#21

7.9K 644 150
                                    

Sim, foi um parto.
Sim, eu sumi.
Sim, não dei nenhuma explicação.

Fiquei sem tempo
Aconteceram milhares de coisas
Meu celular deu problema
Meu computador deu problema
Fiquei incomunicável
Tive outros milhares de problemas

...

Meio que nada justifica, não é? Senti, tipo, MUITAS saudades de todos vocês. Só queria que se prendessem a minha promessa de que JAMAIS abandonaria o livro e que mais uma vez aceitassem minhas desculpas. Tô de volta, juro. Hahaha

Com amor e vergonhinha pelo sumisso,
L.M.

P.s: Depois que todos os contratempos que eu enumerei acima como causas do "pause" de Amazima, o último foi que eu tinha perdido temporariamente o feeling da escrita. Estava escrevendo freneticamente contos e crônicas e nada além desse gênero textual prestava de acordo com minha concepção . Fiquei beeemm frustrada por nao conaeguir mais escrever bons capítulos para o livro.  Até que desencanei e decidi viver a fase que eu estava enfrentando e textos mega diferentes que servirão para um projeto futuro nasceram. Até essa madrugada em que acordei e escrevi esse capítulo de Amazima. Será que de presente e como um pedido de desculpas pelo atraso do capítulo gostariam de ler um desses textos? Adoraria saber a opinião de vocês! (Respondam nos comentários! )

Ps2: Não me xinguem tanto pela demora. Please.

Espero que gostem do capítulo!

- Acho que aqui seria ótimo. Essa loja até que faz meu estilo... - Constatei ao olhar uma lojinha de roupas no shopping.

- Eu não acho. Olha aquela blusa? Qualquer um com a minima noçao de moda nunca sairia de casa com ela. - Resmungou Lu.

- Sério? - Bufei. - Você realmente vai colocar defeito em qualquer lugar que eu falar? Esse emprego é importante, você sabe disso.

- Desculpa. É só que realmente acho que você está exagerando. Conheço meu pai. Ele é o melhor funcionário e só falou aquilo para talvez, repito, talvez não sermos pegas de surpresa. Ele não esperava que no dia seguinte você já fosse correndo atrás de um emprego como se nossas vidas dependessem disso.

- Se eu posso ajudar, não vejo porque não.

- Eu vejo infinitos motivos de " porque não" e inclusive posso começar a listá-los agora. - Falou determinada.

- Você sabe que não irei desistir desse emprego.

-E você sabe que não desistirei de tentar te convencer do contrário.

A essa altura já estavamos as duas paradas no corredor do shopping, uma olhando para a outra. Meu currículo recém impresso em uma de minhas mãos e a bolsa de Luíza a tiracolo em meu ombro. Nossos olhares se cruzaravam e só parei de encará-la para olhar o celular que vibrava no bolso de trás da minha calça jeans anunciando a chegada de uma mensagem.

"Filha, assim que possível, ligue. Com amor, mamãe."

- Minha mãe pedindo para eu ligar assim que der. Será que aconteceu algo? - Falei com a voz já estremecida em expectativa a algo de ruim que pudesse estar acontecendo longe do meu alcance.

- Não sei. Não se preocupe, não deve ser nada. Ela só deve estar com saudades. - Disse lu, com um sorriso no rosto que contrastava diretamente com sua testa franzida. - Vamos, ali tem uma livraria. Acho que seria melhor trabalhar nela do que nessas lojas aqui.

Ela pegou minha mão e juntas fomos em direção a grande livraria que tinha ali. Torcendo para que nosso psicológico estivesse apenas nos pregando uma peça e que tudo estivesse bem.

- To esperando você contar o que está acontecendo. Achei que confiasse em mim. - Soltou Luiza assim que entramos no elevador do nosso prédio me pegando claramente de surpresa.

- O que quer dizer? - Gaguejei um pouco, sendo traída por minha própria voz.

- Eu arrisco dizer que faço parte da lista das pessoas que mais te conhecem no mundo. Você ultimamente não tem estado no seu normal. Anda inquieta, ansiosa, preocupada e algo me diz que a situação com nosso avô não é a única causadora de tudo isso. É o Filipe?

