TRÊS- Porque Ella Ama Eles (completo na Amazom)

Capítulo 18

 A conversa inevitável, aquela que nenhum dos dois queria ter, pois, para falar sobre o assunto eles teriam que admitir para si mesmos que ela existia. E como no inferno os dois acabaram apaixonados pela mesma mulher novamente, e pior ainda por uma garota muito mais jovem do que eles, que embora tocasse em uma casa de jogos sexuais, podiam apostar a fortuna deles como ela não tinha ideia do que era aquele mundo, e estava tão assustada quanto curiosa. Uma combinação muito sexy.

— Onde você está? — Yago perguntou quando o irmão atendeu no segundo toque.

— No pub, onde trabalha aquela garçonete.

— Sei onde é, está sozinho?

— Não, o que tá havendo?

— Se livra dela, precisamos conversar.

— Merda! — Alex respondeu do outro lado e Yago concordou que poderia ser mesmo uma grande merda.

O Pub Porão's era um bar no subsolo de um edifício próximo a praia do Gonzaga em Santos. Um bar com estilo Hard Rock, com uma decoração temática muito criativa.

Alex estava sozinho em uma mesa no fundo do bar, a mulher já havia sido dispensada e passou por Yago com sorriso sensual forçado, talvez ela pensasse que podia trocar um pelo outro, mas Yago nem a olhou.

— O que foi, o que está acontecendo com você? — perguntou entregando a ele uma dose do seu scotch preferido.

— Essa dor na bunda não é só minha cabron, temos o mesmo pé enfiado nela.

A expressão dolorida no rosto do Alex dizia que ele sabia qual seria o assunto, ele mesmo estava tentando encontrar uma forma de contar ao irmão sobre ela.

— Então você conheceu a Ella — grunhiu tomando um longo gole da sua cerveja.

— Daniella Guido, violoncelista, vulgo garota do clube de sexo, vulgo cantora do Bucanero's também conhecida como Ella. — Yago disse jogando um folder com a foto da garota sobre a mesa — mas você já sabia, ou pelo menos parte da história.

— Que porra de brincadeira é essa irmão?

— Simples estamos afim da mesma garota que também está afim dos "homens dragão" que ela conheceu no clube— disse fazendo aspas com os dedos ao se referir ao apelido que ela dera a eles — e que provavelmente se aproximou da gente por esse motivo.

— Eu percebi que ela me reconheceu, mas não ligou uma coisa a outra ainda.

— O que te fez sair da casa dela como diabo fugindo da cruz? — Yago perguntou curioso — desde quando você tem medo de uma mulher?

— Quer uma lista?

— Sou todo ouvido.

— Vá se foder! Primeiro, você também está apaixonado por ela — confessou — e está tão apavorado com a ideia quanto eu.

— Irmão olha...

— Espera porra, você começou e vamos resolver isso, não falar não deu certo da última vez e juramos não repetir o feito, caso você tenha esquecido — Alex o interrompeu decidido a resolver o assunto.

— Não esqueci, não poderia nem se quisesse, mas continua — Yago deu de ombros

— Eu me vi na cozinha dela, cozinhando para a garota e para os seus amigos, então senti medo, travei na verdade quando ela entrou descalça, cabelo preso no alto da cabeça totalmente a vontade enquanto nós dois limpávamos a bagunça. — Alex sorriu com a lembrança, mas só durou um segundo e suas palavras soaram tristes novamente — era tão caseiro, parecia tão natural aquilo, que assustou o inferno dentro de mim.