Capítulo 44

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Nelson, o velho advogado e padrinho de Daniella, ficou surpreso ao ver os dois amigos da afilhada em sua sala.

— Eu preciso da assinatura do Yago, mas veio os dois e agora como eu vou saber quem é quem? — perguntou rindo com seu jeito matreiro.

— O senhor nos chamou, e dois de nós é meio difícil de lidar, eu entendo. — Alex brincou de volta — mas me diga, por que mandou chamar a nós dois?

— Na verdade, eu não chamei nenhum dos dois, eu disse para avisar a vocês que eu estava indo levar o recibo e o documento de compra do jazigo para o Yago assinar, mas eu não pedi para viessem aqui, eu já ia de qualquer jeito para ver se Daniella estava bem.

— Filho da puta! — gritou Yago já correndo para a porta, com Alex em seu encalço indo em direção ao carro de Daniella parado na porta.

— Venham comigo, esse carro não é rápido o suficiente — gritou o homem de dentro de uma 4×4 — eu vou matar aquele desgraçado se ele se atrever a tocar na minha menina novamente.

Alex quis gritar para o velho ir para o banco de trás, mas ele arrancou com tanta velocidade que ele se atrapalhou para prender o cinto.

— Isso foi coisa do primo dela, aquele moleque sempre foi um pervertido safado, minha comadre não acreditava quando eu dizia que ele olha para Daniella de forma diferente. — O velho acelerava na estrada como se estivessem em uma colorida de formula1 — Que Deus me ajude, mas eu mato esse "cabra" hoje.

Alex pensou que ele teria que entrar na fila, e se tivesse um pouco de sorte, sobraria algum pedaço do filho da puta para ele dar cabo. Alex o mataria se ele tocasse em um fio de cabelo de sua Ella.

Quando o carro entrou na propriedade, Yago avistou alguém correndo como se abelhas raivosas estivessem em seu encalço. Ele sentiu seu coração parar e por momento ele perdeu o ar.

— Daniella! — gritou saindo do carro antes mesmo que o veículo parasse totalmente, e ele rolou pelo chão. — Alex, ele está lá! — Yago apontou na direção que Daniella tinha vindo e Alex voou na direção indicada pelo irmão.

O tio de Daniella tentava levantar o filho, mas Alex o arrancou com tanta fúria que o homem voou para trás caindo feito fruta madura. As mãos de Alex já estavam no colarinho de Gero e o jogou contra as tábuas do galpão arrebentando as paredes com o corpo inchado por anabolizantes do rapaz.

Nelson disse alguma coisa do tipo "se der um passo eu atiro", mas Alex não estava preocupado com o fim que ele daria ao outro porco, ele tinha as mãos cheias com um deles.

Hijo de puta, voy a matarte! você a machucou! — Alex o levantava apenas para derrubá-lo e ver o bastardo caído em sua bunda novamente. — Diga que não tentou estuprá-la, porque se a tocou, eu juro que você vai pedir para morrer! Seu doente suicida, ela é a minha namorada, você pôs essas suas mãos podres na minha mulher. — Alex torceu os dedos de gero quebrando pelo menos dois deles.

— Alex pare! — seu irmão gritou tentando trazê-lo de volta, mas ele tinha sangue nos olhos, e não iria parar enquanto o bastardo ainda respirasse. — Irmão, pare! Por ela, por favor, pare!

— Alex, não o mate, por favor, não o mate! — a voz de sua Ella foi a única coisa capaz de desligar a fúria nele.

Alex deu o último soco e pôs o filho da puta para dormir enquanto descobria o porquê de interromperem sentença proferida e executada por ele. Foi nesse momento que Yago precisou segurar o irmão, pois seus olhos focalizaram o rosto machucado de Daniella e suas roupas rasgadas. — Gero iria para o inferno naquela noite.

— Alex pare! Não me force a bater em você meu irmão, ela está bem, está te chamando. Meu irmão, me escute, porra! Ela precisa de você, deixe a polícia cuidar deles agora. — Yago o segurou mais forte, mas Alex já não lutava mais.

