Capítulo 22

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Ella Guido estava vivendo o maior conflito de sua vida, ao mesmo tempo queria odiá-los por coloca-la em posição tão complicada. Yago estava certo ao dizer que ela já estava apaixonada por eles, mas aceitar um relacionamento a três? Isso era surreal, ainda ontem ela nunca havia ouvido falar de qualquer outra forma de sexo que não fosse o praticado pelos casais que conhecia, ou o anatomicamente explicado na escola.

Agora sua mente fervilhava com informações sobre um mundo até desconhecido, bondage, dominação e submissão, sadismo e masoquismo, Gangbang, Ménage a Tróis. Sem contar as cenas que vira nos vídeos recomendados por sua amiga Julia.

Ella tinha sonhos eróticos com ela no meio deles, e às vezes eram puros pesadelos quando cada um a puxava para um lado, e a forçavam a escolher um ou o outro. Sua vida tinha se tornado um verdadeiro inferno, e ela sabia que já não tinha escolha, já estava decidido, ou ela deixava os dois ou seguia com eles. E de todas as formas em que ela analisava as duas possibilidades terminavam em lágrimas.

Yago a levou para jantar e a um concerto na Praça das Artes em São Paulo, para assistir a um quarteto interpretando, Heitor Villa-Lobos Dmitri Shostakovich. Foi o melhor presente que alguém poderia dar a ela. Yago havia sido tão romântico, tão delicado com ela, nem de longe lembrava aquele homem nu com o rosto coberto por uma máscara que a tinha protegido do ataque de um bêbado depravado.

— Daniella, posso te beijar? — perguntou Yago quando a deixou na porta do prédio dela.

Ele foi tão cavalheiro tão doce que ela sentiu vontade de dizer "leva todo o resto também", pois parecia tão certo, tão inevitável, imprescindível estar nos braços dele. Mesmo que ela tenha recebido só o que ele pediu, ela teria dado tudo naquele momento.

Yago a fazia se sentir amada, protegida. Era impossível não o amar de volta.

Os lábios dele não eram exigentes, pelo menos não a princípio. Ele foi comedido e sutil, esperou ela relaxar e se entregar a ele, e só então ele tomou. Sua língua tomou posse da sua boca. Yago a puxou pare ele, segurando firme a sua cintura enquanto seus dedos exploravam as costas nuas expostas pelo elegante vestido que ela usava. Quando Ella pensou que derreteria ali mesmo, Yago interrompeu o beijo e colou a testa na dela respirando descompassado, antes de dizer adeus.

Alex a levou para dançar, eles foram a uma boate super badalada no centro de Santos. Ella nunca tinha experimentado a vida noturna do outro lado do palco, foi divertido, emocionante.

Ella descobriu muito a respeito de si mesma em uma noite, incluindo a sua juventude, e essa descoberta a fez ter uma das melhores noites da sua vida. E quanto à companhia de Alex D'Alba? Ele era tão diferente do irmão, eles podiam ter a mesma aparência, os mesmos gostos, mas fora do mundo dos jogos sexuais, eles eram apenas homens. Alex era divertido, depravado, sempre tinha algo picante para dizer só pelo prazer de deixa-la vermelha.

— Adorável — ele dizia sempre que seu rosto corava.

Ella não se sentia envergonhada, pois em nenhum momento ele a fazia sentir assim, pelo contrário, ele a fazia se sentir sexy, especial, insubstituível. Principalmente quando ela o via ignorar todas as investidas das outras mulheres e depois fazia algo encantador para fazê-la rir e se sentir o centro do universo dele. — Ele a fazia se sentir viva, jovem e poderosa e, sobretudo, desejada.

Alex não mantinha nem se quer um osso sutil, ele não era homem de pedir permissão, ele tomava, exigia e recebia de bom grado, pois era impossível se negar a ele.

Seu beijo era arrebatador, possessivo, dominante. Ella apenas se segurou para evitar ser arrebata por ele ali mesmo na boate, mesmo que não tenha percebido como ou quando foram parar em um canto, com ela presa entre ele e a parede. Embora ela soubesse que não queria estar em outro lugar.

