A sensação do beijo foi algo totalmente novo para Charlotte. Afastou-se do príncipe assim que se deu conta do quão estava errada em ter continuado aquele beijo, pois não estava pensando com coerência quando decidiu continuar. Começou a sentir vergonha, não podia negar para si mesma. Ela nunca esperou um beijo daquele, ainda mais com iniciativa dele.
Seu primeiro beijo.
Colocou os dedos sobre os lábios e começou a andar pela biblioteca para conter o nervosismo, e sentiu os olhos de George cravados nela, seguindo seus passos.
— Charlotte, está me deixando nervoso.
— Quem está nervosa sou eu. — respondeu devagar. — Por que fez isso?
— O beijo?
— Lógico! E o que mais seria? — o encarou.
— Disse que não queria se arrepender do que não fez.
— E Jade? Você não disse que gostava dela?
— Sim.
— O que foi isso então? — perguntou frustrada.
— Juro que não estaria mentindo se eu lhe dissesse que também não sei explicar o que houve.
— O estranho é que...
— Que?
— Eu gostei.
— Eu também gostei. — passou a mão pelos cabelos.
— Somos amigos, isso não pode se repetir. Foi errado esse beijo.
— Mas você não negou o beijo, continuou. — deu um sorriso irônico.
— Cale-se. — revirou os olhos.
— Sempre afiada quanto uma espada.
— Ou talvez pior. — ela riu. — George...?
— Sim?
— Nada.
— Tudo bem. Onde está minha irmã, minha mãe? Não acredito que a tenham deixado sozinha.
— Elas foram resolver alguma coisa que precisava da atenção delas, e eu pedi para olhar a biblioteca.
— Por que não foi com elas?
— Não era necessário.
— Vai ficar para o almoço?
— Não, já incomodei o suficiente por hoje. Pretendo ir à casa da minha amiga ainda.
— Como se chama sua amiga? — George se virou para a grande janela.
— Sky Marshall.
— Eu a conheci na Espanha. — ele riu. — Ela é bastante exótica em seu comportamento.
— Exótica? — Charlotte soltou uma gargalhada. — Deixe sua educação de lado por um instante, diga que ela é maluca mesmo.
— Impossível conversar com a senhorita. Sempre discorda de tudo que falo. — George saiu de perto da janela e revirou os olhos para ela.
— Não posso mais dar minha humilde opinião, Vossa Alteza? — riu ironicamente.
— Não, não pode. — riu.
— Eu poderia pedir um favor?
— Se estiver ao meu alcance, por que não?
— Poderia chamar a carruagem para mim? — ela sorriu. — Quero ir para casa.
YOU ARE READING
Lady Charlotte
Historical FictionLivro 1 da trilogia "Irmãs Harrison". Charlotte Harrison, a filha caçula do duque de Cambridge, vai fazer dezessete anos. Essa é a idade perfeita em Londres para as moças solteiras começarem a debutar e procurar um bom partido para se tornar marido...