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Retornamos aos puffes quando a sede havia se tornado insuportável.

- Joe, traga por favor um daqueles drinks que eu gosto. Quero que eles experimentem.

- É pra já chefinho! - Encarei Filipe e percebi que ele fez uma careta ao ser chamado assim.

Joe retornou bem rápido considerando a lotação do ambiente. Trazia em sua bandeja quatro copos neon com canudos da mesma cor. Ambos brilhavam no escuro.

- Juro que não entendo?

- Não entende o que Joe? - Perguntou Filipe.

- Não entendo com pode um ogrinho como você ter conseguido namorar uma garota tão bonita quanto ela. Me pergunto isso desde a primeira vez em que ela esteve aqui.

Joe falava alternando o olhar entre eu e Filipe. Era óbvio que ele se referia a mim e a outra vez em que estive aqui tomando açaí. Fiquei morta de vergonha e não soube o que dizer. Lucas estava sorrindo, Luíza me lançava um olhar interrogativo e cheio de significados, enquanto Filipe apenas ria. Eu era realmente a única constrangida pelo mal entendido? Nem tive tempo de pensar em explicar para Joe que ele havia se enganado, Lucas falou com tanto entusiasmo que até cortou minha linha de pensamento.

- O que tem nesse copo? Meu Deus, é incrível!

Eu e Luiza ficamos tão curiosas diante do entusiasmo de Lucas que logo tratamos de provar a bebida de tom avermelhado. Era com certeza a melhor coisa que eu já havia provado!

- Cranberry, leite condensado e outras coisas. Minha especialidade, a famosa bebida da felicidade!

Ri de seu entusiasmo. Joe era divertido e espontâneo, muito fácil gostar dele.

- Por que ela se chama assim? - Luiza perguntou.

Antes que Joe respondesse Filipe se adiantou:

- Cura qualquer tristeza. - Ao dizer, deu uma leve piscadela para Joe.

Assim que terminamos de beber a "bebida da felicidade", caminhamos pela praia para fugir um pouco do som alto e da grande quantidade de pessoas aglomeradas no quiosque. A noite estava linda, o céu estrelado e uma leve brisa fazia com que meus cabelos soltos voassem.

- O que foi vocês dois dançando? Pareciam um casal de filme antigo. - Luiza falou se referindo ao momento em que eu e Filipe estávamos na pista.

- Ta me chamando de velho? - Filipe fez um tom falso de ofensa.

- Talvez.

Todos rimos.

- Mas sério, vocês dançaram bem juntos. Filipe podia me ensinar depois, quase assassinei os pés da Luiza... - Falou em um tom visivelmente melancólico e com a expressão cabisbaixa.

Enquanto eu me controlava para não dar um abraço em Lucas e dizer que não tinha problema e que era normal ter dificuldades em algumas coisas, o som gargalhada alta de Filipe me interrompeu preenchendo o ambiente.

- Só não entre em depressão por isso cara, nem todos são tão bons quanto eu.

Dei um soco forte no braço de Filipe. Sabia que uma hora o feitiço iria acabar, ele estava legal demais para ser verdade.

- Aii, por que fez isso? - Perguntou esfregando o braço e encarando Lucas e Luiza de cara feia, que agora riam sem parar.

- Para você aprender que não se deve rir da desgraça dos outros.

Filipe soltou uma nova gargalhada, bem mais alta que a primeira.

- Você ouviu o que acabou de dizer? Até você acha que é uma desgraça o fato de nem todos serem como eu. - Ao falar ele passava a mão no cabelo bagunçando-o ainda mais. Ao fazer esse movimento, confesso que ficava mais charmoso do que eu gostaria de achar...

AmazimaWhere stories live. Discover now