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Acordei certa a dizer Daniel que era melhor não nos envolvermos. Cheguei cedo demais por estar muito ansiosa para resolver logo as coisas. Ele deveria ainda estar na loja. Fui em direção ao shopping, que pareceu estar mais longe da praia naquele dia. Mas isso me permitiu pensar em formas simples de esclarecer tudo. Mas algo que eu não havia pensado me veio a mente. Será que eu não estava confundindo tudo e Daniel só queria amizade comigo? Imagina que mico! Eu chegando e lhe dando um fora e ele rindo da minha cara e me chamando de louca convencida. Eu não queria passar por isso, ou melhor, eu não podia. Virei na direção contrária e comecei a caminhar na direção de onde vim. Porém, parei novamente e comecei a caminhar na direção de meu destino inicial. Qual é tudo bem que fazia tempo em que eu não tinha relacionamentos, mas no meu mundo uma tentativa de beijo ainda significava, em claro e bom som, que ele está pelo menos levemente interessado em mim. Caminhei decida até o shopping, mas sem antes perceber que quando eu estava indecisa sobre voltar e continuar eu havia parado justamente em frente a um quiosque cheio de homens bêbados que agora riam da minha cara. O dia começou bem!

Quando finalmente cheguei, perguntei para o recepcionista onde Daniel estava. Ele apontou para o final da loja. Enquanto caminhava até uma salinha nos fundos, ensaiei meu discurso pela centésima vez. Eu lhe direi o clássico: Havia adorado tudo, porém não estava pronta para me envolver. O problema não era ele e sim eu. (Essa é velha, mas sempre cola!) Meu coração começou a bater forte e minhas mãos suarem. Isso era difícil! Ninguém gosta de levar fora e nem de ter que dar um. Mas enfim tomei coragem, foquei no discurso/desculpa e com esses pensamentos, abri a porta e me deparei com Daniel beijando uma garota. Beijar não é a palavra apropriada, aquilo parecia mais uma máquina de sucção!

Esperei os dois se tocarem de minha presença e falei:

- Que bom que facilitou para mim. Agora está tudo resolvido entre nós. Adeus Daniel.

Sai como um robô ouvindo Daniel gritar meu nome ao fundo. Sentei na areia da praia ignorando totalmente o fato de eu usar short braço. Foi impossível me acalmar naquele momento, lagrimas de raiva brotaram em meus olhos e estavam prestes a escorrer. Eu me sentia uma boba. Glória a Deus que não nos beijamos! Aceitando aquele encontro fui vencida pela carência. Fazia tempo em que alguém se interessava por mim ou eu tinha tempo para essas coisas. Me senti bonita e confiante por ter um loiro de olhos claros na minha cola. Assim que as lágrimas ameaçaram cair sem mais nem menos, alguém se aproximou.

- Olá.

Filipe estava com sua prancha branca embaixo no braço. Ele usava uma bermuda preta e estava sem camisa. Seu cabelo molhado estava mais bagunçado do que nunca e a agua do mar pingava de seu corpo em direção a areia.

Assim que o vi, não pude mais me conter. Ele era o culpado por eu ter conhecido Daniel, mas antes disso eu era a culpada por ter quebrado sua prancha e consequentemente ter conhecido Daniel. Comecei a chorar feito uma criança. Abracei meus joelhos e abaixei minha cabeça entre eles. De modo que não pude vê-lo se sentando ao meu lado. Ele passou um braço por trás de mim até tocar em meu ombro. Ficou assim por um tempo até soltar. Acredito que tenha sido uma tentativa de uma espécie de abraço. Mas o toque de sua pele estava frio por conta da agua do mar, o que fez com que eu me encolhesse um pouco.

- O que houve?

- Vi Daniel beijando uma garota.

Filipe ficou em silencio e deu uma gargalhada. Vendo minha expressão de irritação, logo tratou de se explicar:

- Eu esperava que algo realmente sério tivesse acontecido. Vamos lá Sara, você não é esse tipo de garota. Já era de se esperar. Ele já fez isso tantas vezes que nem é mais uma surpresa. No mundo de Daniel não existe compromisso apenas curtição.

AmazimaOpowieści tętniące życiem. Odkryj je teraz