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Acordei na terça grata por ter tido um dia incrível ontem. Cansativo, mas incrível. Consegui ir bem na faculdade, no trabalho e ainda me diverti a noite, fazendo até mesmo nossas amizades no trabalho. Nada de brigas, nem conflitos. Acordei sorridente e todos os outros dias da semana correram da mesma forma: faculdade, trabalho e vice versa. Ainda estava me acostumando com a nova rotina. Era cansativo, mas confesso que gratificante.

Estava na faculdade no meu último tempo de aula da sexta. Marcus digitava sem parar em seu celular atrás de mim, enquanto Marina na carteira ao lado balançava os pés sem parar em sinal de impaciência.

- Essa aula não acaba? - Questionou ela.

- Também gostaria de saber, babe. - Completou Marcus sem tirar os olhos do celular.

- Já deve estar no fim. O que há com vocês dois hoje?

- Tenho um possível encontro no final da aula. - Respondeu Marcus fazendo gestos extravagantes no ar ao falar.

- Preciso resolver algo. - Limitou-se a dizer Marina.

- Hmm, misteriosa! - Rebateu Marcus.

- Está tudo bem? - Perguntei realmente preocupada.

Reparando melhor, Marina realmente não parecia estar em seus melhores dias. Olheiras profundas, expressão abatida. Roupas aparentemente escolhidas aleatoriamente no armário. Parecia que não dormia a dias. Algo não estava em seu devido lugar e isso refletia em seu exterior.

- Vai ficar. - Falou.

Não insisti. Percebi que ela não estava querendo muito assunto e decidi respeitá-la.
O sinal tocou e todos se levantaram pra ir embora. Comecei a arrumar meus materiais calmamente quando Filipe entrou na sala.

- Que aula demorada. - Falou chamando minha atenção.

- Demorou apenas dez minutos a mais para acabar.

- Flor, se tratando de aula, isso é uma eternidade. Fofo você não achar o mesmo.

Revirei os olhos.

- O que está fazendo aqui? - Perguntei.

- Vim te buscar pra empresa.

- Você vai? - Questionei surpresa.

- Ué, vou. - Falou sem graça.

Encontramos com Luísa e Lucas no estacionamento antes de ir pro trabalho.

- Hoje é sexta, meus amigos. O que temos de bom? - Exclamou Filipe animado.

- Trabalho. - Respondi.

- A noite obviamente. - Corrigiu Filipe.

- Não sei. - Lucas falou. - O que você sugere?

- Podemos ir lá pra casa. Meu pai viajou e por ser sexta, Pedro com certeza não vai estar.

- Ou podemos ir lá pra casa, se quiserem variar um pouco. - Completou Luísa.

- Podemos chamar algumas pessoas a mais. - Acrescentei.

- Tipo quem? - Perguntou Filipe arqueando uma sobrancelha.

- Não sei, Tiago por exemplo. Nunca o convidamos pra nada e ele é sempre tão prestativo.

- Até demais, flor. - Finalizou Filipe.

- Então fechou. Casa das garotas, hoje. Oito horas está bom?

- Perfeito. - Eu e Luísa respondemos ao mesmo tempo e rimos pela coincidência.

#######

Na empresa as coisas foram mais tranquilas do que no resto da semana. Em parte porque já era sexta e em grande parte porque nossos chefes estavam viajando a trabalho. Filipe por outro lado não largou do meu pé, indo a todo o instante na minha mesa, bagunçando papéis da pilha que eu já havia organizado e me chamando a cada quinze minutos na sala de seu pai, onde ele tirou o dia pra ficar.

AmazimaWhere stories live. Discover now