TRÊS- Porque Ella Ama Eles (completo na Amazom)

Capítulo 17

Embora fossem raras e muito justas, segundo eles, as razões para as brigas entre os irmãos, que iam desde Yago utilizando os utensílios de cozinha de Alex e não colocando novamente no lugar, até o copo esquecido em cima da bancada de mármore Carrara cortada artesanalmente e especialmente para eles. O próprio Yago fora buscar, garantindo que o material não sofresse nenhum dano.

E se um era perfeccionista em relação à decoração e aos cuidados com ela, o outro era com seus utensílios de cozinha. Yago odiava quando Alex ocupava propositalmente a sua vaga na garagem, ou quando escolhia as partes preferidas do Jornal deixando a bagunça desordenada de folhas distorcidas para trás. Isso realmente estragava o dia de Yago. Mas o gêmeo sabia como se vingar, e para fazer seu irmão provar de seu próprio veneno, era só tocar na Vyrus 987 dele. Com certeza seria como declarar uma guerra.

A joia de Alex era uma máquina fabricada pela Vyrus, uma pequena fabricante de motos da Itália, onde se fabrica artesanalmente conforme a vontade do cliente dando a oportunidade de uma moto exclusiva. — Dava para entender a razão de sua proteção excessiva.

No entanto, eles tinham decidido jamais brigar por uma mulher, eles preferiam não se prender a nenhuma a se arriscar a se apaixonar pela mesma mulher novamente.

Pelo menos era o que eles repetiam para si mesmos desde que uma certa ruiva entrara no caminho deles.

O simples fato de não falarem sobre o assunto, ou de apenas decidirem não levar adiante a surpreendente atração que sentiam por ela estava deixando os dois no limite. A culpa por esconder do outro a única coisa que eles juraram nunca mais fazer os deixavam irritados com qualquer coisa, e para evitar que a situação saísse do controle Yago decidiu sair sozinho, deixando apenas a breve mensagem ao irmão a respeito do seu paradeiro.

Yago desejou uma programação calma, diferente da rotina deles, e Sônia havia dito que ele poderia encontrar o que ele procura no Holiday Hotel, o restaurante oferecia uma boa refeição ao som de música clássica. Segundo ela a musicista era a mesma que tocava no Bucanero's, e que era alguém que valia a pena ouvir tocar.

Yago pensou que talvez fosse exatamente o que precisava para relaxar, e encontrar uma forma de conversar com seu irmão a respeito do que estava acontecendo. — era só o que faltava a eles naquela altura da vida dos dois estarem amarrados a uma Jovem mulher.

Yago sempre se vestia mais formal que o irmão, e se sentiu bem aí se olhar no espelho e conferir a sua escolha de vestuário para aquela noite. O terno de três peças azul-marinho com abotoamento simples feito sob medida em lã virgem e acabamento em seda se moldava ao seu corpo de forma elegante.

Ao chegar ao hotel, o maitre conferiu a sua reserva e o encaminhou até a sua mesa, ele ficou feliz por ter uma mesa fora da área de circulação, mas com boa visibilidade para o palco. Em outro momento ele teria levado uma companhia feminina, ou i seu irmão, mas Yago queria estar sozinho. O garçom trouxe a bebida e pediu que esperasse, pois, ainda não estava pronto para pedir a refeição.

Quando todos começaram a aplaudir Yago ergueu a cabeça e percebeu que se tratava da musicista, só então ele olhou realmente para o palco e viu que se tratava de uma violoncelista. Yago não tinha se dado o trabalho de verificar o fôlder entregue a ele pelo garçom, então foi pego de surpresa quando viu o brilhante cabelo vermelho dela.

Ela caminhava com uma graça única, seus passos eram decididos e firmes. Yago respirou fundo, como se fosse a última chance de levar ar aos pulmões.

— Deus! Como posso negar essa maldita atração, como posso não desejá-la. — pensou.

Como poderia não desejar tê-la se ela era a mulher mais linda e doce que ele já havia conhecido. Yago percebeu que ela costumava tocar de olhos fechados, era como um concerto particular entre ela e seu violoncelo. Um mundo só dela que os pobres mortais recebiam como uma dádiva o prazer de ouvir.