#continuação21

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Leitores queridos,

o próximo capitulo de Amazima será bem longo. Por isso quis deixar esse como continuação do 21, já que ele estava tão pequeno. Estou com saudades de vocês! Quero ler muitos comentários para matar essas saudades.
Criei um instagram com alguns textos de minha autoria e adoraria ver alguns de vocês ( na verdade todos ) por lá. Se chama @apenasalguemlm. Quem daqui for me seguir, comentem em alguma foto que são leitores de Amazima. Ficarei extremamente feliz!
Chegamos aos 200k e vocês sãos os 200 mil motivos que fazem meu coração bater mais rápido e aumentam minha vontade de continuar escrevendo! Vocês são incríveis e jamais me esquecerei de como tudo começou. Sou grata a Deus e a cada um que deixou meu céu mais estrelado e coração aquecido! <3
A história já tem inicio, meio e fim. Mas gostaria de ouvir o que vocês gostariam de ver em Amazima. Vai que a cena pode aparecer no livro? ;)
Enfim, boa leitura!

Com amor, carinho e alegria de sempre,
L.M.

Acordei com uma disposição que em muito não se encontrara mais em meu corpo. Aproveitei por ser domingo e a orla não estar tao cheia, calcei meus tênis de corrida, amarrei meus cabelos em um elástico preto, ajustei o rabo de cavalo e sai de casa. Levando dinheiro, caso quisesse tomar um café da manhã em um quiosque, sem precisar pagar fiado com o Joe me aproveitando assim de minha amizade com Filipe ou do que quer tínhamos. Sacudi minha cabeça para o lado e quis me socar por ter meus pensamentos sempre de alguma forma apontados para ele. O causador das mais recentes idas e vindas de minha vida que jurei tentar deixar de lado. Comecei a correr depois de me alongar brevemente, coloquei o fone em meus ouvidos e permiti que a brisa leve e suave do mar levasse embora todos os problemas pesados que insistiam em me assombrar. Fiz uma oração breve e silenciosa, por meu avô, por minha família, pelo meu coração e tudo que tive que deixar pra trás. Uma lágrima escorreu em meu rosto e comecei a correr o mais rápido que podia, como se minha vida dependesse disso. Meu coração foi aquecido, por um Deus que aquece corações. Chorei, não de tristeza, mas de alegria em saber que Ele me ama e cuida de mim mesmo que tudo comece a ruir ao meu redor.

Parei depois de correr sete quilômetros. Sentei em um restaurante que ficava a dois quiosques de distância do Pesqueiro. Não era tão bonito, mas parecia ser agradável. Enquanto esperava meu suco chegar, me encontrava distraída olhado o mar e nem avistei Tiago chegar.

- Olá novamente. - Falou sorridente e simpático como sempre.

- Oi! Que susto, não te vi chegar.

- Perdoe, não foi minha intenção assustá-la. Pelo visto corre sempre por aqui. - Ele usava uma bermuda preta e um boné branco. A camisa estava em seus ombros e de seu corpo escorria suor.

- Um hábito que criei recentemente, por sinal. - Sorri de maneira simpática ainda me recuperando do susto que a pouco tinha levado. - Você que parece correr com frequência.

- Por que diz isso? - Perguntou com um sorriso charmoso que em resposta fez minhas bochechas acenderem e logo me arrepender do que antes havia dito.

- Não digo isso pela sua forma. Não que ela não lhe caia bem é só que... Esqueça, sera que podemos começar novamente? - Perguntei agradecendo a deixa pelo suco ter chagado e poder ocupar minha boca com algo se não palavras que logo me deixariam encabulada.

- Claro. - Sorriu. - Como foi a corrida?

- Revigorante. Bom para colocar os pensamentos em ordem. E a sua?

- Digo o mesmo, apesar de que quando paro de correr os problemas parecem ainda permanecer em meu encalço.

- Que problemas são esses que não lhe permitem ter paz? - Diante de sua hesitação ao responder e expressão séria, logo recuei.

- Perdoe minha intromissão, não deveria ter perguntado.

