XII

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A sensação do beijo foi algo totalmente novo para Charlotte. Afastou-se do príncipe assim que se deu conta do quão estava errada em ter continuado aquele beijo, pois não estava pensando com coerência quando decidiu continuar. Começou a sentir vergonha, não podia negar para si mesma. Ela nunca esperou um beijo daquele, ainda mais com iniciativa dele.

Seu primeiro beijo.

Colocou os dedos sobre os lábios e começou a andar pela biblioteca para conter o nervosismo, e sentiu os olhos de George cravados nela, seguindo seus passos.

— Charlotte, está me deixando nervoso.

— Quem está nervosa sou eu. — respondeu devagar. — Por que fez isso?

— O beijo?

— Lógico! E o que mais seria? — o encarou.

— Disse que não queria se arrepender do que não fez.

— E Jade? Você não disse que gostava dela?

— Sim.

— O que foi isso então? — perguntou frustrada.

— Juro que não estaria mentindo se eu lhe dissesse que também não sei explicar o que houve.

— O estranho é que...

— Que?

— Eu gostei.

— Eu também gostei. — passou a mão pelos cabelos.

— Somos amigos, isso não pode se repetir. Foi errado esse beijo.

— Mas você não negou o beijo, continuou. — deu um sorriso irônico.

— Cale-se. — revirou os olhos.

— Sempre afiada quanto uma espada.

— Ou talvez pior. — ela riu. — George...?

— Sim?

— Nada.

— Tudo bem. Onde está minha irmã, minha mãe? Não acredito que a tenham deixado sozinha.

— Elas foram resolver alguma coisa que precisava da atenção delas, e eu pedi para olhar a biblioteca.

— Por que não foi com elas?

— Não era necessário.

— Vai ficar para o almoço?

— Não, já incomodei o suficiente por hoje. Pretendo ir à casa da minha amiga ainda.

— Como se chama sua amiga? — George se virou para a grande janela.

— Sky Marshall.

— Eu a conheci na Espanha. — ele riu. — Ela é bastante exótica em seu comportamento.

— Exótica? — Charlotte soltou uma gargalhada. — Deixe sua educação de lado por um instante, diga que ela é maluca mesmo.

— Impossível conversar com a senhorita. Sempre discorda de tudo que falo. — George saiu de perto da janela e revirou os olhos para ela.

— Não posso mais dar minha humilde opinião, Vossa Alteza? — riu ironicamente.

— Não, não pode. — riu.

— Eu poderia pedir um favor?

— Se estiver ao meu alcance, por que não?

— Poderia chamar a carruagem para mim? — ela sorriu. — Quero ir para casa.

Lady CharlotteWhere stories live. Discover now