como uma união maravilhosa entre os dois países.

— O senhor só pensa em negócios. — ele suspirou e sentou em uma poltrona longe do pai. — Nunca se importa comigo, Millie e minha mãe. Afinal, o senhor já foi vê-las?

— E quem é você para dizer o que sou, ou o que deixo de ser? E não, não fui ver as duas. Não por agora, preciso assinar alguns relatórios antes.

— Nada, meu pai, nada. — George respondeu frustrado. — Para o senhor eu não sou nada. Elas vão ficar chateadas.

— Tomei a liberdade de convidar a família real espanhola para passar uma temporada em Londres. — William sorriu. — Aproveite e se aproxime mais ainda de Jade. Entendeu-me?

— Entendi. — respondeu com mau humor.

— Perfeito. A propósito, pode assumir sua identidade.

George ficou boquiaberto.

— Vou à casa de um velho amigo, quer ir comigo?

— O senhor nunca faz visitas a ninguém, e muito menos me convida para acompanhá-lo. — George apoiou o braço na perna. — Quem é seu amigo?

— Duque Harrison de Cambridge. — o rei pegou outra carta com o nome Charlotte Harrison. — O que significa isso?

— A filha mais nova do duque é uma amiga. Mas ela não sabe que sou o príncipe.

Lady CharlotteUnde poveștirile trăiesc. Descoperă acum