Luiza não me olhava. Seu rosto estava imparcial, alternando entre as vitrines pelas quais passávamos e encarando suas unhas recém feitas. Tudo indicava que aquele assunto não a interessava grandemente ou não lhe era digno de curiosidade. Mas eu a conhecia muito bem para saber que aquilo só era fachada.
A grande questão é assumir em voz alta o pseudo beijo que Filipe me deu. Pseudo porque um beijo não se limita apenas ao tocar de labios e sim a experiencia completa que foi um total desastre após cairmos na real e o encanto acabar. Luiza logo descobriria arrancando a verdade de mim.  Eu não temia que Luiza brigasse comigo ou algo do tipo. Ela me entenderia, ela sempre está do meu lado e sempre seria compreensiva com qualquer assunto que eu fosse abordar. Ok, parando para pensar, é um tanto quanto constrangedor o fato de que beijei dois garotos em um curto espaço de tempo e os dois foram um completo desastre. Entretanto, existe uma diferença crucial entre a situação com o Daniel e minha atual com Filipe. Não sei bem qual é, mas assumir em voz alta, contar para minha prima será tornar tudo aquilo tão real e doido...Talvez a atitude de Filipe tenha me marcado mais do que eu pensara capaz de ser.

- Nos beijamos.

Suspiro. - Sabia. - pausa dramática seguida por mais um suspiro. - Sabia que mais cedo ou mais tarde isso aconteceria. Vocês tem uma espécie de ligação louca que não consigo entender e o Filipe fica tão fora de seu normal quando você esta envolvida... Como foi?

- Bom, ele disse para nós esquecermos e...

- Não, digo como foi o beijo! Bom, imagino que o depois tenha sido não muito bom de acordo com seu atual estado de espirito. Então estou perguntando como foi o contato físico em si.

- O beijo em si? - perguntei confusa

- Sim.

- Foi bom. - Luiza suspendeu as sobrancelhas diante de minha resposta me desafiando a contar mais.  O que me forçou a continuar. - Ok, foi melhor do que bom.

- Como se sentiu?

- Nao tem como descrever sem fazer soar como um clichê barato.

-Clichê? Quer dizer que estanapauxonada?

- Eu não disse isso! Mas foi como se tudo tivesse parado e só restássemos nós dois. Meus pés juro que pareciam que poderiam sair do chão a qualquer momento tamanha a leveza que me tomou. O tipo de sensação que pensei só existir em livros e filmes até experimentar e logo com o Felipe.

- E o que vai fazer?

- Eu? Nada. Na verdade, muito. Vou focar nas coisas importantes e esquecer que isso um dia aconteceu, assim como Filipe me aconselhou. Foi apenas um beijo. Melhor que normalmente seria, mas mesmo assim apenas um beijo. Não faremos alarde. Não é pra ser, nunca foi e nunca vai ser. Eu mal o conheço.

- Vocês não são completos desconhecidos. Ok, não se conhecem de cabo a rabo como te conheço, mas também não aja como se tivessem se conhecido ontem. E você acha mesmo que tendo sentido algo tão forte conseguirá esquece-lo? Ainda mais vendo-o todo o dia? Minha opinião? O chame para conversar, pergunte porque ele surta do nada, o jogue contra a parede e o beije. No fim, dê uma de mulher fatal e pergunte com uma voz bem sensual "Você sentiu isso?"

- Você não pode estar falando sério. - Comecei a andar em direção ao quarto começando a me arrepender de ter me aberto vom Luiza.

- Okok, esquentadinha. A última parte foi brincadeira, mas se quer saber, não conseguirá tirar o Filipe da cabeça simplesmente pelo mistério que ele representa e pelos sentimentos que ele alimenta. O melhor a se fazer é enfrentar isso de frente, na cara e na coragem e assumir logo o que vem acontecendo entre vocês Pense nisso.

Luiza desatou a andar e me deixou parada no corredor com cara de taxo. Onde foi que eu me meti ao ir naquele festival de música, e ainda não olhar pra frente e esbarrar num maluco do refrigerante que além de roubar minha paciência estava começando a conseguir roubar meu coração?

AmazimaWhere stories live. Discover now