— Você vai causar a minha morte princesa, tem ideia do quanto estou me segurando para não foder você aqui mesmo, ou do quanto estou duro por você?

— Ella estava vermelha, mas não poderia dizer as razões exatas do seu rubor, uma delas, sem dúvida era o calor irradiando entre as suas coxas.

— Você não está facilitando gatinha, sua excitação está gritando o meu nome, eu posso jurar que você está molhada e quente para mim, mas eu prometi a você que iria devagar, então, me dá um minuto.

Alex a surpreendeu quando recusou o convite dela para subir, ela tinha certeza de que ele a jogaria em seu ombro e escalaria a fachada do edifício como o King Kong quando ela desse à luz verde.

— Quando eu subir será para fazê-la minha de forma irrevogável, por isso cuidado com o que oferece princesa. — ele rosnou em seu pescoço e então depositou um beijo casto em sua testa e entrou no carro.

Para Ella estava cada vez mais difícil voltar para casa depois de ser de um deles, estava difícil se olhar no espelho. Ela era uma garota de interior, nunca tinha namorado, nunca tinha estado com um homem e agora ela tinha dois. Fora criada sobre valores conservadores, mesmo que sua avó fosse uma mulher à frente de seu tempo, Ella jamais poderia imaginar sua avó aprovando o modo de vida da neta.

Os conflitos morais e emocionais estavam destruindo seu coração. Deixá-los era impensável, mas também inevitável.

— Você nem se deu uma chance Ella, você está se deixando prender a valores que não são seus, pense com seu coração. — Yago a segurou forte como se pudesse evitar o que viria a seguir. — Não há nada de errado em amar e ser amado.

— Qual é amor, você não pode negar o que sente, e você sabe que nós não a vemos como parceira de jogos, e sabe dos nossos sentimentos por você, porra Ella eu te amo, não joga isso fora.

— Eu não consigo — foi a única coisa que ela conseguiu dizer antes de correr na direção oposta, para bem longe deles.

Ella desligou o telefone e se trancou em casa enterrada em chocolate e sorvete, saia de casa apenas para trabalhar e estudar. E ela sabia que eles estavam por perto, ela podia sentir o olhar deles sobre ela. Embora respeitassem sua decisão, Yago estava lá no restaurante, mas saiu antes do final da apresentação.

Alex bebeu demais no Buca's e o Capitão o fez ir embora. Sonia e ele a olhavam com pena nos olhos, eles sabiam que os três estavam sofrendo, e assistiam a tudo impotentes.

Ella estava sofrendo mais do que ela imaginou ser possível, e tinha uma pessoa em sua sala decidida a arrancar o curativo.

— Sonia eu não posso, eu não saberia como pertencer aos dois ao mesmo tempo — Ella tentou explicar.

— Daniella, seja sincera com você mesma, o que te preocupa realmente?

— Tantas coisas, a reação da sociedade, por exemplo — Ella gritou aturdida. — Sonia eu não posso fazer sexo com duas pessoas ao mesmo tempo, isso é imoral.

— O que há de imoral em se apaixonar por alguém que te ama de volta? Você é livre e eles também. — Sonia disse com sua calma impressionante — Ella, não diga coisas que nem você mesma acredita. Você trabalhou em uma casa de swing, o que você viu?

— Eu sei o que está tentando dizer, mas lá dentro é consensual é um jogo em que todos querem jogar, mas fora disso?

— E o que é a vida se não uma grande partida de jogo? Um dia a gente ganha, no outro perde. Estou viva hoje e amanhã posso não mais existir. Não quero que você passe por cima de seus valores morais, mas que sejam seus valores, não de uma sociedade hipócrita, você é mais inteligente que isso querida. — Sonia era um espirito livre e Ella desejou poder ser como ela.


TRÊS- Porque Ella Ama Eles  (completo na Amazom)Waar verhalen tot leven komen. Ontdek het nu