- Não, é bom ter com quem conversar. As vezes a vida pode ser um tanto quanto sufocante. - Falou com um olhar distante bem similar ao meu minutos atrás antes dele chegar.

Bebi meu suco e assim que a água que ele havia pedido chegou, desatou a falar:

- Meu pai é dono de uma empresa. E as coisas por lá andam um tanto quanto confusas. - Fraziu o rosto ao dizer. - Como seu filho, meu nome é cotado para substitui-lo um dia, entanto ele tem um sócio que também é o dono. Ambos tem 50% e os dois tem filhos aptos que poderiam assumir o cargo com capacidade. Eles são amigos, ou já foram. Depois dos problemas que a empresa vem enfrentando, tem tido brigas cada vez piores e isso acaba caindo para mim e o outro filho envolvido. Eu só quero fazer o melhor, para minha família e para todos. Só que isso se torna difícil demais quando se parece carregar o mundo nos ombros e o futuro que sua família e vida possam ter. Não sei em quem confiar lá dentro, não sei quem está do lado de meu pai e quem está pronta para puxar seu tapete. Só queria que tudo deixasse de ser essa guerra que a pouco surgiu e que a paz reinasse na empresa e em minha vida novamente.

Tiago me encarava profundamente e por meio disso pude sentir toda a dor que saia de seu coração, todo sentimento que ali estava e que todos os dias tentava esconder. Por um segundo, quis de algum modo fazer com que aquilo parasse. Os problemas dele pareciam tão grandes e apesar de tão diferentes dos meus, me compadeci. Por reflexo segurei sua mão por cima da mesa, e aproximei e disse as palavras que mais tarde saberia para onde me levariam:

- Pode confiar em mim, Tiago.


****


Tiago me convidou para almoçar e acabei recusando por não ter deixado nenhum recado em casa e ter saído sem celular, mas ele insistiu tanto que acabamos tomando um sorvete e me fez prometer que outro dia almoçaria sem falta em sua casa.

Assim que saltei de seu carro e adentrei em casa, vi em minha sala Filipe e Lucas conversando brevemente. A ultima frase que lhes ouvi dizer foi Lucas dizendo que Filipe não deveria agir assim. Assim como? Não permiti que tais pensamentos tomassem minha mente e me levassem a loucura por um assunto que não é de minha conta.


- Boa tarde! - Falei animada, mais do que normalmente estaria.

- Olá, Sara. Nossa, está radiante!- Exclamou Lucas.

- Sim, minha manhã foi ótima. Como está Filipe? - Perguntei não aguentando seu constante silencio e olhar direcionado a mim.

- Hmm, bem. Precisava falar com você...Tudo bem?

- Claro, por que não?

Acredite, em minha mente milhões de motivos para essa pergunta residiam.


Fomos para a mesa de jantar e Lucas foi ao quarto encontrar Luiza afim de os deixar a sós, imagino.

- Vai a igreja hoje a noite?

- Provavelmente sim, por que o repentino interesse?

- Olha, não precisa ser assim. Podemos ser amigos.

- Não, não podemos. - Explodi e antes que perdesse a coragem, desandei a falar. - Eu não consigo lidar com suas mudanças. Uma hora me quer por perto, outra me afasta. Concordo com você, acho melhor nos afastarmos e nos falarmos apenas quando necessário. Então espero que o seja, para ter vindo aqui para me encontrar.

Nos encarávamos e Filipe parecia querer me dizer tanto! Por um instante achei que ele o faria e meu coração tolo criou esperanças e desandou a bater em um ritmo frenético até sacudir a cabeça e começar a falar quase de modo automático:

- Bom, lembra-se do vídeo que gravamos? No mesmo dia mandei uma mensagem para o Pastor, fiquei com medo de que se arrependesse, achei incrível demais guardar aquilo tudo. Ele quer que seja transmitido hoje.

- Oh, ta. Tudo bem por mim. - Por fim falei.

- Okay. Bom, isso era tudo.

Ficamos uns minutos nos encarando até que ele disse:

- Até, Sara.

- Até, Filipe.

AmazimaWhere stories live. Discover now