Alex puxou o ar mais duramente, e gritou de frustração e culpa e correu até sua garota que chorava e tremia em pânico.

— Desculpa, amor, eu sou um inútil. Baby eu deveria ter cuidado de você, me perdoa, por favor, por favor — Alex beijava os muitos ferimentos dela com cuidado excessivo, e ela o abraçou forte e sentou em seu colo ali mesmo na grama a céu aberto.

— Não diz essas coisas, você não é inútil. Por favor, não diz isso, não foi sua culpa. — embora tenha sido ela a ser atacada e quase estuprada pelo próprio primo, era Ella quem o consolava — você o pegou meu amor, você me defendeu dele, eu te amo por isso.

O tio de Daniella não defendeu o filho quando a polícia chegou. Gero foi para o hospital e de lá iria direto para a prisão. O pai seria processado, mas o maior castigo viria de Ella e já havia passado da hora.

— Você tem uma hora para pegar as suas coisas e sair da minha propriedade! Uma hora. — ela disse, decidida amparada por Alex e por seu padrinho.

— Você não pode me tirar daqui, esta era a casa da minha mãe. — ele gritou não poupando o vocabulário de palavras obscenas. — quero ver quem é o macho que vai me tirar da minha casa, da casa da minha mãe.

Além da polícia, tinha Alex, Yago, o padrinho Nelson e o Anderson, que, era bem grande e forte também, mas o homem já estava borrando as calças em desespero, não necessitava de ajuda.

— A minha mãe te deu uma parte das terras delas, mas você destruiu tudo, e a casa que você mora agora está construída nas minhas terras. Herança deixada pelo meu avô para a minha mãe e, portanto, para mim. Cada centímetro de terra aqui me pertence, é a porra do meu nome naquela escritura, mas você sempre soube disso, e ainda assim me expulsou do que é meu.

Daniella estava irreconhecível, a raiva dela ultrapassava todos os limites possíveis.

— Uma hora, tio, ou melhor, quarenta e sete minutos, para sair da minha propriedade, ou será posto para fora apenas com a roupa do corpo.

Dois policiais que haviam ficado na casa a pedido do padrinho de Daniella, acompanharam os tios até a residência que os dois ocupavam para pegar seus pertences pessoais.

Ele apelou em nome da mãe e do pai dele, apelou para a filha Sofia para que ela intercedesse por ele junto a Daniella, mas saber que o próprio pai guardava a porta do barracão enquanto o filho pretendia estuprar a sua prima, era vergonha demais para uma geração inteira, ela não queria mais vê-los e então fez o mesmo que seu avô fez para Daniella anos antes. Sofia cuspiu no chão e virou as costas para ele, entrando na casa amparada pelo marido. Ela cuidaria da mãe, mas se recusava a carregar se quer a memória do pai e do irmão com ela.

Daniella pôs a chácara à venda e daria parte do dinheiro para a prima começar a vida com o marido, ela levaria consigo lembranças e alguns poucos pertences que ainda restara de sua avó, algumas partituras, discos antigos, fotos e cartas que seu biológico escrevia para ela.

Algumas poucas joias de família, ela deu para Sofia e também alguns móveis especiais para ela, e alguns pertences do avô. O restante ficou para trás para ser entregue de porteira fechada para o novo morador, que, era o prefeito que cobiçava há anos as terras da família.

O padrinho poderia voltar para sua esposa sabendo que não tinha mais nada que o prendesse naquela cidade também, todos eles estavam virando a página. Ella não soltou a caixa que seu avô lhe dera, e ainda apertava o pequeno frasco de armazenar rapé que continha a senha para abrir a tranca. Ella não estava pronta para abrir essa porta ainda, havia ganhado algumas batalhas, mas ainda havia uma guerra que Ella não sabia se ganharia, ou melhor, nem tinha certeza se queria mesmo lutar.

Quanto ao Yago, bom, ele até tinha uma opinião a respeito de tudo, mas pensou que seria sábio da sua parte manter-se em silêncio.

TRÊS- Porque Ella Ama Eles  (completo na Amazom)Opowieści tętniące życiem. Odkryj je teraz